A Internacional

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sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Português angolano

27 de Outubro de 2006 - 22:37 @ http://pt.wikipedia.org/wiki/Português_angolano

O português angolano é a variante do português falada em Angola. Em todo o país, 60% dos 12,5 milhões de habitantes falam o português como língua principal.

Mesmo com a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal é o padrão preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português apenas tem dois sotaques de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Entranto, é importante salientar que dentro do que se convencionou chamar de "português do Brasil" e "português europeu", há um grande número de variações regionais, sendo a variante angolana muito caracterísca com uma série de peculiariedades.

Índice

  • 1 História
  • 2 Fonologia
  • 3 Ortografia
    • 3.1 Padrões
  • 4 Léxico
  • 5 Situação do português
  • 6 Atualmente
  • 7 Dialetos
  • 8 Ver também

História

Fonologia

Em muitos aspectos o português de Angola é parecido com o Português Brasileiro. Como por exemplo na pronúncia da palavra "menino", no Brasil e em Angola a pronúncia é [mininu] ou [meninu], porém o Português Europeu é a variante preferida, pelos angolanos, na pronúncia. Como por exemplo na palavra "Portugal" que é pronunciada [purtugal] tanto pelos angolanos como pelos portugueses. Cabe ressaltar que há grande influência africana na variante angolana.

Ortografia

Padrões

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards) reconhecidas internacionalmente:

  • Português Europeu e Africano
  • Português do Brasil

Angola usa o Padrão Europeu, tanto na escrita quando na pronúncia. O que a versão brasileira do português tem de notório não é o seu léxico ou pronúncia distintos (considerados naturais até num mesmo país) mas antes a forma escrita. O Brasil eliminou a maioria dos primeiros "c" quando "cc", "cç" ou "ct"; e "p" quando "pc", "pç" ou "pt" porque não são pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do passado latino desta (alguns continuam a existir no português do Brasil, e mais ainda no Europeu e Africano).


Europa e África Brasil
acção ação
contacto contato
direcção direção
eléctrico elétrico
óptimo ótimo

Também existem diferenças em acentos, devido a:

  1. Pronúncia diferente. O Brasil em palavras como "Antônio" ou "anônimo" usa vogais fechadas, onde Portugal e África usam abertas, "António" ou "anónimo", respectivamente.
  2. Facilitar a leitura. Porque "qu" pode ser lido de duas diferentes forma em português: "ku" ou "k", o Brasil decidiu facilitar, usando o trema. Em vez de "cinquenta" como é escrito em Portugal e África, no Brasil escreve-se "cinqüenta".

Léxico

A maior parte do vocabulário do português é comum entre todas as variantes. Entretanto existem termos que são usados exclusivamente em Angola ou são muitos incumuns em outras nas outras variantes. Muitas palavras africanas foram incorporadas ao Português Angolano.

Angola Portugal Brasil
anhara, chana savana savana
bazar (também usado no calão português) ir embora ir embora ou vazar
cacimba (também usada no Nordeste brasileiro) poço poço
chuinga (do ing. chewing-gum) pastilha elástica, chicla chiclete
garina (também usado no calão português) rapariga, miúda garota
geleira frigorífico geladeira
jinguba amendoím amendoim
machimbombo autocarro ônibus
muceque bairro de lata favela

Situação do português

A adoção da língua do antigo colonizador como "língua oficial" foi um processo comum à grande maioria dos países africanos. No entanto, em Angola deu-se o fato pouco comum de uma intensa disseminação do português entre a população angolana, a ponto de haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua aquela herdada do colonizador.

São vários os motivos que explicam esse fenómeno. O principal foi a implantação, pelo regime colonial português, de uma política assimiladora que visava à adoção, pelos angolanos, de hábitos e valores portugueses, considerados "civilizados", entre os quais se encontrava o domínio da língua portuguesa. Por outro lado, há que ter em conta também a presença de um elevado número de colonos portugueses espalhados por todo o território, bem como dos sucessivos contingentes militares portugueses que, durante o longo período da Guerra Colonial, se fixaram no interior do país.

