A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, julho 17, 2008

Parlamento - dispositivo electrónico de matrícula em debate

Você está em: Homepage / Portugal / Notícia
Bruno Colaço Governo quer obrigar todos os condutores a colocarem um chip na matrícula das suas viaturas, que custará dez eurosGoverno quer obrigar todos os condutores a colocarem um chip na matrícula das suas viaturas, que custará dez euros
17 Julho 2008 - 14h30
Correio da Manhã
,


Chips são ameaça à privacidade

A instalação de chips electrónicos nas matrículas de todas as viaturas poderá ser "perigosa". Quem o diz é a Oposição em bloco na Assembleia da República, que consideraestar em causa a "violação da privacidade" dos condutores.

"Nada nos diz que a informação sobre o cidadão não será usada de forma abusiva. Esta inovação tecnológica pode retirar liberdades, direitos e garantias [...] a cinco milhões de automobilistas", acusou ontem o deputado do PSD Fernando Santos Pereira, que se mostrou preocupado com a "potencialidade localizadora e seguidora [do sistema] de qualquer cidadão comum".

O Governo pretende obrigar todos os condutores a colocarem nos seus veículos um dispositivo electrónico, que, para além de conter a informação sobre o seguro automóvel e de permitir o pagamento de portagens, servirá para identificar veículos acidentados ou abandonados.

Todos os partidos da Oposição advertiram para o perigo de o dispositivo electrónico violar a privacidade dos condutores e exigiram saber que entidades irão partilhar a base de dados. Perguntas que ficaram sem resposta. O secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, assegurou apenas que o sistema não colocará "em causa a privacidade dos proprietários e utilizadores dos veículos". Segundo o governante, o chip será "um instrumento fundamental para a diminuição da sinistralidade automóvel". Afirmações que não convenceram a Oposição.

Helena Pinto, do BE, levantou dúvidas sobre as intenções do Governo: "Não foi demonstrada a relação directa entre a segurança rodoviária e o chip." Para o PCP, não restam dúvidas de que o chip "abre caminho à imposição de portagens", nomeadamente nas Scut.

O PSD questionou ainda a obrigatoriedade da aquisição do aparelho, quando é possível fazer prova física do seguro, apresentando-o às autoridades, quando solicitado.

DÚVIDAS SOBRE LEGALIDADE DOS CHIPS

O presidente da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), Luís Silveira, admitiu ontem ter dúvidas quanto à legalidade da instalação de chips nas matrículas dos veículos. "Não se pode usar tecnologia que permita a qualquer momento que essas tais entidades passem a conhecer em que ponto do País se encontram todos os veículos, o que seria desproporcionado", afirmou Luís Silveira à TSF.

Segundo o relatório da CNPD, citado pelo deputado Fernando Santos Pereira, "a identificação de veículos através da leitura electrónica da sua matrícula, se for entendida de modo a permitir a localização geral e permanente do paradeiro ou do percurso do titular de qualquer veículo em circulação, traduz-se numa violação ilegítima e não justificada da reserva da vida privada dos cidadãos".

CERCA DE 90 MIL CONDUTORES À ESPERA DE CARTA

A instalação do novo sistema informático no Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), presidido por Crisóstomo Teixeira, provocou um atraso na entrega de milhares de cartas de condução. Cerca de 90 mil condutores estão à espera de receber o documento.

Fonte do IMTT, antiga DGV, disse à agência Lusa que nos primeiros cinco meses deste ano "foram processadas 26 1294 cartas de condução".

PORMENORES

CHIP custa dez euros

O dispositivo electrónico obrigatório para todos os veículos custará dez euros. Um encargo suportado pelos condutores.

Portagens

O chip poderá ser utilizado na cobrança de portagens e de outras taxas rodoviárias. A Lei de Finanças Locais prevê possibilidade de portagens à entrada das cidades.

Seguro e inspecção

O dispositivo electrónico de matrícula regista informação sobre o seguro automóvel e a inspecção obrigatória.

