Do contrário eles procurarão disseminar a idéia – com a sempre generosa ajuda de sua mídia “chapa branca” - que a crise provocada por eles é responsabilidade da esquerda e que eventuais vantagens comparativas que o Brasil dispõe para enfrentar essa crise foram construídas pelas medidas adotadas por eles.
A direita sempre recorreu à máxima da propaganda nazista: “repita uma mentira mil vezes que ela vira verdade”. E nós precisamos lembrar ao povo quem eles são e o que fizeram contra a nação brasileira.
Política é correlação de forças. Qualquer militante com um mínimo de formação teórica e alguma experiência de “campo” sabe disso e procura orientar sua atuação política tendo presente este pressuposto teórico. Isso não significa abdicar da luta e tampouco se render ao projeto do inimigo de classe, mas tão somente recorrer aos instrumentos apropriados diante de uma situação de ofensiva ou defensiva política.
Assim, na década de noventa, a situação política era profundamente adversa para as forças de esquerda como um todo e especialmente para os revolucionários, na medida em que combinava a derrota da experiência socialista da União Soviética com o ascenso do neoliberalismo preconizado por Friedrich Hayek desde os anos 40.
Diante desse cenário a direita não se fez de rogada. Destruiu a infra-estrutura de estados nacionais e reduziu a quase zero a sua capacidade de investimento, demitiu milhares de servidores públicos e levou outros tantos da iniciativa privada ao mesmo destino, concentrou ainda mais renda em torno de banqueiros, transferiu bilhões de patrimônio público para as suas empresas privadas, eliminou direitos sociais e previdenciários dos trabalhadores e, por orientação do império americano, tornou obsoleta a capacidade de defesa militar do país. Faziam apologia do “mercado” e debochavam de qualquer papel regulador do estado, a quem taxavam de paquiderme, obsoleto e dinossauro, dentre tantos outros adjetivos menos publicáveis.
Como a natureza e a sociedade se transformam e evoluem permanentemente os refluxos são episódios enquanto o afluxo se constitui na regra. E assim foi. O “reinado” neoliberal esboroou. A tragédia é geral. Mas a direita reage. Não se rende porque tem consciência de seu papel na luta de classes.
Argumenta, por exemplo, que o sistema bancário brasileiro está sólido por conta do Proer – programa de FHC que injetou mais de 20 bilhões de dólares de recursos públicos para socorrer bancos privados falidos – e que isso nos dá vantagens para enfrentar a crise. Quanto cinismo. Os bancos, de fato, não faliram por conta dessa generosa ajuda. Mas o que nos dá vantagem comparativa para enfrentar a crise não é a existência de bancos privados e sim de bancos estatais como BNDES, Brasil e Caixa Econômica, que foram salvos da sanha privatista deles por conta de nossa resistência política e teórica.
Aproveitemos o momento para polemizar com a direita e não permitir que com a ajuda dos meios de comunicação eles invertam a pauta e, principalmente, tentem retornar a política de desmonte do estado nacional.
*Eron Bezerra, Engenheiro Agrônomo, Professor da UFAM, Deputado Estadual Licenciado, Secretário de Agricultura do Estado do Amazonas, Membro do CC do PCdoB.
* Opiniões aqui expressas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
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in Vermelho - 14 DE ABRIL DE 2009 - 19h13
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