Apesar de ser um processo impositivo, a adoção do português como língua de comunicação corrente em Angola propiciou também a veiculação de ideias de emancipação em certos setores da sociedade angolana. Principalmente a partir de meados do século XX, a língua portuguesa facilitou a comunicação entre pessoas de diferentes origens étnicas. O período da guerra colonial foi o momento fundamental da expansão da consciência nacional angolana. De instrumento de dominação e clivagem entre colonizador e colonizado, o português adquiriu um carácter unificador entre os diferentes povos de Angola.

Com a independência em 1975, o alastramento da guerra civil, nas décadas subsequentes, teve também um efeito de expansão da língua portuguesa, nomeadamente pela fuga de populações rurais para as cidades — particularmente Luanda — levando ao seu desenraizamento cultural e forçando a rápida adoção do português.

A própria implantação do novo Estado nacional reforçou a presença do português, usado no exército, no sistema administrativo, no sistema escolar, nos meios de comunicação, etc.

Embora, oficialmente, o governo angolano declarasse defender as línguas nacionais, na prática tendeu sempre a valorizar exclusivamente aspectos que contribuíssem para a unificação do país — o português como a única língua unificadora — em detrimento de tudo o que pudesse contribuir para a diferenciação dos grupos e a tribalização — a miríade de línguas e dialectos regionais e étnicos.

Embora as línguas nacionais ainda sejam as línguas maternas da maioria da população, o português é já a primeira língua de 30% da população angolana -- proporção que se apresenta muito superior na capital do país -- e 60% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua.

Língua oficial e do ensino e um dos fatores de unificação e integração social, o português encontra-se em permanente transformação em Angola. As interferências linguísticas resultantes do seu contacto com as línguas nacionais, a criação de novas palavras e expressões forjadas pelo génio inventivo popular, bem como certos desvios à norma padrão de Portugal, imprimem-lhe uma nova força, vinculando-o e adaptando-o cada vez mais à realidade angolana. Alguns dos muitos exemplos são as palavras: "camba", "cota", "caçula" ou "bazar", que provêm de vocábulos quimbundo, di-kamba (amigo), dikota (mais velho), kasule (o filho mais novo) e kubaza (fugir), respectivamente. Para além dos já plenamente dicionarizados na língua portuguesa batuque, bobó, bunda, cambolar, capanga, catinga, curinga, dendê, gingar, jimbolo, jingo, jinguba, machimbombo, maxim, minhoca, missanga, mocambo, mocotó, moleque, munda, mupanda, mutula, muzungo, pupu, quibuca, quilombo, quitanda, samba, sibongo, tacula, tamargueira, tanga, tarrafe, tesse, ulojanja, umbala, xingar e muitos outros.

A língua literária em Angola distinguiu-se sempre pela presença das línguas locais, expressamente em diálogos ou interferindo fortemente nas estruturas do português. Embora quase exclusivamente em língua portuguesa, a literatura angolana conta também com algumas obras em quimbundo e umbundo.

Atualmente

Em Angola, o português está a tornar-se rapidamente uma língua nacional, e não só oficial ou como veículo de coesão nacional. Pelo censo de 1983, na capital, Luanda, o português era a primeira língua de 75% da população de 2,5 milhões. Em todo o país, 60% dos 12,5 milhões falavam o português como língua principal. A maioria dos jovens angolanos só consegue falar português. Angola recebe vários canais de TV portugueses e brasileiros, o canal de notícias português (SIC Notícias) tornou-se muito popular em Angola num tempo recorde depois de ter começado a emitir em 2003. Há também muitas outras línguas nativas em Angola, mas a população as trata como dialetos e não como línguas. Algumas palavras dessas línguas foram emprestadas ao português. Palavras como "iá" (sim), "bué" (muito) ou "bazar" (ir embora), comuns na população jovem e urbana portuguesa, têm origem nas línguas angolanas usadas no português de Angola. No Brasil a influência angolana também é bem expressiva na línguagem.

Dialetos

Dialetos de Angola

Angola

  1. Benguelense - província de Benguela
  2. Luandense (ouvir) - provincía de Luanda
  3. Sulista - Sul de Angola

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