A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, dezembro 18, 2007

João Madeira e o assassinato pela PIDE do médico comunista Ferreira Soares



Pândegos

Na corrente de refazedores da história da resistência e de branqueadores da ditadura, João Madeira – historiador ao que se diz, e investigador pelo que se acrescenta, epíteto não despiciendo pelo que dá de cientificidade à função original – decidiu discorrer a propósito de Ferreira Soares. Para ele, a versão sobre assassinato há 65 anos de Ferreira Soares pela PVDE – médico comunista e membro do comité regional do Douro do PCP – suscita-lhe as maiores dúvidas.
Para Madeira, o assassinato à queima-roupa não bate certo com os seus padrões de avaliação sobre os métodos da polícia política. Categórico, considera excessiva a versão adiantada e insuficientes os dados que a comprovem; tem por adquirido que a polícia fascista era «mais de prender do que de matar»; admite que a ocorrência pode ter resultado sobretudo de uma «reacção da polícia a algum gesto» brusco de Ferreira Soares; e sentencia, finalmente, que o facto de alguns comunistas à época terem o «hábito de andar armados» poder justificar a precipitação policial. Pelo que da investigação deste eminente investigador resulta a conclusão de que o assassinato de Ferreira Soares é sobretudo um «mito construído pelo PCP para cimentar a sua própria identidade e a sua visão mistificadora e glorificadora da história».
Em duas penadas, Madeira branqueia a polícia e os seus métodos, aligeira as suas motivações e intenções, transforma a vítima em réu, difama e calunia o Partido. Limitado pelo mais obsessivo preconceito, Madeira, continuando a investigar como investiga, acabará ainda por concluir pela tese de legítima defesa por parte dos assassinos de Ferreira Soares ou por justificar a tortura por razões da teimosia dos comunistas em se recusarem a falar na prisão.
Sabendo-se que prepara uma tese de doutoramento sobre a actividade do PCP de 1943 a 1974, e a julgar pela amostra, descontado que seja o preconceito que o inunda, seguro e certo é que revelando-se este João Madeira, em matéria de história do PCP, um pândego, a tese só pode virar paródia.
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in Avante 2007.12.13
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65-anos-depois-do-seu-assassinato o pcp homenageia o médico Ferreira Soares

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