A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, setembro 23, 2010

Gregos voltam às ruas contra medidas impostas pelo governo

Mundo

Vermelho - 22 de Setembro de 2010 - 16h28

A Grécia viveu nesta quarta-feira (22) mais uma onda de protestos contra o governo, desta vez protagonizada pelos operários das empresas ferroviárias e de transportes, que se mobilizaram contra as medidas anti-trabalhistas impostas pelo FMI, pela União Europeia e pela plutocracia ao governo social-democrata do Pasok.

Os funcionários das ferrovias realizaram nesta quarta uma greve de cinco horas a partir das 12h locais (6h de Brasília) que paralisou o transporte ferroviário nacional e internacional. A greve será repetida no mesmo horário e com a mesma intensidade na quinta-feira (23).

Os trabalhadores protestam contra a decisão do governo de entregar as melhores vias do setor ferroviário para o setor privado e fechar as vias consideradas pelas empresas como "deficitárias".

Milhares de caminhoneiros estão paralisados há uma semana, em protesto contra a entrega do setor às empresas europeias privadas de transporte. Os caminhoneiros se concentram em Atenas.

No próximo 7 de outubro será a vez dos funcionários públicos paralisarem as atividades, contra o corte no salário e a postergação da aposentadoria, medidas anti-populares aprovadas pelo parlamento grego.

No dia seguinte, começarão no Conselho de Estado as audiências sobre a denúncia que os funcionários apresentaram contra o acordo do Governo com o Fundo Monetário Internacional e a eurozona, pelo qual a Grécia receberá 110 bilhões de euros em créditos em troca de uma dura política econômica.

Leia abaixo a recente manifestação do Partido Comunista da Grécia sobre a adoção do que chama de "medidas bárbaras" contra os trabalhadores do país, impostas pelo FMI, pela União Europeia, pelo Pasok - partido no poder no país - e pela plutocracia grega.


O memorando atualizado promovido na Grécia pelo governo Pasok, FMI, UE e plutocracia grega inclui novas medidas anti-povo com o objetivo de, mais uma vez, reduzir o preço da força de trabalho:

Relações de trabalho

- Lei que dispõe que acordos ao nível de empresa prevalecerão sobre acordos setoriais.

- Leis que permitem às empresas não membros das uniões patronais que assinam acordo coletivo de trabalho que não o apliquem. Até agora elas eram obrigadas a aplicá-lo após a sua validação pelo Ministério do Trabalho.

- Regulamentação que adapta o sistema de arbitragem para a assinatura de acordos coletivos de trabalho às exigências dos capitalistas quando especificam que a função da arbitragem "deveria servir a competitividade na base do custo do trabalho e da criação de emprego".

- A abolição de quaisquer restrições quanto ao tempo de trabalho em tempo parcial e contratos temporários estabelecidos pela Lei 3846/2010 aprovada pelo governo em maio último.

- A extensão para um ano do chamado período experimental para novos empregos (era de dois meses até agora). Durante esse período os patrões podem demitir sem qualquer advertência e sem pagar qualquer indemnização.

- A implementação da Diretiva Bokenstein estabelecendo a eliminação da restrição de salário mínimo a fim de promover investimentos.

- Cortes drásticos nos já baixos subsídios de desemprego tendo como objetivo poupanças de 500 milhões de euros.

- "Reforma dos principais parâmetros do sistema de pensão estabelecido pela Lei 3836/2010". A recente lei anti-Segurança Social é meramente o princípio. O veículo para a nova ofensiva é a exigência incluída no memorando de "atualização", segundo a qual o aumento da despesa com pensões públicas não deveria exceder os 2,5 pontos percentuais do PIB ao longo de 2010-60. No caso de aquele limite de 2,5 pontos percentuais ser excedido a lei mudará por meio de novas medidas anti-Segurança Social.

