Só mesmo gente fraca, tonta, desmobilizada pede um movimento militar para fazer um Abril de Novo. O 25 de Abril de 74 foi e será único, por muitas e muitas décadas, daí o seu valor transcendente que muito poucos entenderam.
Por mais que desrespeitem os militares, nas próximas décadas a resposta de descontentamento nunca seria algo parecido com o 25 de Abril 74. O Movimento das Forças Armadas foi uma resposta heróica, transcendente, específica e única dada pelos Militares jovens e depois acompanhada pelo povo, a uma situação de degradação moral e patriótica que se desenvolveu durante 14 anos de guerra colonial
Pela minha parte retive, sem receber qualquer byte de informação de Otelos e companhia, um ano depois de estar em África, que a guerra estava mal conduzida, que aquelas populações não eram portuguesas.
O patriotismo dos senhores da ANP e do Terreiro do Paço era mandarem tropa para África, completamente desprotegida, mas para esta semente, a da guerra colonial, dar frutos foram precisos 14 anos de contradições e uma persistente actuação sacrificial dos oficiais do QP e de todos os militares do Serviço Militar Obrigatório. É este o caldo de falta de humanismo e de patriotismo genuíno do regime fascista, com todas as letras e essência, que nos leva a olhar a ditadura como uma parte do problema e não como solução. Ora se alguma vez os militares virem na democracia uma parte do problema, não farão um Novo 25 de Abril, é óbvio.
Também só gente fraca, cansada quer um novo 25 de Abril, pois o que há a fazer, é, de facto, o 25 de Abril de verdade, ou seja, usar a liberdade, para correr com todos os caciques, encobridores da verdade, ditadorezecos, corruptos, donos de almas, sectários e criar uma nova classe política que ame o povo plebeu, que não o tenha como meros piões de jogos pessoais ou alucinações. É preciso saber quem somos e para onde vamos.
É preciso saber que desde 1970 vivemos como não podemos, e, agora, pior, porque quase todos usaram a melhoria de vencimentos e os cartões de crédito para um consumismo esquizofrénico, e ninguém ousou criticar esse comportamento, fê-lo Américo Tomas em 1973 e Vasco Gonçalves em 1975, depois, foi o descalabro, sempre a se pedir melhores salários, sem se olhar para a matriz do consumo e para a mancha do desemprego; foi a completa destruição de toda a produção; foi a criação de um país parado com milhões e milhões de pessoas de todas as idades sem fazerem népia, e multidões de homens acima dos 40 anos nas tabernas e, por aí, a jogarem à sueca. É uma dor de alma andar por Portugal, e ver um país parado e imbecil.
Como a esta multidão de desgraçados, imbecilizados, foi permitido viver estes anos todos assim, como tenho denunciado, 50% mandou às urtigas a cidadania, e permitiu todo o descalabro político, económico, civilizacional em que vivemos, em que se permite a impunidade, a incompetência, a corrupção e que indivíduos, entre uma generalizada população de miseráveis, ganhem 200 mil euros/ mês, pagando na pior das hipóteses 84 mil euros de impostos.
Tudo isto é um escândalo, como o é, submeterem -nos às directivas da União Europeia que até para comermos temos de criar endividamento externo, porque não produzimos um litro do quer que seja, para além do leite, não pescamos etc.; como o é, venderem o país, desde há muitos anos, a retalho ao estrangeiro.
Sim, loucos são os que querem novo 25 de Abril, quando não são capazes de lutar por este e condenarem os que o entregaram aos Carluccis e Kissinger a pretexto de limparem os comunas, ou seja, comunistas ou não, das Forças Armadas, mas toda a gente, desde que lutassem pela resolução dos problemas de INDIGNIDADE em que viviam muitos plebeus, muitos trabalhadores agrícolas do Alentejo, etc.
O que é preciso é construir entre o povo plebeu uma grande CONSCIÊNCIA MORAL DE DIGNIDADE que FAÇA EMERGIR LÍDERES HONESTOS, LIVRES, DEMOCRATAS, VERDADEIROS que CORRAM COM TODOS OS CACIQUES, JULGUEM OS CORRUPTOS, CUMPRAM COM O SEUS DEVERES, NÃO DEFENDAM CHEFES DE ESTADO CORRUPTOS E OU DITADORES, LUTEM NA EUROPA CONTRA A SUA CHINIZAÇÂO ( já falo deste fenómeno deste 2008), mulheres e homens sem medo, que recusem a infalibilidade, o dogmatismo e as mentiras dos chefes por medo ou cumplicidade.
Quando em cada partido ou organização só se conseguir ver o pó de areia no olho do outro, e não o penedo que cobre toda a vista ao militante, só nos resta o Inferno, cantem o que cantarem, não nos salvaremos e uns como, os judeus também o faziam a caminho dos altos-fornos, irão cantando.
Às gentes revolucionárias e probas compete mobilizar o país para o sobressalto cívico pela conquista da DIGNIDADE, DA MORALIDADE, Do DESENVOLVIMENTO. Falem menos de coisas já acabadas, de prontos a vestir ou receitas dos secretários-gerais para o povo, mas falem sobretudo com o POVO que quer mais gente honrada na política, o que, também é muito difícil, porque gente honrada é produto raro, e os que há, os abutres de todas as castas e cores procuram matá-los.
Quem é indecente e ignóbil prefere a real poltique, à verdade, à transparência, e que sobre isto ninguém se iluda, porque a ilusão só pode produzir escravização, chinização. Os chineses dizem de nós que trabalhamos muito pouco, somos preguiçosos e ganhamos muito, o que, em parte é verdade, sobretudo quanto ao gastamos muito, mas a solução deles não interessa: milhões de milhões na miséria extrema, sem direitos e sem horários de trabalho, para que outros milhões sejam podres de ricos, e possam gastar fortunas nos casinos de Macau, apesar de não ser permitido a livre circulação de capitais.
Sim, estamos condenados, sem uma grande revolução nos comportamentos dos militantes dos partidos do centro esquerda e da esquerda, sem que aí aconteça o 25 de Abril vão milhares e milhares de portugueses arrastarem-se pelas ruelas sem pão, nem casa, e outras centenas de milhares pelas calçadas do protesto, enquanto 1 milhão vai gozar as grandes benesses deste sol de Portugal, um grande país, caído no desnorte.
andrade da silva
PS: Mas se pensam que há exagero nesta antevisão, dêem uma espreitadela aos Alertas, deixados neste blogue, é o roteiro das nossas desgraçadas em antevisão: Alertas, depois Alerta n+1.... até ..n+n, alertas quase finais, alertas finais, tá lá tudo, mas a nossa atracção pelo abismo é-nos fatal, até porque neste momento de medo poucos querem ouvir o que lhe causa ansiedade, e por, isso, só os ricos e poderosos se salvarão.
Tão cedo, como poucos, falamos que estávamos à beira da bancarrota, agora descaradamente todos falam dessa desgraça, porquê? Será para aceitarmos o garrote e fugirmos à guilhotina?
Portugueses!
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