A imprensa internacional noticiou os resultados do referendo pela despenalização do aborto em Portugal como sendo um violento abalo num país católico e conservador. "A decisão do Portugal católico de se juntar à maioria dos países europeus e permitir o aborto abalou o establishment conservador e foi saudada pelos liberais como uma vitória da modernidade", afirma o americano Washington Post.
"Os valores tradicionais são vistos [em Portugal] como uma consequência de cerca de meio século de ditadura direitista de António Salazar, que manteve estável a economia do país mas que o isolou do resto da Europa", diz ainda o diário de Washington.
Já o italiano La Repubblica assinala que com a vitória do 'sim' no referendo de ontem Portugal parece estar "destinado a sair do pequeno grupo de países - como a Polónia, a Irlanda e Malta - que mantêm uma legislação restritiva nessa matéria."
O britânico Guardian vai no mesmo sentido: "Portugal votou ontem por varrer séculos de domínio moral da igreja católica romana num referendo que permite ao governo reformar uma das mais restritivas leis de aborto da Europa", afirma, num artigo assinado pelo jornalista Giles Tremlett.
Por seu lado, o diário francês Le Figaro observa que a igreja católica se empenhou fortemente no campo do 'não', e que certos dos seus membros "ameaçaram de excomunhão os eleitores que votassem 'sim', outros advertiram contra a 'maldição' que não deixaria de se abater sobre Portugal se se juntasse à 'apostasia silenciosa' do resto da Europa e à sua 'cultura de morte'."
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