O Estado da Nação 2009 / 2010

Meus caro Leitor,

Como é hábito de há 4 anos para cá, quero partilhar consigo, a minha análise sobre o Estado da Nação Portuguesa, a que pertenço com o maior orgulho e de livre vontade.

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Entre sucessos e insucessos, entre empresas que fecham e outras que se desenvolvem, entre os prognósticos pessimistas e optimistas sobre o estado da nossa Economia e Finanças, quero propor-vos outra grelha de análise sobre a nossa sociedade e sobre o seu futuro.

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Assim farei hoje a minha análise sobre o sistema político e sobre a Sociedade portuguesa em geral.

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Assistimos nos últimos dois anos, no plano político, a uma guerra aberta e crescente entre as cúpulas do PS e do PSD.

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Desta guerra resultaram vir ao de cima aquilo que todos nós já suspeitávamos, aquilo que todos nós falávamos á boca pequena, mas que ninguém trazia para a discussão pública.

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Refiro-me, como já percebeu, à corrupção reinante nas cúpulas dos dois maiores partidos portugueses.

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Assim tudo começou pelo escândalo Freeport, pelos diplomas falsos (ou menos academicamente sérios) do engº Sócrates, pelos projectos de engenharia que o mesmo assinou, sem nunca os ter visto.

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E estes escândalos afectaram o (PS) Partido Socialista.

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Depois vieram os escândalos do BCP, BPN e BPP, que afectaram as cúpulas do PSD, Partido Social-democrata.

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Depois, e no mesmo processo, verificou-se que o Governador do Banco de Portugal, alta figura do PS, tinha sido cúmplice passivo desta escândalo.

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Depois vieram os escândalos do processo Face Oculta, que afectaram novamente as cúpulas do PS.

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Agora, mais recentemente, veio a lume o escândalo do processo dos CTT, que afecta figuras importantes do PSD.

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Pelo meio, tentaram estes dois partidos, arrastar o CDS, com o falso caso dos submarinos, que acabou por se voltar contra as cúpulas do PS e PSD, pois verificou-se pela investigação que Paulo Portas tinha feito tudo direitinho, nas que tinham sido as empresas (Alemãs e Portuguesas) dominadas pelas cúpulas do centrão (as portuguesas) a não exercerem, como era sua obrigação, as obrigações para com o Estado Português.

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E, de repente, o caso morreu, muito por intervenção directa da Chanceler Alemã, que ao ver os interesses alemães em jogo, lançou um aviso sério aos governantes portugueses.

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De escândalo em escândalo, que afecta os ocupantes principais do Poder há 35 anos em Portugal, os portugueses, ficaram atónitos e exigiram Justiça.

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Mas verificaram que ou por cumplicidades neste sistema, ou por ineficiência do mesmo, ou por pura incompetência, tudo tem ficado sem punição.

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Madorf, nos EUA, foi julgado em 4 meses e severamente punido.

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Mas perguntar-se-á: isto em si mesmo, são prenúncios de decadência da Democracia Portuguesa, e da Sociedade Portuguesa em geral?

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Ou são apenas as pontas de um Iceberg muito maior?

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Vejamos:

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A sociedade portuguesa (todos nós) viu serem destruídos pelas cúpulas do PSD e do PS, os seus Valores de séculos: a honradez, a seriedade, a organização familiar, a defesa da vida, a religião, a palavra dada, a noção do Estado missionário (no sentido de missão de promover seriamente o desenvolvimento intelectual, de carácter, de bem estar comum, de defesa dos valores perenes da Nação).

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E em seu lugar forma incutidos, com a cumplicidade da comunicação social, ou de parte desta: o relativismo, o “já não se usa” quando se fala de costumes e de educação, os direitos (sem deveres associados), o facilitismo, o laxismo, a destruição da família e seus valores intrínsecos, a destruição do valor supremo da vida.

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Não quero maçar com a descrição exaustiva dos Decretos-Lei Governamentais, das Leis da Assembleia da República e das Declarações Públicas constantes das cúpulas destes dois partidos, para ilustrar o que acabo de analisar.

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Mas tudo isto foi feito com um propósito claro de mudar a sociedade portuguesa.

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Ora nem sempre a mudança é positiva, em si mesma.

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Se uma pessoa passar de pessoa séria a ladrão, isso não é necessariamente uma mudança positiva, ética ou moral.

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E os portugueses, calmos e tranquilos foram adoptando os novos “valores” transmitidos pelos seus eleitos, ficando na dúvida se os seus valores de sempre, eram válidos ou não, face á propaganda massiva dos novos.

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E muitos, não querendo ficar “fora de moda”, ou serem considerados “menos modernos”, adoptaram-nos, não por convicção, mas por terem medo de estar “fora de moda”, face aos seus conhecidos.

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E os portugueses, resilientes, foram pactuando com essa “evolução”, quer votando uma e outra vez maioritariamente nos autores destas “mudanças”, vendo e acreditando que era este o caminho do “progresso”, pois era isso que lhe iam sempre dizendo, e continuam a dizer.

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E agora “á boca pequena”, mais uma vez, vão-se apercebendo que a sociedade portuguesa está com TODOS os SINTOMAS de DECADÊNCIA, os quais ditaram a morte, por exemplo, do Império Romano.

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Isto é, estão-se a aperceber que estamos num acto de Decadência da Civilização.

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Dir-se-á, e bem, que isto não é tipicamente português.

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É Ocidental.

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Verdade!

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Mas será que temos de imitar tudo o que de mau vem de fora e adoptá-lo como nosso?

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Donde, na minha opinião, o Estado da Nação para 2010 tem de mudar radicalmente.

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Ou nós cidadãos, passamos a ser menos permissivos nos costumes;

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Ou nós, cidadãos, recuperamos, enquanto sociedade, os valores da honradez, da lealdade, da seriedade, da defesa da família;

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Ou nós, cidadãos, recuperamos os valores do trabalho honrado e diligente, como forma de contribuir para o progresso individual e da Nação;

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u nós, cidadãos, recuperamos a noção de que Portugal tem que defender, em primeiro lugar, os interesses dos seus nacionais e só depois os interesses de outros;

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Ou nós, cidadãos, recuperamos a noção que a cada Direito corresponde um Dever;

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E então punimos (pela opinião, pelo voto, pela acção) severamente os escândalos e seus autores;

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E exigimos mais seriedade aos nossos Governos;

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Ou então Portugal e os Portugueses, não têm solução!

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Eu acredito que temos solução.

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Basta lutarmos, cada um e todos, por isso!

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Á Sua consideração e Reflexão!

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Bom Ano de 2010 para si e para toda a sua família.

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Melhores cumprimentos

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Miguel Mattos Chaves

Senior Corporate's Director

Senior Corporate's Consultant

Master in European Studies (economics)

& Master in Marketing Management by

Universidade Católica Portuguesa

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PortugalClub seg 28-12-2009 17:28

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