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sexta-feira, outubro 22, 2010

Arrocho fiscal na Inglaterra condena 500 mil ao desemprego

Economia

Vermelho - 20 de Outubro de 2010 - 18h27

Pretexto do pacote é conter déficit público recorde; serviço público deve perder 500 mil postos de trabalho até 2015.

O governo da Grã-Bretanha anunciou nesta quarta-feira (20) o maior pacote de cortes de gastos públicos desde a Segunda Guerra Mundial. O objetivo proclamado pelos líderes conservadores que administram o país é combater o crescente déficit público, mas a oposição aponta motivos ideológicos.

As medidas, anunciadas pelo ministro das Finanças, George Osborne, no Parlamento, afetam todas as áreas do governo, incluindo saúde, bem-estar social, transporte e segurança pública.

Trabalhador paga o pato

A classe trabalhadora será a principal vítima do ajuste, que prevê cortes de 7 bilhões de libras (cerca de R$ 18,7 bilhões) em gastos com benefícios sociais, o enxugamento de 4% ao ano no financiamento à segurança pública e 8% de cortes no orçamento de Defesa nos próximos cinco anos.

Serão cortados em média 19% dos orçamentos dos departamentos do governo, o que deve provocar o fechamento de 490 mil postos de trabalho no serviço público até 2015. Nos próximos quatro anos, os cortes devem chegar a 83 bilhões de libras (cerca de R$ 220 bilhões). Também devem ser elevados impostos para aumentar a arrecadação em 29 bilhões de libras (cerca de R$ 77 bilhões).

A Grã-Bretanha tem hoje o maior déficit público de sua história, de mais de 150 bilhões de libras (cerca de R$ 398 bilhões). Isso equivale a 11% do PIB do país, o mais alto déficit estrutural entre todos os países europeus, segundo Osborne. A dívida pública cresceu em setembro para 57,2% do PIB. Um ano antes esta relação era de 49%.

Pacote polêmico

Obviamente, o pacote é polêmico. Os conservadores esgrimem o pretexto da crise fiscal, mas a oposição acusa o governo de agir ideologicamente, para promover um enxugamento do Estado e de ameaçar jogar a economia britânica de volta à recessão.

A injustiça social implícita no pacote é flagrante. O déficit subiu na esteira da crise financeira internacional em consequência da ajuda bilionária que o governo concedeu aos bancos para resgatá-los da falência. Os gastos públicos explodiram e agora os conservadores apresentam a conta ao povo trabalhador, enquanto o Estado se obriga a pagar bilhões em juros da dívida acrescida pelo socorro aos banqueiros.

Osborne admitiu que os cortes seguem as recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) e contam com o apoio da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE) e pelo Banco da Inglaterra (banco central britânico).

O arrocho fiscal estava desenhado desde as eleições britânicas de maio, que resultaram na derrocada do Partido Trabalhista e em um governo de coalizão entre o Partido Conservador e o Partido Liberal Democrata. Os conservadores fizeram campanha com a bandeira de tomar uma “ação urgente” para equilibrar as contas públicas.

Logo após tomar posse, o governo já havia anunciado, como “ação urgente”, cortes de mais de 6 bilhões de libras (cerca de R$ 16 bilhões) já neste ano fiscal. O governo argumenta que os cortes reduzirão a proporção da dívida pública acumulada em relação ao PIB e deixarão tanto o déficit público como a dívida em níveis menores e mais sustentáveis.

Recessão

Durante debate no Parlamento antes do anúncio dos cortes, o líder dos trabalhistas, Ed Miliband, acusou o primeiro-ministro, David Cameron, de “fazer uma aposta irresponsável” com o crescimento, os empregos e as vidas de uma geração de britânicos.

Em linha com o que está ocorrendo no resto da Europa, o arrocho fiscal promovido pelos conservadores britânicos vai deprimir o consumo, reduzir o emprego e obstruir a recuperação da economia, que pode mergulhar novamente na recessão.

Com base em cálculos do FMI, o jornalista Martin Wolf, editor do Financial Times, estima que o arrocho fiscal anunciado pelos conservadores ingleses pode provocar uma queda de 4% do PIB. Não é pouco.

