A Internacional

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sábado, maio 02, 2009

Dia do Trabalhador: Desacatos na Alameda, em Lisboa

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Pedro Silva
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Vital agredido e insultado na manifestação da CGTP

As comemorações do 1º de Maio ficaram ontem marcadas pelas agressões e insultos ao cabeça-de-lista do PS às eleições europeias. Vital Moreira foi agredido com murros nas costas e na cabeça, insultado, cuspido e empurrado por manifestantes que participavam no desfile da CGTP, em Lisboa.

"Não esperava de todo esta reacção. Obviamente não culpo a CGTP. Foi um pequeno grupo de pessoas que, 35 anos depois do 25 de Abril, ainda não partilham valores como a tolerância", disse Vital Moreira, garantindo que não irá apresentar queixa dos agressores. A PSP confirmou não ter recebido denúncias.


Tudo aconteceu quando o constitucionalista, que integrava uma delegação do PS, foi cumprimentar, conforme combinado, a direcção da CGTP, em desfile entre a Alameda e o Rossio para assinalar o 1º de Maio. "Assim que começámos a chegar junto dos manifestantes, começaram a ouvir-se insultos dirigidos a Vital Moreira. Aí, previ que as coisas podiam complicar-se", contou ao CM Vítor Ramalho, que esteve ao seu lado evitou algumas agressões.


"Traidor", "mentiroso", "palhaço" e até mesmo "filho da p..." foram insultos dirigidos a Vital Moreira, que foi ainda agredido com murros e garrafas de água. Perante a fúria dos manifestantes, foi obrigado a abandonar o local.


Já no desfile da UGT, Vital Moreira garantiu estar "sereno e calmo, mas também revoltado" com os incidentes. "Esses desacatos dirigiram-se a mim pessoalmente (...). Há uma ala radical política, partidária e sindical. Penso que é óbvia a identificação das pessoas com um determinado partido. Não foi por acaso que fui eu o alvo", afirmou, referindo-se ao passado como militante do PCP, que deixou há vinte anos. Vítor Ramalho não identificou nenhum dos agressores como membro da CGTP. À noite, na SIC, Vital Moreira confessou que, "mais grave do que os desacatos" de que foi alvo, "foi a declaração do secretário-geral da CGTP", que associou a sua presença na manif a uma acção de campanha. Carvalho da Silva lamentou o incidente, mas não pediu desculpas, e Jerónimo de Sousa recusou comentar "o que não viu".


No passado, outros políticos foram agredidos durante as campanhas eleitorais: Mário Soares levou uma estalada na Marinha Grande; Francisco Assis foi agredido por apoiantes políticos de Fátima Felgueiras; Sousa Franco viu-se envolvido em confrontos na lota de Matosinhos.


UGT AMEAÇADA COM BOMBA


João Proença secretário-geral da UGT, referiu ontem, no final do desfile na praça dos Restauradores, a existência de uma ameaça de bomba contra a central sindical, que obrigou à interrupção do desfile durante 40 minutos. "Tivemos uma ameaça de bomba relativamente à manifestação." Quanto ao incidente ocorrido com Vital Moreira, cabeça-de--lista socialista às Europeias, na manifestação da CGTP, Proença declarou ser necessário" respeito em relação àqueles que convidamos ou em relação àqueles que querem dar apoio às lutas dos trabalhadores".


"É PRECISO QUE AS CAMPANHAS RESPEITEM O SOFRIMENTO"


Carvalho da Silva, líder da CGTP, recusou pedir formalmente desculpas ao Partido Socialista e a Vital Moreira pelos desacatos na manifestação por si organizada. E deixou o recado: "É preciso que as campanhas eleitorais respeitem o sofrimento que estas pessoas estão a sentir."


No entender de Carvalho da Silva, "os políticos deste País devem fazer uma reflexão para ver o que, do ponto de vista da acção política, podem fazer". Por isso, o dirigente da CGTP lembra que o discurso dos partidos na campanha às Europeias deve ter algumas reservas. "Esta campanha eleitoral, para respeitar aquilo que as pessoas estão a sentir, vai ter de ser cuidadosa em muitos aspectos". Carvalho da Silva criticou ainda a hipótese de um Bloco Central.


FRASES

"Não vou exigir pedido de desculpas... Não vou atribuir esta acção à CGTP mas sim ao sectarismo que alguns sectores da CGTP têm alimentado."

"Silêncio do PCP vale o que vale e portugueses julgá-lo-ão no devido tempo."

"Agride quem pode, mas não humilha quem quer. Este caso não me abalou"

Vital Moreira Constitucionalista

REACÇÕES


"PCP CRIOU AMBIENTE DE ÓDIO CONTRA PS": Vitalino Canas, Porta-voz PS

A agressão é um sinal de cobardia e de flagrante antidemocracia. O PCP e outras organizações, ao longo dos anos, criaram um ambiente de ódio contra o PS.


"ESTAMOS SOLIDÁRIOS COM VITAL MOREIRA": Paulo Rangel, PSD

O PSD repudia vivamente este tipo de comportamento. É vil e antidemocrático e, portanto, manifestamos a nossa solidariedade ao professor Vital Moreira.


"É LAMENTÁVEL E UMA ATITUDE A REPUDIAR": Nuno Melo, CDS-PP

Estou solidário com Vital Moreira. Qualquer acto que transcenda a lógica de que é a dialéctica da política é necessária é profundamente lamentável e de repudiar.

Ana Patrícia Dias / Diana Ramos / Jorge Kopke
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in Correio da Manhã -
02 Maio 2009 - 00h30
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