A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quarta-feira, fevereiro 21, 2007


O maior português de todos os tempos (5)


Vamos contar mentiras (14)


Manuel O. Pina

21 de Fevereiro de 2007

publicado no PortugalClub



Tudo acabou na quarta-feira, diz a música, e acabou mesmo, porque na quarta-feira, que é de cinzas, tudo volta à normalidade, as pessoas voltam a ser o que sempre foram, esquecem os desvarios do Carnaval, que dizem que é brasileiro, mas é mentira, o Carnaval é de todos, cristãos e infiéis.


E por falar em Carnaval, voltando de umas curtas mas boas férias, dou por mim com 137 mensagens na minha caixa de correio. Que maravilha, tanta gente que me escreve, com Carnaval e tudo… É obra, é dar ao dedo.


Fiquei feliz com o tema escolhido pela Estação Primeira da Mangueira, a minha Escola de Samba preferida, que é uma coisa assim como gostar do Sporting ou do Benfica. Mas parece que afinal houve coisas escusas lá pela Mangueira, que já não merecia os elogios de quem é português. Mas essas coisas não acontecem com todas as Escolas de Samba? Então qual é a novidade? Quem pôde ver na HBO a série “País do Carnaval” ficou bem elucidado sobre os jogos escuros que se passam nos bastidores dessas Escolas. Portanto, viva à Mangueira e ao tema escolhido para este Carnaval.


Mas falando ainda em Carnaval, parece que os salazaristas se reuniram todos para tecerem loas ao Salazar. O tema já está esgotado há muito tempo, mas eles insistem, insistem, como se ao insistirem conseguissem convencer algum Cristo menos avisado. Toda a gente sabe que não é assim como dizem, e eles também sabem, só que insistem, insistem. Mas esta insistência desusada só pode ter um significado: que os seus apaniguados não devem estar bem certos do que afirmam. Os grandes estadistas não precisam de ser lembrados a toda a hora nem precisam de elogios, eles valem pelo que valem ou pelo que valeram, a sua obra fala por eles. Portanto, ao vulgarizar-se Salazar está-se a dar-lhe o estatuto que ele merece. Não é assim? Por outro lado me pergunto o que leva as pessoas a enaltecerem tanto a figura de Salazar. A psicanálise explica, mas por aí não quero entrar, cada um tem a liberdade de consultar ou não o seu psicanalista ou psicólogo. Mas foi dada aqui uma longa lista de elogios estrangeiros ao Salazar e seu governo. Basta olhar para os autores de tais elogios para sabermos que seria melhor ele não ter recebido esses elogios. Até tiveram o desplante de colocar uma citação do Marechal Pétain, aquele de má memória para o povo francês. Vejam lá se citaram alguma coisa do De Gaule?


Mas não vou mais falar do Salazar, não vale a pena. Quem quiser desancar-me pode fazê-lo à vontade que não vou sequer responder. Também não vale a pena. Mas atenção: nada de insultos torpes e primários. Manuel O. Pina


De: VOZdoCIDADÂO [mailto:___@casimiro.info]
Enviada: quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2007 11:19
Para: Undisclosed-Recipient:;
Assunto: Vamos contar mentiras


NOTA - A nova onda de elogios a Salazar {e reverências a Adriano Moreira] seguiu-se à publicação pelo PortugalClub dum artigo meu intitulado 1926 a 1974 - 48 anos sem direitos. (*) Depois disso o Presidente do PortugalClub recusou-se a publicar um discurso de Champalimaud, que intitulei «O desenvolvimento económico e o fim da Guerra Colonial - a opinião de António Champalimaud, grande empresário e capitalista português », pronunciado na Assembleia Geral do «seu» Banco em 22 de Março de 1974 e na altura publicado ou referido na imprensa de Angola e de Moçambique, antes do 25 de Abril. A justificação oficial, transmititida em conversa por Chat, para a não publicação foi a de que eu não autorizava alterações ao texto nem aos realces por mim feitos, apesar de eu afirmar que não impedia nem poderia impedir quaisquer comentários posteriores fosse de quem fosse.


(*) Artigo publicado no Jornal do STAL e neste blog

Fotografia da responsabilidade de VN


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