| Esquerda Net - Saúde rende 700 milhões de euros aos privados | 
| 01-Fev-2010 | |
| A facturação dos principais grupos privados na área da  saúde  aumentou em cerca de 42,5% entre 2008 e 2009.  . Só o grupo Mello fechou o ano de 2009 com uma facturação de 266 milhões de euros, um crescimento superior a 20% em relação ao ano de 2008, valor que engloba a parceria público-privada do hospital de Braga. O grupo Espírito Santo Saúde (ESS), outro peso pesado no sector da saúde privada, facturou 219 milhões de euros, um acréscimo de cerca de 19% em relação a 2008. Tais resultados são atribuídos ao aumento na procura de cuidados nos serviços privados. .  Muitos resultados ainda estão por fechar, como é o caso dos Hospitais  Privados de Portugal (HPP), onde as estimativas de facturação apontavam para os  150 milhões de euros, das quais 55 milhões de euros se devem à parceria  público-privada do Hospital de Cascais. Para o presidente dos HPP, José Miguel  Boquinhas, parte deste crescimento também está relacionado o aumento de cuidados  a utentes de subsistemas. O presidente do HPP estima que o sector privado terá  cerca de 3 milhões de potenciais clientes.  .  Completando o quadro dos quatro maiores grupos da saúde privada, o grupo  Trofa, liderado por José Vila Nova, em declarações ao DN, afirmou que o ganho  anual foi de 47,5%, passando a ter 59 milhões de euros de facturação em 2009,  com a perspectiva de novo aumento para 2010.  .  Para o director da Escola Nacional de Saúde Pública, Constantino  Sakellarides, a maior procura dos serviços privados ocorre porque muitas  empresas dão seguros de saúde aos funcionários, e porque nos últimos anos muitos  médicos qualificados saíram do sector público para o privado, o que considerou  uma hemorragia não planeada que contribui para a diminuição da capacidade de  resposta do SNS.  .  Sakellarides lembra ainda que é difícil fazer comparações entre o público e o  privado porque um tem a porta aberta para todos e a toda a hora, e o outro não,  disse ainda não acreditar que o movimento de doentes do público para o privado  possa ajuda a aliviar a sobrecarga do SNS ,lembrando que mesmo que isso ocorra  será um caminho em que os que podem pagar vão para o privado e os outros para o  público, “não queremos dois patamares, um para quem tem posses e outro para quem  não tem”.  .  Para o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, estes números evidenciam  as declarações da Dra. Isabel Vaz durante a inauguração do Hospital da Luz,  quando afirmou que apenas o negócio das armas era melhor do que o negócio da  saúde privada.  .  João Semedo afirmou ainda que este resultado só é possível porque os Governos  do PS têm desinvestido no SNS, e permitido a “fuga para o privado”. O deputado  chama a atenção para o facto de nunca como dantes terem se construído tantos  hospitais privados e a iniciativa privada crescido tanto. Semedo classificou a  política do PS como uma “dieta de emagrecimento”, que tem permitido a engorda do  privado em função do público.  .  O deputado do Bloco de Esquerda considera que desta forma o Governo tem  promovido a transferência de doentes do SNS para o privado e que grande parte  destas receitas decorrem da ADSE e de outros sistemas públicos, ou seja,  directamente financiado pelo serviço público. Semedo defende a premência na  expansão e modernização dos serviços de saúde.   . . | 
 
 
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