A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, março 30, 2008

Protestos contra reformas neoliberais abalaram a Grécia










Um dia após a aprovação da reforma do sistema de segurança social pela escassa maioria de direita que governa o país, os principais sindicatos anunciaram o prosseguimento dos protestos, com novas greves e manifestações.














Insensível às fortíssimas movimentações sociais que, desde dezembro último, se fazem sentir em praticamente todos os setores de atividade, a maioria conservadora que suporta o governo de Costas Caramanlis aprovou sozinha, dia 20, a polêmica reforma dos regimes de aposentadorias.






A lei passou por pouco no parlamento, recolhendo 151 votos a favor num total de 300 deputados. Os socialistas abstiveram-se e a restante oposição de esquerda votou contra. Lá fora, uma multidão de manifestantes que exigiam a retirada do projeto de lei insistiram em cercar o edifício do parlamento.






A greve geral realizada na véspera por milhões de trabalhadores foi prosseguida, no dia da votação, em numerosos setores de atividade. Na capital, Atenas, que acabara de assistir à maior manifestação realizada nos últimos 30 anos com mais de cem mil pessoas a desfilar pelas suas ruas, permaneciam visíveis as marcas dos incessantes protestos e paralisações que abalaram o país desde o início do mês.






O lixo acumulado na via pública, as portas encerradas de repartições e serviços públicos, os sucessivos cortes de energia, a falta de transportes públicos, ou ausência de jornais e revistas à venda nas bancas eram sinais evidentes de que a luta continuava no dia seguinte da greve geral.






Nesta que foi a terceira paralisação nacional desde dezembro, centenas de vôos internacionais e nacionais foram cancelados ou atrasados devido à adesão à greve dos controladores aéreos. Não houve transportes públicos, à exceção do metropolitano de Atenas que abriu para permitir o deslocamento dos manifestantes, os barcos e os trens não funcionaram. Escolas, bancos, tribunais e a generalidade das instituições públicas estiveram encerrados.






A adesão maciça ao protesto confirmou as conclusões de alguns estudos de opinião, segundo os quais, 71 por cento dos gregos opõem-se à reforma do sistema de aposentadorias.






Tentando navegar neste oceano de protestos, os socialistas do PASOK afirmam que estão a tentar reunir 180 deputados para submeter a nova a lei a referendo popular.






Em plena manifestação, o seu líder, George Papandreou, exigiu "um sistema de pensões justo" e acusou o governo de destruir "o direito mais básico", enquanto continua a permitir reduções nos impostos aos mais ricos e benefícios às grandes empresas. "É inadmissível. Lutamos e esperamos ganhar esta luta por uma Grécia muito melhor e mais segura", disse Papandreou.









Uma reforma imposta pela UE









Por seu lado, o governo do conservador Costas Caramanlis alega que a reforma é "indispensável" e, que sem ela, o sistema de segurança social "entrará em colapso dentro de 15 anos". De tanto ser utilizado indistintamente pelos vários governos da União Européia, o argumento há muito que é conhecido dos trabalhadores gregos. Estes sabem também que desde há anos que as instâncias econômicas internacionais, como o FMI ou a OCDE fazem coro com Bruxelas sobre a urgência da redução dos direitos de reforma.






Reeleito em setembro, Caramanlis fez desta orientação o caderno de encargos do seu governo, mostrando-se determinado a concluí-lo contra tudo e todos.









Mas, apesar de ter conseguido aprovar o conteúdo fundamental da lei, a maioria governamental foi obrigada a fazer algumas concessões já em pleno debate parlamentar. A ministra do Emprego, Fany Pétralia, aceitou retirar a disposição que fixava para as reformas antecipadas um limite de 58 anos e 37 anos de contribuições. Para mais tarde ficou também a revisão da lista de profissões "penosas e insalubres", mantendo a possibilidade de reformas antecipadas numa lista de 537 profissões que abrangem 32 por cento da população ativa. Por fim, o governo absteve-se de restringir as condições de atribuição de pensões por invalidez.









Não obstante estas "concessões", a lei aprovada reduz de 133 para 13 os regimes diferenciados de pensões, o que implica o nivelamento por baixo das condições e a retirada de direitos (aqui também apelidados de "privilégios injustos") a muito milhões de trabalhadores.









Por outro lado o cálculo das reformas antecipadas é alterado reduzindo-se os respetivos montantes e são dados "estímulos" a quem trabalhar para alêm dos 65 anos (mais 3,3% por ano).


Jornal Avante!
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citado por VERMELHO - 29 DE MARÇO DE 2008 - 17h01
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1 comentário:

São disse...

O mal alastra-se...
Até quando?!
Saudações.