11 Abril 2011 | 18:34
Lusa
O antigo candidato presidencial Fernando Nobre manteve encontros com elementos do PS "a propósito do seu futuro político", mas nunca houve "convites formais" por parte daquele partido, disse à Lusa o antigo director de campanha do presidente da AMI.
"Houve encontros do doutor Fernando Nobre com pessoas do PS, formal ou informalmente, onde se conversou sobre o seu futuro político e a possibilidade de integração política", afirmou à Lusa Artur Pereira, director na campanha presidencial de Fernando Nobre, em Janeiro.
O responsável escusou-se a esclarecer de que personalidades se trataram, remetendo essa informação para o antigo candidato aBelém -- que se encontra no Sri Lanka, regressando a Portugal no final desta semana.
O deputado socialista José Lello considerou hoje um erro a decisão do PSD de apresentar Fernando Nobre como candidato a presidente da Assembleia da República e negou que o PS o tenha convidado para as listas socialistas.
"Nunca dissemos que tinha havido um convite formal por parte do Partido Socialista ao doutor Fernando Nobre", declarou Artur Pereira, que revelou ainda que não existiram quaisquer convites por parte do Bloco de Esquerda -- de quem Fernando Nobre foi mandatário nacional nas europeias de 2005 -- nem do CDS-PP.
Desde o anúncio de que Fernando Nobre liderará a lista do PSD por Lisboa na campanha para as legislativas, este domingo, surgiram centenas de comentários na sua página da rede social Facebook, a esmagadora maioria a condenar a decisão.
Sublinhando que o antigo candidato não é "refém dos votos que as pessoas em Janeiro depositaram nele", o responsável afirmou que Fernando Nobre "é um homem livre, independente, que fez uma campanha para a Presidência da República cumprindo com o que disse, independente de forças partidárias, sustentada no pilar da cidadania", disse Artur Pereira.
O antigo responsável de campanha acrescentou que Nobre não fez uma campanha crítica em relação aos partidos políticos, antes "valorizou sempre que há política para além dos partidos, mas que estes são essenciais para a democracia portuguesa".
Fernando Nobre "não é candidato a Presidente da República, não tem nenhum movimento nem tem ninguém a quem responder a não ser a ele mesmo, do ponto de vista da sua consciência política, numa situação que é infelizmente muito diferente daquela que acontecia a 23 de Janeiro".
Artur Pereira lamentou que "as pessoas não admitam que Fernando Nobre tenha o direito de exercer a sua cidadania plena".
"Pelos vistos, tinha de deixar de ter opinião política e de exercer actos políticos, durante o tempo que as pessoas entendessem", criticou.
O responsável adiantou que até ao final deste mês Fernando Nobre apresentará os seus "compromissos enquanto cidadão", propondo "uma intervenção mais transparente e mais aberta à sociedade civil, da parte da presidência da Assembleia da República".
O presidente da Assembleia da República, acrescentou, não deve "limitar-se a fazer gestão dos trabalhos parlamentares", mas "pode ser uma voz de intervenção e de melhoria, de reconciliação, de estabelecimento de pontes entre os portugueses e a política e entre os vários agentes da política nacional”.
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