A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

terça-feira, agosto 11, 2009

Chora, Pinho e a Luta de Classes

O bons espíritos encontram-se sempre

O ex-ministro Manuel Pinho foi alvo de mais uma homenagem – desta vez por iniciativa de uma centena de empresários que louvaram os excelentes serviços por ele prestados enquanto sobraçou a pasta da Economia.
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Esta foi a segunda homenagem a Manuel Pinho, desde que este, por razões de todos conhecidas, se demitiu do cargo de ministro – sendo a primeira um também muito falado jantar que contou com a presença, o brinde e o verbo de António Chora – dirigente do BE, presidente da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa e apontado, pela generalidade dos analistas com lugar cativo nos média dominantes, como expoente máximo do sindicalismo moderno.
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Trata-se de duas homenagens que não apenas espelham a abrangência social da obra do ex-ministro Pinho, mas definem um novo conceito de relações laborais – e que confirmam, também, que como diz o poeta «isto anda tudo ligado».
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Como é sabido, a luta de classes/versão Chora atingiu a sua expressão mais eloquente nesse momento histórico que foi o brinde do Solar dos Presuntos.
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Ali se confirmou de forma inequívoca que, como dizem e escrevem os ideólogos do sistema dominante, a luta de classes da cartilha marxista-leninista é coisa ultrapassada e que o que está a dar é a ideia da inexistência de ideologias, portanto de classes, portanto de luta das ditas.
Ali, a dupla Chora/Pinho (ou Pinho/Chora: a ordem dos factores é arbitrária), ao protagonizar a notável representação, formato-brinde, de uma harmonização capital/trabalho plena de modernidade, exibiu o anverso de uma moeda, cujo reverso foi agora representado, em Ovar, pela dupla empresários/Pinho (ou Pinho/Empresários: a ordem dos factores é arbitrária).
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Os empresários não estiveram, fisicamente, no Solar dos Presuntos – onde Chora disse que Pinho «enquanto ministro fez muito pela indústria do País».
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Chora não esteve, fisicamente, em Ovar – onde os empresários disseram que Pinho «fez um bom trabalho enquanto ministro».
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Mas Pinho/Chora/empresários estiveram, de facto, qual tríade de classe, em ambas as homenagens. A confirmar que os bons espíritos encontram-se sempre…

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