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Clube Bilderberg – Os Senhores do Mundo
A nova era da escravidão
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Os ângulos de abordagem usados pelos comentadores para a análise e explicação das causas da actual crise do capitalismo global raras vezes têm colocado a hipótese de se poder estar em presença de um plano sofisticado arquitectado pelos próprios detentores do grande capital. Mas não é possível deixar passar em claro que aspectos decisivos marcam a diferença que existe entre a forma como a presente crise surgiu e se desenvolveu e a génese das outras crises cíclicas do capitalismo.
Existe uma gestão da actual crise. Esta tese foi desenvolvida e densamente fundamentada num trabalho de Daniel Estulin cujo título original é bem descritivo – The Road to Tyranny: Total Enslavement. Na tradução portuguesa intitula-se Clube Bilderberg – Os Senhores do Mundo.
O livro de Estulin contém revelações sensacionais. Se nas sociedades ocidentais tudo se encobre com o manto da democracia, a realidade política e social é bem diferente. Nunca o produto do trabalho foi tão mal repartido. Nunca, depois de Hitler e de Mussolini, as áreas do poder se aproximaram tanto dos modelos concentracionários da Nova Ordem Mundial que o nazi-fascismo se propôs concretizar. Sabe-se agora que a História não faz este desvio por acaso. Existe um governo central invisível que procura controlar o mundo e fazer recuar o processo histórico de libertação do homem.
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A escalada do poder totalitário
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Em última instância, a Nova Ordem da globalização pretende inverter, na medida dos interesses dos mais ricos, todas as leis sociais que consagram a emancipação dos povos. Importa que o grande capital se apodere do poder e abra caminho, custe o que custar, à instalação de um só governo global dispondo de um só exército mundial, de um só mercado único e de um só Banco Mundial regulador da economia e das finanças, ao serviço da globalização. Todas as armas do arsenal capitalista devem ser usadas nesse sentido vital: os sindicatos serão desmontados, as identidades nacionais subvertidas, a comunicação social transformar-se-á num poderoso meio de controlo das mentes, as guerras, as epidemias, as fomes, os assassinatos políticos, serão bem-vindos desde que contribuam para concentrar a riqueza nas mãos de uma elite financeira cada vez mais restrita. «Na Nova Ordem Mundial» – diz Estulin – «não haverá classe média, apenas pobres e ricos». Para atingir este objectivo com segurança, a globalização neoliberal envolveu igualmente as religiões e as igrejas. Uma só Igreja Universal terá espaço para se afirmar e canalizar a crença religiosa das massas no sentido da sujeição dos pobres aos ricos e à escravidão do terror. Todas as outras confissões serão aniquiladas. É por isso que constantemente vemos eclodirem guerras de destruição em países onde predominam religiões não católicas.
Este megalómano plano da loucura e do crime passa também pela abertura de crises económicas e financeiras devidamente controladas à escala planetária. Em tudo aparentada com a Nova Ordem Nazi, a globalização exige a destruição dos sistemas económicos tradicionais, numa fase intercalar de «sociedades pós-industriais de crescimento zero». Áreas estratégicas serão congeladas, nomeadamente no sector da energia. Serão bloqueadas todas as tentativas nacionais de industrialização e as principais unidades fabris que servem os países ricos serão transferidas para os países pobres onde a mão-de-obra escrava é barata. Em contrapartida, constituir-se-á uma casta de tecnocratas bem pagos, à imagem da classe aristocrática dos senhores feudais. Neste aspecto, a crise económica mundial desempenha um papel insubstituível: só ela pode «cilindrar» os países pobres, banir os seres inúteis e estabelecer em definitivo o modelo de organização social baseado na sujeição dos explorados aos exploradores. O futuro das sociedades será portanto elitista e esclavagista. A repressão dos povos com veleidades de resistência tornar-se-á pois empresa fácil para os exploradores. As epidemias graves tornar-se-ão também no futuro uma excelente forma de simplificação dos problemas sociais. O «governo invisível» pensa ser possível exterminar deste modo, até ao ano de 2050, quatro mil milhões de «comedores inúteis» (segundo os irónicos comentários de Rockefeller e de Kissinger, membros do Clube Bilderberg). «Dos restantes 2 mil milhões de pessoas, 500 milhões serão formadas por raças chinesas e japonesas, escolhidas porque são povos que foram subordinados a uma disciplina rígida, durante séculos, e estão habituados a obedecer à autoridade sem a questionar».
