Momentos decisivos
por Eduardo Bomfim*
Uma tragédia, narrada pela literatura e pelos manuais da economia, que provocou cenas dantescas como suicídios de grandes executivos, de altos edifícios, símbolos da aparente solidez do modo capitalista internacional da época.
Além disso, jogou na fome, no desespero, no desemprego generalizado, centenas de milhões de famílias nos EUA e por todo o mundo. É verdade que o sistema capitalista tirou ensinamentos dessa hecatombe econômica e desenvolveu mecanismos de controle e regulação sobre as intempéries cíclicas da economia global.
Mas, é impossível evitar o surgimento das chamadas crises sistêmicas do capital, visto que a lógica do modelo é essencialmente anárquica, impelida através da ganância do lucro, da ambição desmedida.
É assim que funciona o espírito do regime. Tanto na vitalidade comprovada, quanto em seus efeitos trágicos junto aos povos, às nações, aos assalariados, em especial aos operários, produtores, em última instância, das riquezas materiais.
O dramático, nesse contexto atual, é que o centro e a profunda instabilidade na economia internacional encontram-se, de novo, na maior potência capitalista do mundo. Começou pela chamada “bolha do sistema imobiliário”, e alastrou-se por vários segmentos produtivos e especulativos.
Demonstrando sinais de recessão, queda no consumo, aumento do desemprego, falências, tendências inflacionárias. Aumenta a tensão com a crise de confiança nos fundamentos macroeconômicos, que começam a abalar grandes bancos globais dos EUA.
O Banco Central dos EUA, o FED, intervém na “livre iniciativa”, reduz fortemente os juros, abaixo da inflação. São os juros negativos. Procuram, em choques, recuperar a dinâmica do sistema.
Os grandes emergentes, China, Índia, Rússia e Brasil, ancorados na multipolaridade da atual realidade econômica, resistem à convulsão e vão crescendo no desconcerto.
Mas, a crise ainda não chegou ao fundo do poço. E ela poderá ser jogada sobre os nossos ombros. As próximas medidas econômicas do governo, serão decisivas à economia e à soberania nacional.
*Eduardo Bomfim, Advogado
* Opiniões aqui expressas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário