A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, novembro 24, 2015

Um governo, uma maioria, 3 embustes



No programa Eixo do Mal (SIC Notícias) do passado Sábado, Pedro Marques Lopes sintetizou aqueles que considera serem os 3 grandes embustes do governo Passos/Portas. Poderiam ser muitos mais argumentará o caro leitor. E argumenta muito bem. Mas esta selecção ilustra na quase perfeição aquilo que foi a governação PSD/CDS-PP. Senão vejamos:
Embuste nº 1: A devolução da Sobretaxa
Na verdade, são dois embustes num só:
  1. Não há nem nunca houve sequer intenção de devolver o que quer que fosse. Devolução aconteceria se nos fossem efectivamente devolvidos os valores cobrados pela máquina fiscal deste o início da vigência deste imposto extraordinário. A utilização da palavra “devolução” mais não foi do que um dos inúmeros truques semânticos orquestrados pela máquina de comunicação do PSD/CDS-PP para enganar os portugueses e obter o seu voto.
  2. O conto para crianças da devolução da sobretaxa é, desde o início, um esquema eleitoralista concebido para aldrabar os portugueses, um clássico desta pandilha que remonta a 2011, quando Pedro Passos Coelho garantiu aos portugueses não aumentar impostos ou não vender património do Estado “como quem vende os anéis para ir buscar dinheiro”, e que se repetiu em 2015 quando, já na recta final da campanha, fontes do governo asseguravam uma devolução de 35% da sobretaxa do IRS. Passadas poucas semanas do acto eleitoral, todas as previsões apontam para uma devolução na casa dos 0%. Surpresa? Nada disso, quem não engoliu a propaganda eleitoral do governo já sabia onde isto ia parar. Ou achará o caro leitor que alguém como Luís Marques Mendes roía a corda da forma como o fez no Domingo passado?
Embuste nº 2: o Novo Banco
Em campanha chegamos a ouvir o ainda primeiro-ministro afirmar,confiante, que o Estado iria arrecadar lucros generosos no final de todo este processo. Mas não terá sido por falta de aviso que português algum tenha sido apanhado de surpresa. Agora, alguns milhares de milhões de euros injectados depois, sabemos hoje que o Novo Banco necessitará de uma nova injecção de capital estatal, a rondar os 1400 milhões de euros. Um buraco sem fundo que será, tudo indica, assumido pelos suspeitos do costume: os contribuintes. Por mais que nos tentem tomar por otários.
Embuste nº 3: a venda da TAP
Soubemos por estes dias que o negócio da venda da transportadora aérea configura outro clássico da história recente do nosso país: a privatização do lucro e a nacionalização do prejuízo. Assim foi com o BPN, vendido por tuta e meia, com o prejuízo a ficar todo do lado do Estado, enquanto os antigos donos da fraude se passeiam pelas ruas da capital, impunes e abastados. Com a TAP, a história repete-se, ainda que sem a obscenidade dos cavaquistas imunes à justiça.
Comunicação fraudulenta, mentiras pré-eleitorais, manipulação de indicadores económicos e clientelas bem servidas com privatizações feitas à sua medida. Marcos incontornáveis daquilo que foi a governação PSD/CDS-PP. Nos papéis principais Pedro Passos Coelho, um primeiro-ministro que mente, e Paulo Portas, o homem que, obedecendo à sua consciência, apresentou pedido de demissão, que era irrevogável, mas só até descobrir que não tinha consciência e que podia ser promovido, não sem antes deixar um rasto de destruição atrás de si. Será que é destaque nos vemos livres deles?
Foto: AFP@Voxeurop

http://aventar.eu/2015/11/24/um-governo-uma-maioria-3-embustes/#more-1240151

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