É também vital «manter as pessoas num estado perpétuo de desequilíbrio – físico, mental e emocional – através de crises pré-fabricadas e sucessivas. Isso impedi-las-á de decidirem o seu próprio destino, confundindo e desmoralizando assim as populações a ponto de que, quando confrontadas com escolhas difíceis, se gere uma apatia geral em grande escala» (John Coleman in Conspirator's Hierarchy: The story of the Committee of 300).
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Os ocultos alçapões
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Levar à prática esta política de «terra queimada», destruir e simultaneamente substituir «criativamente», exige uma direcção central com poderes transcendentes. Este «governo sombra» já existe e está devidamente identificado. Dá pelo nome de «CFR-Council on Foreing Relations» (Conselho das Relações Externas). A sua natureza e o seu poderio não devem ser entendidos como sinais de uma simples sociedade secreta. O CFR é a cabeça do comando de centenas de sociedades secretas ou semi-secretas. Toma decisões, sem direito a recurso, da mais alta gravidade. Dita orientações inapeláveis ao FMI, ao Banco Mundial, à OCDE, aos países do G8, à ONU, à NATO, a tudo quanto traduza, no mundo capitalista, governo, poder e dinheiro. Por isso é cegamente obedecido pelos centros de decisão do grande capital, como é o caso do Clube de Bilderberg ou do poderoso Grupo de Davos. Ninguém penetra nos círculos do CFR sem ser convidado. E a decisão de convidar alguém só pode ser tomada pelo próprio CFR. Mesmo no caso das figuras de maior destaque político e financeiro. Por exemplo, o actual Papa, Joseph Ratzinger, faz parte do «Clube de Bilderberg» e é membro de grau 33 da Maçonaria. Foi um dos convidados do CFR. A revelação é feita por Estulin neste seu livro. A obra refere ainda, como fundador do Bilderberg (1954), o príncipe Bernhard da Holanda, 100 nomes dos detentores das principais fortunas mundiais e todos aqueles que desempenharam papéis de direcção de relevo e ainda estão vivos, nos países mais ricos e desenvolvidos, tais como os de Margaret Thatcher, Giscard d'Estaing, Bill Clinton, Tony Blair, Donald Rumsfeld, etc., etc. O CFR é também a instância suprema de uma pirâmide de «cachos» de grupos secretos e semi-secretos, tais como o Clube de Roma, a Trilateral, a Maçonaria, o Opus Dei, a Távola Redonda, a Sociedade dos Jesuítas Aristóteles e de muitos outros tentáculos do «polvo» capitalista.
É nas reuniões periódicas e ultra secretas do Clube Bilderberg, do grupo de Davos e do CFR, que se decidem guerras e destruições maciças, como as do Iraque, das Malvinas, dos bombardeamentos da Chechénia, das operações no Kosovo ou das atrocidades cometidas no Congo e no Sudão. «Quase todos os generais, almirantes, vice-almirantes, coronéis e capitães do Estado-Maior Conjunto (o grupo de experimentados veteranos de guerra que são a base das decisões dos presidentes dos EUA em todas as iniciativas bélicas) estão nas mãos e sob o controlo da organização irmã de Bilderberg – o temível Council on Foreign Relations» - esclarece Daniel Estulin.
Aliás, este seu trabalho está recheado de dados concretos inesperados. Num desses passos e a propósito da importância das decisões que são tomadas nas reuniões do Clube de Bilderberg, Estulin refere-se a Portugal.
