| 19-Abr-2009 | 
  |  Os Estados Unidos anunciaram este domingo que não vão  participar na Conferência Mundial contra o racismo, organizada pela ONU e que se  realiza entre 20 e 24 de Abril, em Genebra. A administração Obama não concorda  com passagens da declaração que servirá de base à discussão, por serem  "demasiado pró-palestinianas". A Organização Não Governamental Human Rights  Watch considerou "decepcionante" a decisão de Obama. 
 
 A decisão foi anunciada pelo porta-voz do departamento de Estado  norte-americano. Segundo Robert Woods a declaração contém passagens sobre o  conflito israelo-palestiniano que os EUA "não podem aceitar".
 
 Recorde-se  que os Estados Unidos e Israel bateram com a porta na anterior e histórica  Conferência da ONU contra o racismo, que se realizou em 2001 em Durban, África  do Sul, após debates acesos com os países árabes sobre o tratamento dos  palestinianos por Israel. Na altura, a administração Bush acusou os Estados  Árabes de tentarem inscrever o sionismo como uma forma de racismo.
 
 Oito  anos depois, na segunda conferência contra o racismo, a história repete-se.  Segundo Woods, se Washington "aplaude os progressos" realizados no novo projecto  de declaração final, "melhorada de maneira significativa" em relação às versões  anteriores, esta ainda não responde à apreensão norte-americana. "O texto contém  passagens que reafirmam inteiramente a declaração Durban e o Programa de acção  de 2001, que os Estados Unidos anunciaram há algum tempo que não podem apoiar",  declarou no comunicado.
 
 
 Isto apesar dos esforços da ONU em amaciar a declaração sobre o conflito  entre Israel e a Palestina, suprimindo quase todas as referências a Israel.  Mesmo assim, a declaração não agrada aos EUA porque "destaca apenas uma parte do  conflito". Outro dos motivos indicados pela administração Obama para se ausentar  da conferência é o facto de o texto prever a condenação de difamações  religiosas, uma passagem considerada pelos EUA como "atentatória do direito à  liberdade de expressão". Também a Austrália e o Canadá se juntaram aos  EUA na recusa de participação na conferência "com o receio de que o encontro  possa servir para atacar Israel".
 
 A Organização Não Governamental Human  Rights Watch considera a decisão de Obama "decepcionante" e que desta forma a  Conferência perde o peso político que merecia.
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in Esquerda.Net - 2009.04.19
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