“Primeiro, uma consolidação orçamentária de 1% do PIB tende a reduzir a demanda interna real em 1% e o PIB em 0,5% num curso de dois anos”, argumenta Wolf no artigo Reino Unido e EUA em rotas diferentes (alusão ao fato de que os EUA estão ampliando os gastos públicos e inundando o mundo de dólares, deflagrando uma verdadeira guerra cambial). “Se assim for”, conclui, “a consolidação no Reino Unido reduziria a demanda real - tudo o mais suposto constante -, num total de 8% e o PIB em 4%”.

Saúde e educação protegidas

As áreas de saúde e educação serão protegidas, a julgar pelas informações do governo. O orçamento do Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês), deve contar com 2 bilhões extra para assistência social. Os conservadores também prometeram aumentar o orçamento de escola todos os anos até 2015.

Implantado após a Segunda Guerra, o sistema público de saúde britânico (gratuito e reconhecido como um dos mais eficientes do mundo) parece ser uma conquista tão consagrada que nem a direita tem coragem de mexer. Quanto à educação, é considerada atualmente com muita razão como um fator essencial para o desenvolvimento e a competitividade da economia. Só por isto foi preservada.

Alvo de fortes críticas da oposição, o arrocho fiscal também deve despertar indignação e revolta na classe trabalhadora, especialmente (mas não só) no setor público. Esta vai amargar o desemprego decorrente da provável recessão e também o aumento da idade de aposentadoria de 65 para 66 anos a partir de 2020.

Confira os números do arrocho fiscal

                • Cerca de 490 mil postos de trabalho serão destruídos no setor público e o número total de demitidos pode ultrapassar 1 milhão
                • Redução de 19% nos orçamentos de setores do governo nos próximos quatro anos
                • 7 bilhões de libras em cortes adicionais em benefícios sociais
                • Orçamento da polícia reduzido em 4% ao ano
                • Idade de aposentadoria aumentará de 65 para 66 a partir de 2020

Com agências
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  • Eles estão errados

    21/10/2010 10h52 Passaram a mão na cabeça dos banqueiros irresponsaveis, nenhum foi para a cadeia e todos continuam recebendo polpudos "bonus de desempenho", e agora fazem um arrocho para pagar a divida que contrairam socorrendo esses larápios, enquanto isso as medidas para regulamentar e aumentar o controle sob o sistema financeiro dormem nas gavetas dos "representantes do povo", ninguem fala mais e conter a esbórnia dos "paraisos fiscais", incentivam o comportamento irresponsavel e futuramente colherão os frutos desta leniência com a especulação financeira desenfreada na forma de uma crise ainda mais profunda e destrutiva do que a que ora se desenrola.
    Forrest Gump
    Boston - AC
  • Não existe outro país?

    20/10/2010 20h40 Não existe outros país, com um quinto da população do reino unido, que também irá cortar nos próximos meses 500.000 empregos públicos? Onde fica este país? No Caribe. Quem governa este país? Os comunistas. Qual é a diferença entre as demissões? Esta vocês respondam! vermelhosnao.blogspot.com
    Jorge Nogueira Rebolla
    Barra Mansa - RJ
  • Cortar na carne de quem?

    20/10/2010 19h18 Considero ingênua a opinião do Filipe. O Estado inglês elevou o déficit derramando dinheiro público (muito) na operação de salvamento do sistema financeiro, fortemente abalado pela crise mundial. O orçamento militar do imperialismo britânico é monstruoso, mas ficou praticamente inalterado. A guerra no Afeganistão custa caro (em termos de dinheiro e vidas), mas o tema passa ao largo do debate sobre o déficit, assim como os juros da dívida que corresponde a 52% do PIB, enquanto a do Japão ultrapassa 100% e a dos EUA está em torno disto. Todavia, o ajuste que o Filipe elogia não vai sacrificar os bancos nem a indústria bélica. A conta foi apresentada à classe trabalhadora. O resultado será mais recessão e desemprego. Apoiar tal disparate é capitular à ideologia dominante e aos interesses do capital financeiro, que está por trás de tudo isto, ao lado do nosso velho conhecido, o FMI.
    Roberto Carlos
    Santa Maria - RS
  • Eles estão certos

    20/10/2010 18h54
    E futuramente vão colher os frutos de um política fiscal mais responsável, ao contrário dos outros que estão aumentando os gastos, e futuramente vão enfrentar um endividamento monstruoso. Mesmo com a queda no PIB decorrente disso, a economia de dinheiro e diminuição do déficit compensam. O Brasil também deveria começar a se preocupar com isso, hoje é tudo muito bonito, mas futuramente a conta será cobrada, e será cara.
    Filipe
    Fortaleza - CE
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