Ana Patrícia Dias
» COMENTÁRIOS
17 Julho 2008 - 15h58 | Manuel Silva
Sensores de identificação dos chips junto a radares de controlo de velocidade e as coimas são processadas automaticamente. Depois é só facturar. Carros sem chip só para os amigos dos governantes. Lisboa
17 Julho 2008 - 15h35 | trolha
Há aqui negócio escondido pela certa.5milhoes de matriculas a 10 € só em IVA é uma pequena fortuna p/os cofres do Estado e depois teremos o "Grande Irmão" a saber onde andamos.Não acredito que essa tecnologia depois não seja empregue p/tudo e mais alguma coisa e sabemos bem como é o controlo do Estado sobre esses assuntos.
17 Julho 2008 - 15h06 | peter
Vamos fazer como já se faz para os cães e gatos um chip identificativo....acabam-se com os desaperecimentos sabe-se sempre aonde cada pessoa está deixa de ser necessário o BI/passaporte etc....VIVA A LIBERDADE INDIVIDUAL
17 Julho 2008 - 15h01 | joao
por este andar porque não um chip ao nascer....ninguém se perde ou desaparece e sabe-se sempre aode estamos........viva a liberdade....socialista
17 Julho 2008 - 14h51 | marta
O que é interessante é que se considera (e bem) que a instalação dos chips é uma violação da privacidade mas ninguém da dita "oposição" se manifestou contra as câmaras de vigilância nas escolas, em algumas ruas das cidades e os equipamentos de detecção que as operadoras de telemóvel puseram, não só ao serviço das forças policiais como ao serviço das grandes empresas...
,
,

1 comentário:

André Barreiros disse...

O Dispositivo Electrónico de Matrícula e um Governo que mete “Águas”

