A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sexta-feira, maio 02, 2008

O sonho primeiro de maio


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por Ricardo Albuquerque*


O trabalho, no Brasil, produz atualmente riqueza material e imaterial muito maior do que a contabilizada. Ampara tal afirmação a existência concreta do lado “b” da economia, o lado informal.

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Para alguns economistas e pesquisadores, esse lado chega já a superar o formal, mas aí é suposição; isso não se poderia afirmar de fato. De qualquer modo, a quantificação dessa riqueza é, até certo ponto, possível, e, também, existente.

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Mas relevante mesmo nesse dado é que a riqueza efetivamente produzida pelo trabalho não está nos números oficiais.

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Por mais admissível seja considerar a opinião de alguns economistas liberais, os quais vêem esse tipo de economia como um fenômeno positivo do livre mercado, da livre iniciativa, e, assim, parte constituinte do conjunto liberal harmônico, não é aceitável, do ponto de vista dos interesses dos trabalhadores, dos produtores dessa riqueza, ter, camuflada, a concretude do produto e, negada, a condição de trabalhador. É isto: se o produto do trabalho não existe, não existe o produtor, o trabalhador; não são reconhecidos riqueza e produtor, legalmente, justamente, respeitosamente.

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Indo um pouco além, em conta mais abrangente, pode-se inclusive encontrar, nesse tipo de economia, elementos que, ao invés de benéficos, causam prejuízos nefastos a todos.

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Sabe-se, por exemplo, que uma parcela dos agentes da economia formal acaba habitando os dois lados, ou um lado “c”. Um pé na formalidade, o outro na informalidade, um terceiro lado...

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Resultado: escapam dos impostos, que julgam extorsivos; convencem alguém mais, geralmente um consumidor, da vantagem de “negócio sem nota”, contudo, de preço inferior; enfim, para não ir muito além, alimentam a “cultura do levar vantagem em tudo” contra si mesmos e contra todos, provocando mais impostos, menos crédito estatal (ou seja, público), menos investimentos produtivos, menos postos de trabalho, menos escolas, menos hospitais, menos salários, mais desigualdade, e por aí vai. E por aqui fico.

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O capitalismo precisa ser contabilizado.

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Vivam mulheres e homens! Vivam trabalhadores!




*Ricardo Albuquerque, Poeta



* Opiniões aqui expressas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
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in Vermelho - 1 DE MAIO DE 2008 - 17h41
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