.
22-08-2009 08:28:04
.
Lisboa, 22 ago (Lusa) - As marcas de luxo parecem dar-se bem no mercado português, com as vendas de várias lojas do centro de Lisboa inalteradas ou mesmo subindo em relação a 2008, quando a crise ainda não afetava o consumo.
.
A Agência Lusa contatou algumas lojas da Avenida da Liberdade e do Chiado, em Lisboa, e os seus gerentes transmitiram uma ideia positiva do comportamento dos clientes, fazendo crer que o negócio de luxo em Portugal não está tão mal como a nível internacional..
Isso não quer dizer, no entanto, que a crise não se faça sentir. Exemplo disso é o fechamento da loja Cartier, no Chiado. Contatada pela Lusa, a responsável pela área de Relações Públicas da Cartier, Esperanza Rogero, limitou-se a confirmar que, "para já, a decisão da marca é manter o encerramento da joalheria, em Lisboa"..
Na opinião do presidente da União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), Vasco de Mello, "não parece que as lojas de marca [de luxo] estejam com problemas" em Portugal..
No último estudo de conjuntura da UACS, o vestuário era a área com maiores oscilações de vendas e "a variação para cima tinha a ver com as lojas mais caras, que não são tão afetadas pela crise"..
Na Avenida da Liberdade, os estabelecimentos de vestuário das marcas Ermenegildo Zegna, Emporio Armani e Hugo Boss esperam não ser afetados pela crise. No Chiado, a Hermès, especializada em malas, está otimista e espera um 2009 melhor que 2008, enquanto a Loja das Meias, na rua Castilho, espera resultados semelhantes aos do ano passado..
Os gerentes destas lojas são unânimes na opinião de que os clientes alvo das marcas de luxo não deixam de comprar e não serão aqueles que mais sentem os efeitos da crise. O gerente da loja Ermenegildo Zegna, Paulo Mateus, defendeu que, "os resultados do primeiro semestre estão acima de 2008 e do objetivo proposto", uma evolução "a que não é alheia a presença forte do mercado angolano"..
Os clientes continuaram a comprar a marca, embora "o mercado esteja muito volátil", um comportamento que faz Paulo Mateus ser cauteloso e dizer que 2009 pode terminar "com o mesmo nível de vendas de 2008", mas com esperança em obter resultados melhores..
"Se continuar como até agora, não nos podemos queixar", citou João Carlos, lembrando que, na Espanha, as lojas de artigos de luxo enfrentam uma situação "catastrófica".
.Também Hugo Oliveira, responsável pela loja Hugo Boss, não deixou de receber clientes interessados em comprar os artigos da marca e salienta que o negócio "está a correr bem, sem se sentir diferença face a 2008". Aliás, quando encerrarem as contas de 2009, espera ter atingido os valores de 2008 ou até crescer.
As malas Hermès continuam a "sair" para as mãos dos consumidores no mercado português e a marca decidiu mesmo abrir uma loja durante o período de Verão, de junho a setembro, na Quinta do Lago, um dos locais onde se concentram os seus clientes preferenciais.
."Esperamos que 2009 seja melhor que 2008", disse a gerente da loja do Chiado, Mónica Guimarães.
.
Com uma oferta de vestuário, acessórios e perfumaria, a Loja das Meias "continua a vender bem" até porque, como defende a gerente Manuela Saldanha, "as marcas são um valor seguro e as pessoas não deixam de comprar"..
Na Loja das Meias, "tem havido recuperação [das vendas] nos últimos dois meses. Os consumidores estão mais confiantes e a maior parte continua a ter uma fonte de rendimento", por isso Manuela Saldanha espera que 2009 acabe como 2008.| versão em PDF | |
Copyright © 2003 Agencia Lusa. Todos os direitos reservados.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário