Banca
Lusa
Os sectores da construção civil e das actividades imobiliárias, duas das áreas mais penalizadas pela crise económica, representam mais de metade dos calotes das empresas à Banca
Malparado quase toca nos dez mil milhões
O total dos calotes atingiu os 9585 milhões de euros, um agravamento médio de 4,5 milhões por dia. Imobiliário e construção são os piores sectores.
- 07 Setembro 2010 Correio da Manhã
Juntos, famílias e empresas registaram em Julho um valor recorde de calotes à Banca. O malparado está próximo dos dez mil milhões de euros, com o sector empresarial a protagonizar o maior agravamento.
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Segundo as estatísticas do Banco de Portugal, o incumprimento atingiu nesse mês os 9585 milhões de euros, mais 1631 do que em Julho do ano passado. Em média, são mais 4,5 milhões por dia.
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E se entre os particulares os números do endividamento dão conta, há meses, das dificuldades das famílias em pagar as prestações, os dados agora conhecidos tornam ainda mais expressiva a asfixia financeira a que grande parte das empresas está sujeita. Entre estas, o crédito de cobrança duvidosa atingiu em Julho os 5494 milhões, o valor mais alto de sempre e que representa um acréscimo de 27,4% face ao período homólogo.
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As actividades imobiliárias e serviços, a par da construção, lideram os calotes. Os dois sectores representam mais de metade do malparado das empresas. Seguem-se--lhes o comércio por grosso e retalho e as indústrias transformadoras. O valor dos empréstimos de cobrança duvidosa dos particulares, ainda que assuma um valor histórico, não é surpreendente, já que o crescimento é mais moderado. Em Julho, o malparado quebrou pela primeira vez a barreira dos quatro mil milhões: 4091 milhões. Em relação ao mesmo mês de 2009, o acréscimo foi de 449 milhões de euros (mais 12,3%). Nos empréstimos para a compra de casa, os calotes chegaram aos 1958 milhões, o mais alto valor alguma vez registado. E no consumo a situação agravou-se de 1021 milhões em Julho de 2009 para 1222 milhões este ano. Nos créditos para outros fins, o agravamento foi de 109 milhões para um total de 912 milhões.
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119 MIL MILHÕES EM DEPÓSITOS
As famílias portuguesas entregaram à Banca, até Julho, mais de 119 mil milhões de euros.
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A tendência de poupança está a aumentar já que, entre Junho e Julho, os depósitos de particulares aumentaram dos 118 402 milhões para 119 232 milhões de euros. Feitas as contas, em apenas um mês o acréscimo do aforro representou uma média diária de 26,8 milhões de euros
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CRÉDITO RECUA PARA EMPRESAS
O aumento do malparado entre as empresas está a penalizar a concessão de crédito ao sector. Segundo os dados do Banco de Portugal, o dinheiro emprestado às empresas não financeiras caiu 517 milhões entre Junho e Julho, dos 118 318 milhões para apenas 117 801 milhões. Em termos homólogos, há um ligeiro acréscimo. Já no que toca aos empréstimos a particulares, o ritmo de concessão mantém-se constante
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