A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, setembro 06, 2010

Casa Pia - Vítimas temem pelas suas vidas depois da sentença

 

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSAHoje
Vítimas temem pelas suas vidas depois da sentença
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As palavras de Manuel Abrantes e de Carlos Cruz estão a deixar alguns dos ex-casapianos com medo. O ex-provedor adjunto diz que vai fazer uma verdadeira "caça ao homem".
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As vítimas do processo Casa Pia - que sexta-feira ouviram a sentença com muito "alegria" - temem agora pelas suas vidas e pela sua integridade física. A garantia é dada ao DN pelo advogado e ex- -casapiano Pedro Namora. "Os jovens estão com medo de serem vítimas de agressão por parte dos arguidos", diz o advogado. Isto logo a seguir às palavras ditas por alguns arguidos - nomeadamente Manuel Abrantes - depois da leitura do acórdão, entendidas pelos jovens como "ameaças". "As palavras de alguns arguidos e a reacção às condenações, como a de Carlos Cruz, está a assustá-los", diz Pedro Namora.
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Contactado pelo DN, Álvaro de Carvalho, o psicólogo que trabalhou na Casa Pia de Lisboa (CPL ) até há dois anos e que sempre acompanhou a maioria das vítimas deste processo, defendeu que há, de facto, jovens que "me deixam preocupado e cuja estabilidade emocional não é semelhante a outros". Um deles - que esteve presente na sessão de julgamento -, mas na assistência, encontra- -se "numa fase muito difícil". 
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Logo após a leitura da decisão final por parte de Ana Peres, alguns arguidos - revoltados com o que consideraram penas pesadas - ameaçaram que, a partir de agora, a sua atitude ia ser outra. O mais duro, Manuel Abrantes, ex-provedor adjunto da Casa Pia de Lisboa, condenado a cinco anos e nove meses de prisão efectiva, defendeu que, "a partir de agora, a minha atitude vai ser outra. Sempre me comportei muito bem com este tribunal, agora vou deixar de o fazer", disse à saída do Campus de Justiça. "E alertou: vou agora fazer uma verdadeira caça ao homem a quem destruiu a minha vida." Os jornalistas ainda insistiriam com o ex-provedor adjunto que concretizasse melhor as suas palavras, mas mais não disse.
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O psicólogo Álvaro de Carvalho, em declarações ao DN, defendeu que tem acompanhado os jovens e que chegou a falar com dois deles este fim-de-semana. Lida a sentença, a reacção dos jovens foi de uma "completa serenidade e tranquilidade". 
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Diz que a hipótese do suicídio - referida há uns meses e durante o processo pelo próprio médico - de alguns deles está praticamente posta de lado. Mas explica que estes "são jovens frágeis e a sua estabilidade emocional não é linear". Nas últimas 48 horas, o psicólogo diz que tem estado a avaliar como está a vida de cada um e a sua organização. 
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"Ontem o que falei, por exemplo, com Francisco Guerra foi precisamente isso. Ele vai agora escrever um livro e está mais sereno, mais calmo, mais determinado", diz o médico, "o que é bom". Na sessão de julgamento, as sete vítimas de abusos sexuais presentes na sala do 3.º andar do Campus de Justiça deram as mãos no momento em que a juíza presidente lia a decisão final. Os rostos ficaram logo com uma expressão de triunfo e alegria. 
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Francisco Guerra, 25 anos, uma das vítimas que ao longo destes anos manteve o anonimato e ficou conhecido como o braço direito de Carlos Silvino, deu a cara pela primeira vez. Ontem, revelava que chegou a ser ameaçado por alguns dos condenados e que lhe ofereceram dinheiro para sair do País. O jovem - que hoje tem trabalho fixo - sempre teve o sonho de ser motorista. Há dois anos perdeu quase todo o dinheiro da indemnização que recebera do processo numa licença de táxi falsa. "Vejam bem aquele rapaz já vestido assim", dizia entredentes Carlos Cruz, na última sessão de julgamento "a esta altura já deve ser motorista de algum ministro", dizia em tom irónico.
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