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Fortes preocupações quanto ao futuro da Europa provocam as propostas-pesadelos para os novos cânones da disciplina fiscal alavancadas pelo governo de Berlim e destinadas aos demais países-membros da União Européia (UE) usando como "laranja" a Comissão Européia (CE), órgão executivo da UE.
Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil
"As mudanças darão garras ao mecanismo de imposição e restringirão a facilidade de discriminação na aplicação de sanções" diz, literalmente, a horripilante mentalidade com que foi redigido o comunicado da CE, quando o comissário de Questões Econômicas e Monetárias da UE, Olli Rehn, apresentou o programa.
"As sanções serão a consequência fisiológica para os países-membros que não cumprem suas obrigações", sentencia, concluindo ameaçadoramente, o comunicado da CE. "Automatização" das sanções contra os países-membros da UE, sem a necessidade de se tomar qualquer decisão política, é a nova linha alavancada pela Alemanha.
Decidirão os "especialistas", não mais os políticos, decreta o governo de Berlim e adota a subserviente CE, pela boca de Olli Rehn. Aliás, a UE prepara-se agora para punir não os países-membros devedores e ou que têm déficits, mas, também, os países-membros que não são competitivos!
A tomada de decisão política - e até com crescente maioria - era premissa necessária até agora para serem aplicadas sanções contra um país que havia superado o nível permitido de déficit: Os ministros das Finanças da Zona do Euro deveriam decidir com "fortalecida" maioria a aplicação das sanções.
"Não", diz a Alemanha e Olli Rehn. De agora em diante as sanções serão aplicadas pelos "especialistas" da CE - sozinhos - sem perguntar a ninguém. E se alguém discordar das sanções aplicadas pelos "especialistas", deverá então levar a questão ao plenário dos ministros das Finanças e tentar conseguir maioria contra a aplicação das sanções.
"Corpo de sábios"
Frau Merkel ameaça todos os governos dos países-membros da UE que se não aceitarem as condições de Berlim, então a Alemanha deixará de pagar a importância que, teoricamente, representa a parcela alemã de participação no "fundo da salvação" de países da Zona do Euro que estejam enfrentando dificuldades fiscais.
"Simples prorrogação de prazo de vigência do fundo (refere-se aos 750 bilhões de euros para todos os países integrantes da Zona do Euro) como vigora agora não existirá mais com a Alemanha no meio", vociferou, seca e categoricamente, semana passada em Berlim, a primeira-ministra Angela Merkel.
A França resiste. Recusa qualquer processo visando deixar os políticos fora de uma tão crítica decisão como é a aplicação, ou não, de sanções contra uma país por "especialistas" indiferentes para os motivos que o levaram a registrar crescentes déficits ou dívidas e indiferentes também para as consequências que as sanções aplicadas terão sobre a população do país punido.
Italianos e espanhóis "cerram fileiras" com os franceses. "A França rejeita as propostas da Comissão Européia" foi a manchete do mais importante jornal alemão, o Frankfurter Algemeine Zeitung.
Aliou-se à Alemanha, também, Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Postou-se ele também a favor de um "corpo de sábios, homens e mulheres, em nível europeu" que "garantirá um controle fiscal independente", caracterizando como "moderadas" as avaliações formuladas até agora pela CE.
"A expressão de maior confiança em alguns, supostamente, especialistas independentes, de que aos funcionários da UE chega a ser minimamente convincente" escreveu, irado, o jornal espanhol El País.
Violação da democracia no que diz respeito a forma de funcionamento da UE constituem todos estas propostas-pesadelos de mudanças que a Alemanha alavanca usando como "laranja" a CE. Até hoje para temas muito mais sérios eram realizadas amplas discussões e os temas eram regulamentados através de prolongados processos de constituição das condições.
Longo e doloroso o caminho, mas, através dos acordos garantia o mínimo equilíbrio de interesses dos países-membros da UE. Agora tudo isso acabou. Para tudo quem decide é o... Quarto Reich!