- Abolição de qualquer garantia concedida pelo Estado para pensões auxiliares. Segundo o memorando de "atualização", "o governo implementa uma revisão em profundidade do funcionamento de fundos de pensão públicos auxiliares". O objetivo do governo é não pagar um único euro do Orçamento de Estado para os fundos de pensão auxiliares. Na prática, isto significa que os fundos auxiliares, os quais subvencionam 1 milhão de pessoas e já incorrem num grande déficit devido às políticas do PASOK e do ND, não poderão subvencionar pensões e mesmo se o fizessem estas seriam extremamente baixas. Além disso, o memorando de "atualização" dispõe que o montante da despesa com pensões permanecerá estável mesmo no caso de o número de beneficiários aumentar (atualmente 2,8 milhões de trabalhadores pagam contribuições a fundos de pensão auxiliares). Isto levará à drástica redução de pensões.

- Revisão da lista de profissões árduas e penosas de modo a reduzir a sua cobertura a não mais de 10% da força de trabalho. As idades de aposentadoria nos setores e profissões que serão excluídos da lista aumentarão de 5 para 7 anos. A nova lista será aplicada a partir de 1 de Julho de 2011 a todos os atuais e futuros trabalhadores.

- Introdução de exigências estritas para pensões de incapacitados e reexame de milhares de pensões de incapacitados levando a cortes nos seus valores e mesmo à abolição de várias pensões.

Pilhagem de salários do povo através de aumentos de impostos

- Mais um aumento do IVA através do aumento da taxa de 11% para 23% para uma considerável quantidade de bens e serviços (mais de 30%).

- Ampliação da base do imposto imobiliário pela atualização dos valores dos ativos, o que significa que os trabalhadores terão de pagar 400 milhões de euros.

- "Imposto verde" sobre emissões de CO2.

- Congelamento na indexação de pensões, o que significa que os pensionistas perderão mais de 100 milhões de euros.

- Tributação presumida de profissionais, com uma arrecadação de pelo menos 400 milhões de euros.

Mais privatização de setores estratégicos

- Ferrovias: novas demissões para redução de pessoal em 35%. Elevação de tarifas a fim de aumentar as receitas da companhia em 55%. Redução do salário mínimo em 25%. Venda de ativos da ferrovias e concessão de linhas lucrativas a companhias privadas que aumentarão a tarifa. Fechamento das chamadas "linha deficitárias" deixando muitas regiões do país sem serviço ferroviário.

- Transportes: demissões em massa, redução salarial e abolição de direitos do trabalho. Aumentos nos preços dos bilhetes de 30% a 50%. Cortes mesmo com o encerramento de linhas.

- Energia: liberalização do mercado de energia e concessão da Public Power Corporation Infrastructure (DEI) e de recursos energéticos (linhita, abastecimento de água) a grupos de negócios. Aumento drástico nas tarifas reguladas para famílias e agricultores em 40% a 100%.

- Acerca das chamadas profissões reguladas: a "abertura" daquelas profissões cria novos campos para os capitalistas fazerem lucros permitindo-lhes investir o seu capital acumulado. Sob a pressão dos grupos de negócios os auto-empregados nestes setores serão lançados para fora do mercado.

Pilhagem do povo

- Mais reduções de dotações e remuneração de horas extras em empresas estatais. Este objetivo será atingido através da lei sobre os "pagamentos unificados no setor público" que imporão cortes em dotações.

- A imposição de um pagamento geral de 3 euros para serviços de ambulatório regulares em hospitais públicos bem como o funcionamento "o dia inteiro" de hospitais e Centros de Saúde (mudança para a tarde).

- 20% a 30% de aumento das tarifas dos hospitais para serviços médicos e exames.

- Reavaliação de todos os programas sociais remanescentes tendo em vista a sua abolição.

