9 DE FEVEREIRO DE 2012 - 11H15
Os sindicatos gregos marcaram nesta quinta (9) mais uma greve geral de dois dias, a começar na sexta-feira (10), em protesto contra a austeridade que Atenas decidiu adotar para garantir um novo pacote de resgate financeiro. De acordo com as centrais sindicais, o povo grego já não consegue mais suportar os cortes feitos pelo Executivo.
"Vamos fazer uma greve geral na sexta-feira e no sábado, ao lado dos sindicatos da função pública", disse em declarações aos jornalistas uma porta-voz da GSEE, o principal sindicato que representa os trabalhadores privados.
A coligação de três partidos políticos gregos decidiu, na quinta-feira, promover demissões na função pública e uma redução nos custos da mão-de-obra, para que a Grécia possa receber um empréstimo de resgate de 130 mil milhões de euros antes de 20 de março, quando o país terá de reembolsar 14,5 mil milhões de euros aos detentores de dívida pública grega.
"As dolorosas medidas que criam miséria para os jovens, desempregados e pensionistas não nos dão muito espaço. Nós não vamos aceitá-las. Estamos nos movendo para um levante social", afirmou o secretário-geral do Adedy (que reúne funcionários públicos), Ilias Iliopoulos
Segundo a imprensa grega, a Troika - grupo formado por Comissão Europeia, BCE (Banco Central Europeu) e FMI (Fundo Monetário Internacional) teria dado à Grécia 15 dias de prazo para encontrar meios de reduzir em € 300 milhões os gastos em seu orçamento, a fim de evitar cortes de 15% nos fundos de pensões complementares e outros 15% para as pensões de base.
Por sua vez, o primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, chegou a um acordo com os líderes dos três partidos da coalizão governamental quanto a outras medidas exigidas pelos órgãos internacionais. Desta forma, o país reduzirá o salário mínimo em 20% de seu valor, segundo informações que circulam na mídia internacional.
Conforme comunicado oficial do governo de Atenas, “houve um amplo consenso sobre todos os pontos do programa com uma exceção, o que requer maior elaboração e discussão com a Troika. Essa discussão terá lugar imediatamente, a fim de concluir o negócio em vista da reunião do Eurogrupo”. Segundo o documento, Georgios Karatzaferis, presidente do LAOS, um dos partidos envolvidos nas negociações, expressou forte objeção quanto aos cortes nas pensões.
Mais de 20 mil pessoas manifestaram-se na terça-feira em Atenas e Salónica na primeira greve geral contra o novo plano de ajustamento grego.
Com agências
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