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Vem isto a propósito daquilo que se está a passar no sector da Educação, com manifestações diárias, de Norte a Sul do País, e com a grande marcha de indignação que se realizou ontem. Não sendo possível “casar” a “Rua” com as “Decisões Políticas”, porque defendem interesses antagónicos, ao menos em democracia deveria ser possível manter o diálogo e não dar sinais de permanente braço-de-ferro.
Porque o que está em causa nesta “guerra de surdos” é o futuro de Portugal, é a formação das novas gerações. Não há país que se salve se a Educação não respirar saúde, credibilidade, prestígio e respeito.
As “feridas” abertas no prestígio da ministra da Educação e na qualidade das reformas propostas e o respeito que deve merecer a classe de professores pelo seu papel insubstituível na educação e formação dos nossos filhos, exigem que o engenheiro Sócrates passe a liderar directamente uma nova era negocial, fazendo subir um patamar na importância da discussão política.
Os manuais de ciência política ensinam que não é possível fazer reformas em permanente rota de colisão e contra os interesses dos seus verdadeiros destinatários. Mas também não é aceitável que o Governo descaracterize as suas políticas, nem as decisões políticas podem ficar reféns desta contestação pública.
A equipa da senhora ministra da Educação não soube manter, em diálogo, o processo negocial e, ao deixar extremar as posições arranjou mais “um molho de brócolos” para o engenheiro Sócrates. E é pena que se tenha chegado a este ponto, porque, pela primeira vez em 30 anos, um Governo teve a coragem de mexer na Educação e na agenda das suas principais preocupações. Maria de Lurdes Rodrigues, sendo uma excelente técnica, é uma má política.
Os factos políticos aconselham que o Governo não subestime ou fique indiferente à grande massa humana que ontem desceu a Avenida da Liberdade.
E o PS, ao manter um silêncio preocupante com medo de desobedecer ao seu “chefe de fila”, em nada ajudou o Governo. Só há um perdedor nesta luta fratricida: o País e o seu futuro.
A SEGURANÇA E A PAZ
Portugal está um país menos seguro, com fenómenos de criminalidade que deixam as populações em insegurança e a viverem com medo. Esta é a realidade, por muito que custe a Rui Pereira, que, para minimizar o que está a acontecer, tentou mascarar o País real com novas estatísticas que indicam que a criminalidade violenta baixou. As estatísticas do crime têm várias leituras.
A melhor estatística é o sentimento das populações e aquilo que elas sentem no seu dia-a-dia, porque vivem no País real e contactam, nas ruas e nos transportes públicos, directamente com o crime.
Já entrou e veio para ficar em Portugal, uma nova cultura de crime, com regras de actuação diferentes, porque, agora, já não é o “murro” que impera, mas a arma que mata por uns míseros cêntimos, em completo desprezo pela vida humana. As polícias não estão preparadas
lidar com este tipo de crime e, com a partilha da investigação pelas várias polícias, perdeu-se eficácia e informação relevante. Só o crime ganhou.
Rui Rangel | |||
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