|  O PCP considera que as questões que envolvem a  publicação da próxima edição do semanário Sol assumem um inquietante  precedente, são inseparáveis da condenável e sistemática violação do  segredo de justiça e «reitera a exigência um cabal esclarecimento por  parte do Primeiro-Ministro, face a notícias sobre alegadas pressões para  controlo da comunicação social».       . O PCP, a propósito das questões que envolvem a publicação da próxima  edição do semanário Sol, quer deixar registado, de momento, o seguinte:
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 1. As questões que envolvem a publicação da próxima edição do semanário  Sol, sem prejuízo das competências do poder judicial, assumem, no quadro  de múltiplas notícias quanto a pressões sobre a liberdade de expressão,  um inquietante precedente.
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 2. Estes acontecimentos são inseparáveis da condenável e sistemática  violação do segredo de justiça.
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 3. O PCP, sem querer contribuir para o deliberado desvio de atenções dos  graves problemas do país e das gravosas decisões que o Orçamento de  Estado agora em discussão suscita, reitera a exigência de um cabal  esclarecimento por parte do Primeiro-Ministro, face a notícias sobre  alegadas pressões para controlo da comunicação social.
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| Intervenção de Bernardino Soares na AR |                | Processo Face Oculta |  
     | Quarta, 11 Novembro 2009 |      |  É verdade  que há uma crise na justiça, uma crise profunda que os portugueses bem  sentem, não só em relação à não resolução de casos concretos ao longo  dos anos mas, também - e até, talvez, sobretudo -, pela própria falta de  acesso à justiça se não tiverem as condições económicas necessárias  para a ela aceder. 
 . A  opinião pública e o conteúdo das escutas das conversas telefónicas com o  ex-ministro socialista Armando Vara no âmbito do processo Face Oculta
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 Sr.  Presidente,
 Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite,
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 É  verdade que há uma crise na justiça, uma crise profunda que os  portugueses bem sentem, não só em relação à não resolução de casos  concretos ao longo dos anos mas, também - e até, talvez, sobretudo -,  pela própria falta de acesso à justiça se não tiverem as condições  económicas necessárias para a ela aceder.
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 Dito  isto, queria afirmar que continuamos, nesta situação em que nos  encontramos, a respeitar a separação de poderes entre o que é do  Parlamento e o que é da justiça. Independentemente da gravidade dos  casos que venham a público, esse tem de ser o nosso princípio, porque,  apesar de a crise da justiça ser profunda, ainda não estamos - pelo  menos, até agora - no ponto em que essa ultrapassagem de fronteiras  tenha qualquer justificação.
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 Também  queria dizer-lhe que, em relação aos problemas da justiça, é mais  importante falar das condições em que ela opera do que falar do caso  concreto, ou das competências do Procurador-Geral da República ou do  Presidente do Supremo Tribunal de Justiça. E é aí que tem de se dizer,  Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite, que estas leis que hoje tanto  dificultam o combate à criminalidade económica e financeira e a  investigação de casos de corrupção são «filhas» do PS e do PSD.
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 Desde  logo, em matéria de segredo de justiça, o pacto que assinaram e  concretizaram leva a que seja mais difícil investigar, como afirmam  altos responsáveis do Ministério Público, porque mais cedo os eventuais  suspeitos têm acesso às informações do processo.
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 Também  em matéria de autonomia do Ministério Público, foram-se pondo  sucessivamente, passo a passo, entraves a essa autonomia (e, mais uma  vez, isso resultou do pacto entre o PS e o PSD), aprovando,  designadamente, uma lei que permite que haja uma orientação política  sobre as prioridades da Procuradoria-Geral da República, uma  determinante que condiciona a autonomia do Ministério Público.
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 Ou  ainda, por exemplo, quando se assiste sistematicamente (situação da  responsabilidade do PS e do PSD) a uma escandalosa promiscuidade entre  cargos do Governo, grandes grupos económicos e empresas públicas, com  «saltos» daqui para ali, sem se perceber bem onde começa o campo privado  e onde começa o campo público.
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 Todas  essas situações (em que o PSD e o PS têm agravado as responsabilidades)  contribuem em muito para a suspeição que o povo português tem, não só  sobre a justiça mas também sobre a imposição que a Constituição impõe a  todos nós: a subordinação do poder económico ao poder político e não,  como hoje acontece pela mão de sucessivos governos, uma completa  subordinação do poder político ao poder económico, com as consequências  que estão à vista!
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 Esta  promiscuidade, agora auxiliada pela dificultação da investigação  criminal, é o problema que é preciso resolver e, para isso, não  precisamos de falar do caso concreto, precisamos de responsabilizar  aqueles que, como o PS e o PSD, tanto têm contribuído para que a  situação da justiça chegue ao ponto em que está.
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| Face Oculta | 
 | Face Oculta: PCP defende  manutenção de ...  «  Face Oculta  « |                 Face Oculta: PCP defende manutenção de escutas e condena a  sua destruição                        "Não se trata de procurar saber os seus conteúdos, mas  naturalmente procurar manter essas provas para processos futuros e a sua  destruição irreversível seria sempre uma perda", disse Jerónimo de  Sousa.                                Lusa                                         13:08 Domingo, 22 de Nov de 2009  . 
| O  secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje que seria uma  "perda" a destruição "irreversível" das escutas feitas no âmbito do  processo "Face Oculta" e defendeu a manutenção dessas provas "para  processos futuros". .      "Não se trata de procurar saber os seus conteúdos, mas naturalmente  procurar manter essas provas para processos futuros e a sua destruição  irreversível seria sempre uma perda", afirmou Jerónimo de Sousa aos  jornalistas, em conferência de imprensa. .      O líder do PCP reconheceu não dispor de elementos "para avaliar o  acerto da decisão" do Procurador-geral da República, Pinto Monteiro,  sobre o arquivamento das últimas cinco conversas entre Armando Vara e o  primeiro-ministro, José Sócrates, mas considerou "não haver no quadro  legal forma de escrutinar se essa decisão concreta é justa ou injusta". |         |  |  |  |         |                      |  Relacionados. . . |