Com tanta preocupação na cabeça, os portugueses ainda não se aperceberam que, em Janeiro próximo, o ministro Mário Lino vai tentar obrigar-nos a comprar um dispositivo electrónico de identificação de matrícula (DEM). Quem tenha “veículos automóveis, ligeiros e pesados, seus reboques e motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, máquinas industriais e máquinas industriais rebocáveis”, vai ter de pagar €10 euros, ou mais, por um aparelho que não pediu, não pode confiar nem recusar.
O sistema até podia ser bom, caso não o tivessem, de forma autoritária, tornado obrigatório e muito lucrativo para os rapazes do costume.
Sinto-me impelido a respingar contra a arrogância do Decreto 240/X, aprovado pela Assembleia da República em Julho passado, e que autoriza o Governo a avançar com o DEM num prazo de 300 dias. Com pouco tempo para garantir transparência e futura privacidade aos Portugueses, o Governo vai agindo na penumbra. Digo que o Ministro vai “tentar” impingir-nos isto com a convicção que a coisa pode, até Maio de 2009, ter um revés.
Porém, num curto espaço de tempo fez-se pronta a regulação, avaliação e contratualização do Dispositivo Electrónico de Matrícula e, sem que tivesse voltado a ser notícia de jornal, o DEM está quase pronto para entrar em acção.
Está pronto o negócio que começou vários meses antes da aprovação da Lei. Até porque o importante não é a privacidade, ou não, dos cidadãos, os apupos e vaias na AR, a necessidade ou oportunidade do DEM. O primo movis é o lucro e a entrega dos portugueses como clientes obrigatórios de um negócio que não pode falhar.
O Governo oferece mais de 6 milhões de compradores forçados, viabilidade legal e financiamento público a quem queira aproveitar a oportunidade de negócio. A esta vantagem acresce o facto de o dispositivo custar cerca de 1cêntimo e ser impingido ao cidadão a 10 euros ou mais.
Houve concurso Público? Debate e transparência? Nem moita!
Quem é esta gente? Ex-jovens do tipo servil e neoliberal, trepadores sociais obsessivos, incultos e amorais, resultado ejaculado do novo-riquismo cavaquista e da imoralidade dos políticos que, desde então, não mais largaram o Poder.
O “Caso DEM” terá um embrulho semelhante ao acordo para a alienação do espaço ribeirinho de Alcântara; ou à entrega do Programa e-escolinhas e computador Magalhães nas mãos de obscuros interesses privados, anulando qualquer benefício que vá além da Propaganda e anedotário nacional.
Para entender o modus operandi destes esquemas temos que nos centrar na figura de Mário Lino e seus acólitos. O seu ministério de Lino é a base dos “grandes projectos” e de ex-colaboradores sua fonte inesgotável de génios: os sempre eficazes ex-funcionários das Águas de Portugal. É um aviso, estamos a lidar com vendedores de água!
Por exemplo: o secretário de Estado adjunto das obras públicas e comunicações e responsável máximo pelo DEM, Paulo Campos, fez-se homem nas Águas de Portugal. O agora SEAOPC tem a seu cargo as rédeas da Autoridade de Segurança da Ponte 25 de Abril; Comissão de Planeamento de Emergência do Transporte Aéreo; Comissão de Planeamento de Emergência das Comunicações; Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves; Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário; Instituto Nacional de Aviação Civil, I. P.; ICP - Autoridade Nacional de Comunicações; Obra Social do Ministério das Obras Públicas; EP - Estradas de Portugal, E. P. E.; Navegação Aérea de Portugal - NAV Portugal, E. P. E.; Ana - Aeroportos de Portugal, S. A.; TAP - Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S. A.; Naer - Novo Aeroporto, S. A.; EDAB - Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, S. A.; ANAM - Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira, S. A.; CTT - Correios de Portugal, S. A.; Portugal Telecom, SGPS, S. A.; e mais qualquer coisinha…
Alguém falou em estranha concentração de poderes? De uma forma ou outra, grande parte das negociatas do Ministério de Lino passam pelo seu crivo, autorização e controle.
À semelhança do “Padrinho” este Governo iniciou a moda das “propostas que não se pode recusar”. Qualquer projecto de obra pública é tomado como urgente e demasiado complexo; de modo a ser autorizado por decreto, sem concurso público, gerido e controlado na sombra do secretismo legal de actividade privada.
Essa actividade privada, privilegiada pela proximidade ao poder, é que nos anda a comer por parvos. Querem lá eles saber se o dispositivo pode ou não ser usado para espiolhar. O que eles querem é vender um pedaço de plástico com cem por cento de lucro e ter 6 milhões de “patos” à disposição.
Não há como olhar para os currículos dos homens chave das grandes obras futuras para encontrar a teia Sócrates/Lino/Paulo Campos/Águas de Portugal. Injusta generalização, é certo, mas que nos ajuda a contextualizar os métodos desta pandilha.
É gente que se formou com a privatização do sector mais vital da Nação. Aprenderam a fazer dinheiro com o abastecimento de um bem Público e essencial às populações, provavelmente o serviço público mais simbólico e primal da civilização.
Vendiam água e descobriram que “o melhor negócio do Mundo é aquele em que as pessoas são obrigadas a comprar o produto, ao preço que se quiser e sem que lhes reste qualquer alternativa”. Assim mesmo, como já ouvi dizer!
É assim que Sócrates e Lino fazem política e negócio há mais de 3 anos com maioria absoluta. Distribuindo riqueza a muito poucos, exigindo quase tudo aos que menos usufruem. Obra para o futuro? Nada disso, provavelmente, já estão todos a preparar a retirada para colher os frutos dos acordos firmados como gestores do império privado que têm vindo a organizar. As obras em Portugal só avançam quando estão garantidas fortunas às empresas geridas pelos lacaios do Governo. É o semear de futuros “tachos” em empresas onde Portugueses são clientes compulsivos.
Até quando o aturamos? Até nos forçarem a comprar o dispositivo ignóbil de matrícula ou depois?
A indignação e desobediência civil são os meios que temos à disposição. Talvez se consiga, pelo menos, afugentá-los.
É só pegar o fio à meada e começar a desembaraçar o novelo.
NOTA:
A pré-análise de um eventual abuso de autoridade é tão subjectiva como a legitimidade moral dos mais dissimulados servidores do Estado. Os políticos portugueses vivem há séculos na sombra da Lei, da Justiça e da Autoridade. É a tradição; protegem-se uns aos outros e cá fora são todos semelhantes homens de negócios. Nada tenho contra quem trabalha, ou trabalhou, nas Águas de Portugal e agora vive sob a asa de Mário Lino. Presto as minhas homenagens, aliás, a um honesto canalizador que durante três dias tentou, e conseguiu, desentupir os canos velhos da casa dos meus pais; em vez de refazer toda a canalização, coisa que lhe daria mais lucro e lhe fora proposto. Mas este Homem não servia para as “Águas” onde Sócrates pescou os seus gestores políticos. Excessivamente sério e com intenções de se deitar com consciência tranquila…