Em 3 de março de 2010 o governo promoveu o primeiro pacote severo de medidas de austeridade desde a década de 1950 enquanto, ao mesmo tempo, promovia uma série de reformas anti-povo:

- Aboliu o Natal, a Páscoa e o subsídio de férias para trabalhadores da função pública e para todos os pensionistas tanto no setor privado como no público.

- Cortou nas dotações salariais para os trabalhadores da função pública em 20%.

- Congelou salários e pensões no setor privado e no público durante os três anos seguintes.

- Reduziu os salários dos trabalhadores em empresas de água, gás, telefone e eletricidade, os quais não recebem quaisquer subsídios, em 10%.

- Impôs cortes de 3% a 10% nas pensões acima de 1.400 euros.

- Cancelou o pagamento da segunda prestação do "subsídio de solidariedade" destinado aos segmentos mais pobres da população.

- Aumentou as taxas de IVA duas vezes em 2010.

- Aumentou três vezes em 2010 o imposto sobre o consumo de combustíveis. Em consequência, o preço da gasolina sem chumbo aumentou em 63%.

- Aumentou três vezes em 2010 o imposto sobre o consumo de bebidas alcoólicas e tabaco. Após a aplicação das medidas o preço dos cigarros aumentará 40% em relação ao princípio de 2010. Em relação às bebidas o aumento monta a 3 euros por garrafa.

- Impôs tributação extra sobre profissionais com base nas suas receitas em 2009.

- Aumentou a idade da aposentadoria para 40 anos de contribuições. Aboliu a reforma com 37 anos de contribuições sem ter em conta a idade bem como a reforma com 35 anos de contribuições e idade estabelecida.

- Impôs cortes drásticos sobre pensões (mais de 35%) por meio da extensão dos anos ao longo dos quais a base de ganhos pensionáveis é calculada dos melhores 5 dos últimos 10 anos de ganhos para os ganhos ao longo de toda a vida.

- Aboliu a pensão de reforma antes dos 60 anos, por meio da abolição da reforma antecipada, afetando acima de tudo mães de crianças pequenas e aquelas que têm mais de três filhos.

- Reduziu os ganhos das pensões em 6% por ano para aqueles que têm 40 anos de contribuições e "ousam" reformar-se sem chegarem à idade de 65 anos.

- Demoliu o sistema de pensão dos trabalhadores da função pública pela transformação da Segurança Social pública em profissional.

- Impôs às mulheres trabalharem 5 a 17 anos mais em nome da sua equalização com os homens.

- Introduziu a instituição do "ajustamento de pensões à expetativa de vida", o que abre caminho para trabalhar até à idade de 70 anos.

- Introduziu a instituição da "pensão testada média" que é igual a um subsídio de previdência e não é garantia antes da idade dos 65 anos.

- Reduziu drasticamente a despesa do Estado com pensões as quais a partir de agora cobrirão meramente a pensão testada pela média. Portanto, aboliu o financiamento em três partes do sistema de Segurança Social.

- Fundiu fundos de pensão em três fundos.

- Aboliu Acordos Coletivos de Trabalho e o salário mínimo. Aprovou legislação para níveis salariais mínimos na entrada de jovens e de desempregados de longa duração.

- Sob o pretexto do emprego de jovens e de desempregados de longa duração aboliu o salário mínimo o qual atualmente monta a 740 euros e cria a geração dos 500 euros.

- Aboliu a jornada de trabalho de 8 horas e reduziu remuneração por horas extras. Aprovou a introdução de "limites anuais para a organização do tempo de trabalho". Portanto, os trabalhadores são obrigados a trabalhar horas extras num período e a seguir ficarem desempregados ou terem feriados compulsórios. Pelo período de horas extras de trabalho os trabalhadores não receberão o pagamento adicional que se aplica atualmente.

- Aumentou o patamar de dispensa (redundancy) para empresas que tenham de 21 a 200 empregados.

- Impôs cortes drásticos sobre pagamentos de dispensas que montem a 50%.
 
Da redação, com informações do Partido Comunista da Grécia
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