.
Dia a Dia
* Eduardo Dâmaso, Director-adjunto
.
A história que o CM hoje publica é exemplar do mais nefasto ‘efeito colateral’ da gripe A. O medo de contaminação retardou por quase três dias o socorro a um doente que nem tem o vírus mas sim paludismo.
A Linha de Saúde 24 demorou dois dias a dar uma resposta objectiva, os bombeiros recusaram o transporte sem autorização escrita daquela entidade e um militar da GNR viu-se obrigado a mentir para que o 112 enviasse uma ambulância para transportar o doente. Ninguém o assume mas isto tem apenas um nome: MEDO. Um medo patológico de um vírus que não demonstrou sequer ser mais perigoso do que uma banal gripe de época.
.
Esta história demonstra também uma enorme impreparação das estruturas administrativas e técnicas do Estado para lidar com situações desta natureza. Não basta dar umas conferências de imprensa a fazer um boletim clínico diário. Isso é obviamente importante se for limitado ao que os médicos dizem e não extensivo a declarações infelizes como a da ministra da Saúde na semana que passou.
.
Mais do que nunca, nestes casos, o que se pede é que as autoridades comuniquem confiança à população, não dramatizem de forma absurda e façam a necessária e intensa pedagogia junto dos servidores públicos. A comunicação social tem as costas muito largas mas nem sempre escondem as faltas alheias.
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário