11-10-2009
Perder subindo em votos
O espantoso caso de Beja
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Uma experiência totalmente nova e...
... o que agora já se pode dizer
Ninguém na comunicação social deu por isso mas nestas eleições autárquicas havia uma coisa de que nenhum dirigente do PCP ou responsável ou candidato da CDU podia falar mas que agora já se pode revelar até como elemento de contextualização de alguns resultados obtidos pela CDU por comparação com as autárquicas de 2005.
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E ninguém deu por isso na comunicação social, porque apesar de ser um fenómeno ou circunstância que vêm desde as eleições autárquicas de 1976 raramente houve nos media quem intuisse mais profundamente o seu significado, o seu valor mas também os riscos e incertezas que comportava em cada eleição.
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É que o PCP e as diversas coligações em que participou (FEPU, APU e CDU) sempre foram e são a única força eleitoral que apresenta regularmente,e sem excepção, um importante diferencial positivo entre a sua votação em autárquicas e em legislativas.
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Para não ir mais atrás, basta lembrar que nas autárquicas de 2005, a CDU (considerando a votação para as CM que nem é a mais representativa) teve mais 156.015 votos do que nas legislativas desse ano. E que, nas autárquicas de Dezembro de 2001, teve mais 177.611 votos do que viria a ter nas legislativas de Fevereiro de 2002.
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É esse facto, e o significado em termos de apoio que encerra, conjugado com as conhecidas assimetrias regionais da sua influência eleitoral, que têm permitido à CDU manter importantes posições autárquicas e designadamente um significativo número de Presidências de Câmara Municipal, enquanto o CDS-PP, mesmo quando em legislativas não fica muito longe da CDU, está há muito tempo reduzido a um número de Câmaras entre 1 e 3.
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Mas este facto extraordinariamente positivo e reconfortante revela uma realidade política que muitas pessoas não consciencializam plenamente: é que esse acréscimo de dezenas de milhar de votos que a CDU obtêm em autárquicas só podem, no essencial, vir de cidadãos e cidadãs que, em legislativas, votaram noutros partidos.
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Neste quadro, e era isto que não se podia dizer antes da votação, parece-me curial admitir que a CDU possa , aqui ou além, ter sido afectada pela experiência totalmente nova desde o 25 de Abril que foi a completa contiguidade das eleições legislativas com as eleições autárquicas.
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É certo que, como os resultados da CDU mostram, muitos eleitores continuaram a diferenciar o seu voto em autárquicas e em legislativas e certas perdas não se verificaram em muitos outros concelhos. Mas considero provável que alguma parte dos eleitores não tenha tido tempo nem intervalo suficiente para descolar do seu voto em legislativas apenas há 15 dias atrás.
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E é também por este inusual circunstancialismo e suas prováveis consequências que acabo de descrever, a que podemos juntar algumas não despiciendas novas realidades eleitorais que se desvendaram nas legislativas, que sinceramente considero que o prevísivel resultado global da CDU (em que destaco o resultado na cidade de Lisboa obtido em circunstâncias de enorme dificuldadae), apesar de algumas surpresas, satisfatório, honroso e estimulante para a dura luta que vai continuar.
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E ninguém deu por isso na comunicação social, porque apesar de ser um fenómeno ou circunstância que vêm desde as eleições autárquicas de 1976 raramente houve nos media quem intuisse mais profundamente o seu significado, o seu valor mas também os riscos e incertezas que comportava em cada eleição.
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É que o PCP e as diversas coligações em que participou (FEPU, APU e CDU) sempre foram e são a única força eleitoral que apresenta regularmente,e sem excepção, um importante diferencial positivo entre a sua votação em autárquicas e em legislativas.
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Para não ir mais atrás, basta lembrar que nas autárquicas de 2005, a CDU (considerando a votação para as CM que nem é a mais representativa) teve mais 156.015 votos do que nas legislativas desse ano. E que, nas autárquicas de Dezembro de 2001, teve mais 177.611 votos do que viria a ter nas legislativas de Fevereiro de 2002.
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É esse facto, e o significado em termos de apoio que encerra, conjugado com as conhecidas assimetrias regionais da sua influência eleitoral, que têm permitido à CDU manter importantes posições autárquicas e designadamente um significativo número de Presidências de Câmara Municipal, enquanto o CDS-PP, mesmo quando em legislativas não fica muito longe da CDU, está há muito tempo reduzido a um número de Câmaras entre 1 e 3.
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Mas este facto extraordinariamente positivo e reconfortante revela uma realidade política que muitas pessoas não consciencializam plenamente: é que esse acréscimo de dezenas de milhar de votos que a CDU obtêm em autárquicas só podem, no essencial, vir de cidadãos e cidadãs que, em legislativas, votaram noutros partidos.
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Neste quadro, e era isto que não se podia dizer antes da votação, parece-me curial admitir que a CDU possa , aqui ou além, ter sido afectada pela experiência totalmente nova desde o 25 de Abril que foi a completa contiguidade das eleições legislativas com as eleições autárquicas.
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É certo que, como os resultados da CDU mostram, muitos eleitores continuaram a diferenciar o seu voto em autárquicas e em legislativas e certas perdas não se verificaram em muitos outros concelhos. Mas considero provável que alguma parte dos eleitores não tenha tido tempo nem intervalo suficiente para descolar do seu voto em legislativas apenas há 15 dias atrás.
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E é também por este inusual circunstancialismo e suas prováveis consequências que acabo de descrever, a que podemos juntar algumas não despiciendas novas realidades eleitorais que se desvendaram nas legislativas, que sinceramente considero que o prevísivel resultado global da CDU (em que destaco o resultado na cidade de Lisboa obtido em circunstâncias de enorme dificuldadae), apesar de algumas surpresas, satisfatório, honroso e estimulante para a dura luta que vai continuar.
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