sábado, 8 de Agosto de 2009 | 12:37 |
A aproximação entre Angola e os EUA tem vindo a acelerar desde que Hillary Clinton assumiu a pasta das relações exteriores em Washington, traduzindo-se num aumento de encontros bilaterais, após os anos da administração Bush em que as relações "secaram".
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Desde a chegada de Clinton ao Departamento de Estado, os contactos entre os dois países têm vindo a intensificar-se, salientado-se a visita em Maio do ministro das Relações Exteriores angolano, Assunção dos Anjos, a Washington, onde se avistou com Clinton e a deslocação a Angola de uma delegação da Câmara de Comércio Estados Unidos/Angola.
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A presença da secretária de Estado em Luanda, no domingo e segunda-feira, na terceira escala do seu périplo africano, que termina dia 14 em Cabo Verde, é o ponto mais alto deste crescendo diplomático, que deverá prosseguir com uma delegação governamental e empresarial angolana em Washington no final de Setembro para participar na Cimeira Empresarial EUA/África, segundo adiantaram à Lusa fontes da organização do encontro.
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A reconstrução de Angola apresenta uma oportunidade para investimentos americanos. De acordo com dados do Departamento de Comércio Internacional dos Estados Unidos, Angola é já o terceiro maior importador de produtos norte-americanos na África subsariana.
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Em 2008, Angola recebeu 10,9 por cento das exportações norte-americanas para a África Subsariana e as exportaçÕes dos EUA para o país africano, na maioria equipamento petrolífero, aviões e veículos, cresceram 62,6 por cento.
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No mesmo ano, as importações americanas de produtos angolanos aumentaram 51,2 por cento, na esmagadora maioria petróleo.
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Num “briefing” à imprensa em Washington, Johnnie Carson, secretário de Estado adjunto para Assuntos Africanos - tido como um homem de visão estratégica para as relações com o continente -, disse que Hillary Clinton se deslocava a Angola porque este “é um país de enorme potencial económico”.
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Angola recebeu em 2007 6,6 por cento (876 milhões e dólares) dos investimentos directos dos Estados Unidos na África Subsariana, muito atrás da Africa do sul, Maurícias e Guiné-Equatorial.
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Os Estados Unidos continuam a ter um défice comercial com os países da África Subsariana devido principalmente às importações de petróleo, mas Washington quer inverter o quadro, vendo uma Angola em reconstrução como uma oportunidade para aumentar a presença norte-americana no país.
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Stephen Morrisson, analista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, sediado em Washington, disse que, antes da chegada de Hillary Clinton ao Departamento de Estado, as relações bilaterais entre Angola e os Estados Unidos tinham “secado, apesar do crescimento da importância do país africano nos mercados globais de energia e na estabilidade da África Austral”.
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“Esta viagem é uma oportunidade para se falar em termos concretos de cooperação, em questões como a governação, saúde, segurança costeira e manuntençao da paz”, escreveu Morrisson numa análise à viagem.
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“Os angolanos respondem quando há um diálogo de alto nível sério, o que não acontece há muito tempo,” acrescentou.
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Diário Digital / Lusa
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