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Ao Fim e ao Cabo
O poder divino
Uma juíza de Santa Maria da Feira mandou em liberdade uma exemplar criatura que se atirou a uma patrulha da GNR e, muito pior, anda há anos a bater na mulher.
- 10 Março 2011
A benevolência – para não dizer outra coisa – com que certa gente é tratada pelos tribunais parece ser prática cada vez mais usual. A senhora juíza que assim decidiu devia saber que o estimável arguido foi detido na sequência de desacatos em casa da ex-mulher – que, apesar de separada, é obrigada a recebê-lo na cama sempre que a ele lhe apetece.
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A vítima leva uma vida de medo: "Não posso viver mais assim. Só vou aguentando por causa dos meus filhos, mas isto vai ter de acabar. Só queria que ele me deixasse em paz. Sei que um dia ele pode matar-me. Já fiz queixa na GNR, mas depois retirei-a, porque, além do medo, não quero que os meninos me culpem se o pai for para a cadeia."
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Esta mulher é uma dupla vítima – do ex-marido e desta Justiça, fraca, negligente e incapaz, que não a defende. E se amanhã ele voltar a espancá-la – ou se a matar? A senhora juíza, muito provavelmente, continuará a julgar. Os juízes não estão ungidos de um qualquer poder divino – mas, entre nós, dá a ideia que sim.
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- Comentário feito por:Zeferino Zacarias
- 10 Março 2011
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- Comentário feito por: Anónimo
- 10 Março 2011
Tem razão.As leis benevolentes não explicam, só por si, o descalabro da justiça. Há que repensar o recrutamento e formação dos magistrados, sobretudo dos juízes.O modelo CEJ fracassou...
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- Comentário feito por:1904
- 10 Março 2011
É o resultado de uma vida segura, entre 4 paredes, que começou nos estudos e acabou num gabinete arejado, com direito a protecção. Não conhecem a vida real, desconhecem o que se passa nas ruas. Interessa é o salário