"A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) realizou um 'bem sucedido teste nuclear subterrâneo' na última segunda-feira, chocando a China e o resto do mundo", comenta na sua edição de hoje o site chinês Daily China, publicado em inglês.
Segundo a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA na sigla em inglês), o governo norte-coreano afirmou que o teste foi "parte das medidas realizadas no intuito de aumentar a capacidade de auto-defesa nuclear, solicitada por cientistas e técnicos".
De acordo com o diário chinês, citando a agência de notícias sul-coreana Yonhap, Pyongyang disparou três horas depois do teste nuclear três mísseis de curto alcance.
A China reagiu com firmeza, afirmando que "se opõe de forma resoluta" ao teste nuclear realizado pela RPDC, de acordo com nota distribuída pelo Ministério de Relações Externas.
"A RPDC ignorou a oposição da comunidade internacional e uma vez mais realizou um teste nuclear. O governo chinês se opõe de modo resoluto a isto", diz o texto distribuído pelo ministério.
A China tem agido de forma consistente e firme em seu propósito de desnuclearizar a Península Coreana. Se opõe à proliferação porque deseja que a paz e a estabilidade sejam mantidas no nordeste da Ásia e no resto do mundo.
A declaração pede "energicamente" que a RPDC honre seu compromisso com a não proliferação, pare com todas as atividades que possam deteriorar a situação e retorne ao diálogo multilateral de seis partes.
"A manutenção da paz e estabilidade no nordeste da Ásia é de interesse de todas as partes envolvidas", afirma a declaração, solicitando que todos os lados trabalhem com a questão de modo pacífico.
A declaração reitera o compromisso da China em restaurar a paz na região.
Lugar do teste
As autoridades da RPDC não deram detalhes do teste ou do lugar onde teria sido realizado. Mas representantes do governo da Coreia do Sul afirmaram que um "tremor artificial" foi detectado na região próxima à cidade de Kilju, no norte do país, cerca de 10 quilômetros do lugar onde foi realizado o primeiro teste nuclear, em outubro de 2006.
O teste de segunda-feira ocorreu um mês depois que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas ter adotado uma resolução condenando o lançamento pela RPDC de um foguete, em 5 de abril, e solicitando que "não fosse realizado nenhum outro lançamento".
Pyongyang respondeu afirmando que estava se retirando do diálogo multilateral de seis partes, que reabriria suas usinas e fortaleceria seu programa nuclear.
Os testes conduzidos na última segunda-feira tiveram ampla condenação internacional. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama afirmou que era "uma matéria de grande preocupação para todos os países".
A Rússia também considerou o teste uma "ameaça à segurança regional", afirmando também que a potência da bomba testada seria equivalente à lançada pelos Estados Unidos contra a cidade de Nagasaki em 1945.
Su Hao, diretor do Centro de Estudos da Ásia e do Pacífico da Universidade de Relações Exteriores da China, afirmou que o diálogo multilateral era "o único canal" pelo qual se poderia resolver essa questão. "Mas não vejo possibilidade desse diálogo ser reaberto em um futuro próximo, porque outras partes não aceitarão o status de potência nuclear da RPDC".
Mesmo que o diálogo seja reiniciado, "poderá acontecer um impasse por muito tempo, antes que as conversações surtam efeito novamente", afirmou Pang Zhongying, professor da Universidade Renmin.
"Está na hora de Obama colocar a questão da RPDC no topo do sua agenda", afirmou Pang, referindo-se ao progresso feito pelos Estados Unidos em relação a Irã e Cuba.
Fonte: China Daily
Xinhua - China News
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in Vermelho - 26 DE MAIO DE 2009 - 19h02
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