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A jogada portuguesa
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O encontro anual dos Bilderbergs realizou-se, em 2004, num hotel em Stresa, em Itália. Da agenda da reunião, agora conhecida, constavam alíneas importantes nomeadamente, a ampliação da zona de Comércio Livre, o projecto de criação de três moedas universais, a harmonização tributária, o petróleo e o Médio Oriente, etc. Tudo isto são aspectos relacionados com as finanças e a economia, discutidos em vésperas do reconhecimento oficial da actual crise financeira. Refere Estulin: «Segundo uma fonte bem informada, presente na reunião, a jogada portuguesa de 2004 – isto é, a promoção em bloco dos bilderbergs portugueses – foi encenada em Stresa. Pedro Santana Lopes, o pouco conhecido presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi nomeado primeiro-ministro pelo Presidente da República; José Manuel Durão Barroso, anterior primeiro-ministro, é agora presidente da Comissão Europeia; e José Sócrates, deputado, foi eleito líder do Partido Socialista, depois de Eduardo Ferro Rodrigues se demitir do cargo, em plena crise social e política (fontes próximas da investigação confirmam que essa crise também foi montada nos bastidores de Stresa, pelos bilderbergs)». Para além dos nomes já referidos, estiveram presentes outras entidades portuguesas, como Pinto Balsemão, António Guterres, Morais Sarmento e outros.
As reuniões anuais do Clube Bilderberg geram infalivelmente alterações profundas no panorama político mundial. Por si só, esta constatação seria suficiente para provar que estamos em presença de um «Governo Mundial Único». Outro facto indesmentível é a evidência de que todas as políticas dos ministérios de Sócrates são decalcadas nas instruções de Bilderberg. Ponto por ponto, como uma cartilha. Das grandes linhas gerais da acção governativa aos mais pequenos detalhes do comércio de computadores, da implantação de «chips», do alarmismo das falsas pandemias, das energias alternativas, das «lutas contra a pobreza» que não produzem resultados, das torrentes de dinheiro para os bancos falidos, das falácias em torno dos défices públicos e... tudo o mais.
Péssimo serviço prestaria ao povo quem tentasse ignorar que os riscos do momento que atravessamos são enormes e que é gigantesco o poder acumulado nas mãos dos representantes do grande capital. Mas o povo, os trabalhadores, os intelectuais, os explorados em geral, têm todas as razões para continuarem a lutar por um mundo melhor e mais justo. Importa que se ergam na denúncia da injustiça, que se organizem e lutem. Estulin encerra o seu livro com essas conclusões optimistas e positivas.
Os caminhos da globalização não são maré de rosas. O capitalismo global, para avançar depressa, queimou etapas. Atirou as finanças contra a economia. Faz a guerra pela globalização total, procura esmagar as nacionalidades e debate-se com o terrorismo. Pratica a estratégia da «terra queimada». Desperta os ódios das classes médias e a ira dos trabalhadores. Tentou a quadratura do círculo, não foi capaz, perdeu o pé e está na iminência de regressar ao fascismo puro e duro, sua matriz principal. Mas os capitalistas terão de aprender à sua custa que «a história de toda a sociedade até agora existente é a história da luta de classes». Daniel Estulin entende deste modo a situação presente e reforça a confiança que devemos ter no futuro e na nossa capacidade de lutar.
O capitalismo promete a paz e faz a guerra. Invoca a democracia e tece as malhas de uma sociedade concentracionária. Diz-se campeão do sucesso e da prosperidade e trata os pobres como se fossem gado. Faz aquilo que sabe não dever fazer: lançar na miséria mesmo aqueles a que tem chamado seus pares e proletariza as classes médias. O capitalismo global está cada vez mais isolado. Não consegue atingir o essencial das suas metas.
Não conseguiu fundir, como se propunha, os mercados europeus, norte-americanos e orientais. Não conseguiu instalar uma só Religião Universal. Não conseguiu confundir os povos e as nações, transformando-as em simples Regiões da Terra. Não conseguiu esvaziar de conteúdo o sentimento nacional dos povos. Não conseguiu extinguir as lutas de classes. Não conseguiu ocultar as suas relações com o terrorismo. Não conseguiu despovoar as grandes cidades. Lançou guerras punitivas, lançou a fome e o sofrimento. Mesmo assim não conseguiu exterminar os povos pobres até ao ano 2000, tal como a administração Bush pretendia. Não conseguiu fundir num só exército as forças armadas norte-americanas e russas. Não conseguiu alcançar a hegemonia absoluta nos sistemas da saúde e da educação em todos os países. Não conseguiu resolver os problemas internos do capitalismo.
A globalização é um falso mito. Construiu um monstro que a há-de devorar. O capitalismo morrerá afogado em oiro. Mas deixará atrás de si uma terra em ruínas que os pobres irão habitar. | . | |
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