03-05-2009
Castanhas a estalar na boca
Ponto final, em príncipio
Desejo esclarecer que, em condições normais, não escreveria este «post» e muito menos publicaria este fotografia. Faço-o apenas porque me dizem que esta foto (em que propositadamente apaguei o rosto de uma pessoa) terá desaparecido do sítio onde estava alojada (havendo muita gente que sabe qual era o endereço electrónico).E, se assim foi, trata-se de uma atitude manifestamente pueril mas que volta a confirmar que uns têm a fama de rasura de imagens feitas para aí há 70 anos ou mais e outros têm o proveito de fazer algo similar hoje.
E "desidentifiquei" a segunda pessoa, a partir da esquerda, da mesa (que muitos blogues relacionam com imagens passadas numa peça da RTP N sobre os incidentes do Martim Moniz) porque, ao contrário de outras opiniões, não vejo qualquer interesse numa investigação ou identificação sobre quem teve comportamentos muitíssimo errados ainda que verificados numa situação de descontrolo individual e de crispação política. Sendo certo que tenho quase a certeza que uma tal investigação não deixaria de revelar a atitude e intervenção serena e apaziguadora de vários camaradas meus.
A foto fica aqui sobretudo para ver se alguns gulosos aprendem de vez que as castanhas lhes podem rebentar na boca, que devem tomar chá de tília antes de blogar em cima da hora sobre acontecimentos similares e, já agora, se não lhes custar muito, que bem podiam mandar de longas férias o enraizado preconceito anticomunista que lhes encharca as meninges.
Dito isto, continuo à espera que José Sócrates, Vitalino Canas, Vital Moreira e João Proença digam uma palavrinha que seja de repúdio ou lamento sobre o ilegal e antidemocrático arranque de propaganda da CDU na Avenida da Liberdade, na noite de 30/4 para 1/5, e indiscutivelmente perpetrado por uma brigada da UGT (como a PSP sabe) e que, azar dos Távoras, quem sabe se não incluia militantes do PS.
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Acreditem, lamento escrevê-lo
Afinal foi o PS
A origem da tal notícia
Afinal, é no próprio "site" oficial do PS, como se pode ver aqui, que com data de 30/4 está publicada a seguinte informação:
«Partido Socialista comemora Dia do Trabalhador
30-Abr-2009
O Partido Socialista assinala mais um aniversário do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, numa iniciativa onde marcam presença Vital Moreira, Vítor Ramalho, Ana Gomes, Manuela Augusto, Pedro Vaz e responsáveis da CGTP e UGT.
A delegação do Partido Socialista vai estar ao lado da CGTP no Rossio, às 14h30, e da UGT nos Restauradores, às 15h30.»
Face a isto, queiram ou não queiram todos aqueles que dez segundos depois já estavam a levar o PCP ao pelourinho, é uma evidência que há uma qualquer explicação que está a fazer falta.
Como elas se fazem
Esquecimentos
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Como já salientei noutro lado, e parece que na blogosfera terei sido o único que deu por isto, a verdade é que anteontem, no Público online, podia ler-se a seguinte notícia (sublinhados meus):
Vital Moreira e Ana Gomes com
CGTP e UGT no 1º de Maio
30.04.2009 - 19h38 Maria Lopes
A delegação do PS é encabeçada pelo candidato socialista às europeias, Vital Moreira, a eurodeputada Ana Gomes, o presidente do Inatel e da Federação do PS de Setúbal, Vítor Ramalho, e também Manuela Augusto, do departamento das Mulheres Socialistas, assim como Pedro Vaz, da Juventude Socialista.
Pelas 14h30, os socialistas saúdam alguns dirigentes da CGTP no Rossio, em frente à Pastelaria Suíça, mas não irão ao ponto de concentração da central sindical, que é, à mesma hora, no Martim Moniz – daí, a manifestação da CGTP seguirá pela avenida Almirante Reis até à Alameda Afonso Henriques.»
Uma hora depois, a delegação socialista encontra-se com a UGT nos Restauradores, onde a cabeça da manifestação, que parte do Marquês de Pombal, já deverá ter chegado.»
Ora, como também já escrevi noutro lado, uma notícia com esta precisão de que o encontro CGTP-delegação do PS era no Rossio e não no Martim Moniz só pode ter nascido de informações prestadas à jornalista pelo PS ou pela CGTP. E se era isto que estava encaminhado ou combinado por alguma razão o seria.
Responderá quem quiser e quem souber mas do que não parece haver dúvida é que alguma coisa mudou de quinta para sexta-feira. E, na minha opinião, mudou mal.
E os trezentos bloggers que estão mordendo no PCP e na CGTP e, em manifesto exagero, transformando o apupo a políticos num gravíssimo crime político (excepto se for na ópera), façam favor de não assobiar para o lado.
01-05-2009
Uma tristeza e uma vergonha
Vitalino, Vital e vitimização
A primeira é que enquanto os apupos resultam de atitudes, exaltações ou indignações que são de uma incontrolável esfera individual, já declarações como as de Vitalino Canas não tem nenhuma dessas características porque são proferidas consciente e deliberadamente por um alto responsável político do PS e, nesse sentido, são bastantes mais graves que quaisquer apupos, além de que, ao contrário dos apupos, se sabe quem as proferiu.
A segunda é que é significativo que ao PS, a Vitalino Canas e a Vital Moreira não tenha bastado deixar correr a "onda" que, mediaticamente, tinha todos os ingredientes para servir os seus interesses políticos. A gulosice desmedida levou-os a assumirem explicitamente a exploração e aproveitamento político dos incidentes.
Eu, por mim, não arrisco tanto mas não vão faltar cidadãos que, tudo visto, sigam aquele velho e conhecido preceito ou critério dos livros policiais: a quem aproveitava o crime ?.
P.S.: a propósito, o PS ou o seu governo já pediram desculpas pelas afirmações daquele seu Secretário de Estado que disse que ia «trucidar» trabalhadores da função pública ?.
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