A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, junho 04, 2008

Justiça para Sean Bell



Cerca de 3000 pessoas bloquearam as seis principais pontes e túneis que ligam Manhattan à cidade de Nova Iorque ao início da hora de ponta do final da tarde de 7 de Maio. Exigiam justiça para Sean Bell, o afro-americano de 23 anos morto com uma saraivada de 50 balas por agentes do Departamento da Polícia de Nova Iorque (NYPD, na sigla inglesa), em Novembro de 2006, em Jamaica, Queens. O massacre policial ocorreu na noite da despedida de solteiro de Bell, e deixou também gravemente feridos Joseph Guzman e Trent Benefield, amigos de Bell. As três vítimas são afro-americanas. O Rev. Al Sharpton, veterano activista dos direitos cívicos, e o seu grupo, o National Action Network, iniciaram o movimento de desobediência civil em apoio da família de Bell.
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A polícia prendeu 225 pessoas por «conduta desordeira» por terem bloqueado as ruas e o tráfego como forma de protesto contra o veredicto de «não culpado» proferido a 25 de Abril em Queens, Nova Iorque, pelo juiz Arthur Cooperman relativamente aos três polícias responsáveis pela morte de Bell. Na One Police Plaza, a esquadra central da polícia em Nova Iorque, foram presas pelo menos cem pessoas, incluindo Sharpton, a noiva de Bell, Nicole Paultre-Bell, e a mãe e a avó de Benefield. À medida que as pessoas iam sendo algemadas e metidas nos carros da polícia, os apoiantes gritavam «Não há justiça, Não há paz»; «Somos todos Sean Bell» e «50 disparos». Ocorreram ainda acções de protesto em cinco outros locais, incluindo Brooklyn Bridge, Queensboro Bridge, Midtown Tunnel, na Manhattan Bridge em Brooklyn e em Triboro Bridge no Harlem, com a participação de pelo menos 500 pessoas.
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Quando o procurador distrital Richard Brown anunciou a decisão do juiz a 25 de Abril, em frente dos familiares e amigos das vítimas do NYPD, bem como dos média, começaram de imediato os protestos. Fora do tribunal, a família, amigos e apoiantes de Bell, Guzman e Benefield choraram e protestaram contra a decisão com uma marcha em volta do tribunal. A seguir desfilaram até à campa de Bell.
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O grande júri de Queens tinha processado os três detectives envolvidos a 16 de Março de 2007. Os detectives Michael Oliver e Gescard F. Isnora foram acusados de homicídio involuntário de primeiro grau e de segundo grau, enquanto o detective Marc Cooper foi acusado de negligência danosa. Todos optaram por ser um juiz, em vez de um júri, a dar o veredicto. Numa tentativa de difamar Bell e justificar o crime, a polícia começou por afirmar que Bell e os seus amigos estavam armados. Não foi encontrada nenhuma arma. Os polícias disseram então que Bell tinha tentado fugir no seu carro. Cinquenta testemunhas, incluindo Trent Benefield e Joseph Guzman, demonstraram que a polícia mentia. Tal como no caso do africano Amadou Diallo, em 1999, a polícia saiu impune.
Foi evidente desde o início que havia uma cólera generalizada contra o falhanço de condenar e punir a polícia. Na tarde de 25 de Abril, membros da comunidade e organizações marcharam até ao local do crime. Localizado próximo de um importante nó ferroviário e do terminal do Metro de Jamaica, o local é agora um memorial a Sean Bell, onde se reunem os jovens contestatários.
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Os manifestantes cantam: «NYPD vai para o inferno! Nós somos Sean Bell!» e «Não há justiça, Não há paz, Não ao racismo policial!». Quando os 1500 manifestantes chegaram a Jamaica – situada numa zona de Queens onde 55 por cento dos habitantes são afro-americanos e caribenhos – a comunidade recebeu-os de braços abertos. A certa altura um camionista branco juntou-se ao protesto buzinando e gritando palavras de ordem. No final da manifestação, uma marcha espontânea liderada por membros da comunidade arrancou para a zona Sul da localidade e rumou até à jurisdição local do NYDP.
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A absolvição dos polícias desencadeou uma série de acções de protesto em todo o país, mas fez-se sentir de forma especial em Nova Iorque. Os organizadores da manifestação de 7 de Maio apelaram a mais protestos e mais bloqueios de ruas exigindo justiça para Sean Bell.
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* Activista do grupo Fight Imperialism, Stnd Together (FIST), que participou nos protestos de 25 de Abril e 7 de Maio
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Nº 1800 - Avante
29.Maio.2008
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