A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, janeiro 08, 2008

PCP - Na morte de Luiz Pacheco


Desenhos de Henrique Manuel.

In Luiz Pacheco, Textos Malditos,

Fernando Ribeiro de Mello/Edições Afrodite, Lisboa, 1977.



Nota da Comissão nacional do PCP para as Questões da Cultura

Editor e escritor, Luiz Pacheco assegurou um lugar na história da literatura portuguesa. Enquanto editor, deve-se-lhe a publicação de obras de vários autores importantes, de Mário Cesariny a outros surrealistas e a Herberto Helder. Enquanto escritor a sua obra, em grande parte ainda dispersa - foi autor, entre outros títulos, de "Comunidade", "O libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor", “O Teodolito", "Exercícios de estilo" e "Memorando, mirabolando" - dá testemunho de uma prosa depurada e segura, ágil e capaz de recriar a palavra oral e popular, e o calão.

Luiz Pacheco é um autor em que vida e obra se confundem e se ampliam mutuamente, em que a ficção, a crítica literária e a crítica da mundanidade literária se respondem e ecoam um fundo insistente e desassombradamente autobiográfico. Autor satírico, a sua obra combina a ironia e a subversão das convenções do moralismo conservador e hipócrita, com a capacidade de revelar o rosto agredido do ser humano, entre a opressão e o sofrimento da miséria e a alegria insurrecta.

Espírito livre e independente, personalidade lúcida e irreverente, Luiz Pacheco soube reconhecer no PCP o partido dos trabalhadores, o partido consequente, longa e tenazmente fiel aos seus princípios e objectivos, o seu Partido. Assim, em finais de década de oitenta, tornou-se por sua iniciativa militante do PCP - qualidade que manteve até morrer.

A Comissão Nacional do PCP para a Área da Cultura lamenta profundamente a morte de Luiz Pacheco e a perda que ela significa para a Cultura Portuguesa e manifesta aos seus familiares sentidas condolências.

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