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Aos trabalhadores dos transportes em greve por tempo indeterminado desde quinta-feira, 15, juntaram-se, anteontem, os funcionários dos diferentes ramos da administração pública, em defesa do seu poder de compra e contra a extinção de cerca de 23 mil postos de trabalho anunciados pelo governo para 2008.
Em relação à acusação de que trabalhadores teriam sabotados linhas do trem de alta velocidade francês, o TGV, a CGT, principal sindicato dos ferroviários, negou qualquer responsabilidade. Segundo os dirigentes sindicais, as destruições cometidas são “inadmissíveis”.
Em greve, além dos serviços da administração central e local, estiveram os professores, os enfermeiros, os correios (La Poste) e as telecomunicações (France Telecom), bem como os controladores aéreos.
No conjunto, foram abrangidos pela convocatória de greve cerca de 5,2 milhões de trabalhadores com vínculo público, dos quais os sindicatos calculavam uma adesão na ordem dos 50 por cento.
A impressão de que o país parou foi ainda reforçada por uma inesperada greve na empresa Nouvelles Messageries de la Presse Parisienne (NMPP), que detém o monopólio da distribuição de diários de âmbito nacional. Em conseqüência deste protesto contra o anúncio de demissão de 350 trabalhadores, os principais títulos da imprensa estiveram ausentes das bancas de jornais.
Entretanto, a greve nas estradas de ferro (SNCF) e transportes de Paris continuou a provocar, no seu nono dia, sérias perturbações em todo o país, que foram especialmente notórias na capital.
Apesar do desgaste provocado pelo arrastamento da greve, os trabalhadores da SNCF e da RATP voltaram a demonstrar, na segunda-feira, 19, uma inequívoca vontade de prosseguir a luta em defesa dos regimes especiais de aposentadoria. Em todas as assembléias gerais realizadas, cerca de 90 por cento dos participantes pronunciaram-se pela continuação da greve no dia seguinte.
Universidades bloqueadas
No início da semana, 56 estabelecimentos de ensino superior, dos 85 existentes em França, participavam no protesto contra a lei da autonomia universitária, a chamada lei Pécresse (nome da ministra da Educação), aprovada pelo governo em Agosto passado.
Entre os 26 centros universitários que permanecem totalmente bloqueados, alguns encerrados administrativamente, destacam-se o de Amiens, Bordéus, La Rochelle, Limoges, Lille, Montpellier, Orleães, Pau, Perpignan, Rouen, Toulouse e várias universidades de Paris.
Da redação, com informações do Jornal Avante!
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