A "germanização" da Europa é o objetivo desta política do governo de Berlim. Agora que a Alemanha predomina através da UE econômica e politicamente em todo o Velho Continente, não quer perder mais tempo com discussões.
"As sanções serão a consequência fisiológica para os países-membros que não cumprem suas obrigações", sentencia, concluindo ameaçadoramente, o comunicado da CE. "Automatização" das sanções contra os países-membros da UE, sem a necessidade de se tomar qualquer decisão política, é a nova linha alavancada pela Alemanha.
Decidirão os "especialistas", não mais os políticos, decreta o governo de Berlim e adota a subserviente CE, pela boca de Olli Rehn. Aliás, a UE prepara-se agora para punir não os países-membros devedores e ou que têm déficits, mas, também, os países-membros que não são competitivos!
A tomada de decisão política - e até com crescente maioria - era premissa necessária até agora para serem aplicadas sanções contra um país que havia superado o nível permitido de déficit: Os ministros das Finanças da Zona do Euro deveriam decidir com "fortalecida" maioria a aplicação das sanções.
"Não", diz a Alemanha e Olli Rehn. De agora em diante as sanções serão aplicadas pelos "especialistas" da CE - sozinhos - sem perguntar a ninguém. E se alguém discordar das sanções aplicadas pelos "especialistas", deverá então levar a questão ao plenário dos ministros das Finanças e tentar conseguir maioria contra a aplicação das sanções.
"Corpo de sábios"
Frau Merkel ameaça todos os governos dos países-membros da UE que se não aceitarem as condições de Berlim, então a Alemanha deixará de pagar a importância que, teoricamente, representa a parcela alemã de participação no "fundo da salvação" de países da Zona do Euro que estejam enfrentando dificuldades fiscais.
"Simples prorrogação de prazo de vigência do fundo (refere-se aos 750 bilhões de euros para todos os países integrantes da Zona do Euro) como vigora agora não existirá mais com a Alemanha no meio", vociferou, seca e categoricamente, semana passada em Berlim, a primeira-ministra Angela Merkel.
A França resiste. Recusa qualquer processo visando deixar os políticos fora de uma tão crítica decisão como é a aplicação, ou não, de sanções contra uma país por "especialistas" indiferentes para os motivos que o levaram a registrar crescentes déficits ou dívidas e indiferentes também para as consequências que as sanções aplicadas terão sobre a população do país punido.
Italianos e espanhóis "cerram fileiras" com os franceses. "A França rejeita as propostas da Comissão Européia" foi a manchete do mais importante jornal alemão, o Frankfurter Algemeine Zeitung.
Aliou-se à Alemanha, também, Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE). Postou-se ele também a favor de um "corpo de sábios, homens e mulheres, em nível europeu" que "garantirá um controle fiscal independente", caracterizando como "moderadas" as avaliações formuladas até agora pela CE.
"A expressão de maior confiança em alguns, supostamente, especialistas independentes, de que aos funcionários da UE chega a ser minimamente convincente" escreveu, irado, o jornal espanhol El País.
Violação da democracia no que diz respeito a forma de funcionamento da UE constituem todos estas propostas-pesadelos de mudanças que a Alemanha alavanca usando como "laranja" a CE. Até hoje para temas muito mais sérios eram realizadas amplas discussões e os temas eram regulamentados através de prolongados processos de constituição das condições.
Longo e doloroso o caminho, mas, através dos acordos garantia o mínimo equilíbrio de interesses dos países-membros da UE. Agora tudo isso acabou. Para tudo quem decide é o... Quarto Reich!
A "germanização" da Europa é o objetivo desta política do governo de Berlim. Agora que a Alemanha predomina através da UE econômica e politicamente em todo o Velho Continente, não quer perder mais tempo com discussões.
Fonte: Monitor Mercantil
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