Mundo
Povos obedientes que baixem a cabeça suportando mergulhados em sua desgraça as medidas de frugalidade que lhes impõem os empoados governos europeus. Povos desobedientes que reagem com violência às estas medidas, saem às ruas e, com sucessivas ondas de manifestações, derrubando o cenário político, expulsando os governos que tentam uma gigantesca redistribuição da riqueza social em detrimento das camadas sociais mais frágeis.
Por Alex Corsini, no Monitor Mercantil
E nestes dias, a empoada Europa tem para mostrar populações pertencentes à primeira e à segunda categoria, assim como, durante esta crise, os cidadãos europeus, com sua posição, estão conformando seu destino.
Os franceses, nas ruas. Três vezes no espaço de um mês, mais de 2,5 milhões de manifestantes cada vez inundaram as cidades. Há 15 anos a França não é palco destas movimentações.
Sarkozy mostra-se irredutível e decreta extensão da faixa etária para concessão de aposentadoria, concordando em recuar apenas em algumas questões de menor importância. Mas, conforme insiste em outros temas, provavelmente, sua derrota nas eleições presidenciais da primavera de 2012 está decretada desde já.
Heroísmo dos islandeses. Rebelaram-se no outono de 2008 e não pararam ainda. Se as esperanças dos trabalhadores europeus são depositadas aos pés do gigante francês, sua admiração pertence à "pulga" islandesa, nesta minúscula nação dos 320 mil insubordinados vikings que estão mostrando a que vieram.
Derrubaram o governo de direita. Ridicularizaram o novo governo de centro-esquerda, quando este sucumbiu à pressão da Grã-Bretanha e da União Européia (UE) e formalizou acordo obrigando o povo islandês a pagar as dívidas dos bancos e banqueiros islandeses no exterior.
Obrigaram, ainda, o presidente a convocar plebiscito aprovando o famigerado acordo. Porém, somente 1,8% da população votou a favor aprovando o acordo formalizado pelo governo, enquanto 93% votaram contra. E não parou aí.
Semana passada, cerca de 8 mil manifestantes cercaram o Parlamento - isto é, mais do que aqueles que derrubaram o governo de direita - exigindo não perder suas casas. O governo entrou em pânico. E a vitória dos manifestantes já foi divulgada. O ministério das Finanças anunciou que "os já estatizados bancos deverão eliminar de seus balanços os empréstimos habitacionais concedidos". Alívio gigantesco.
Fora daqui o FMI
Os húngaros arrasaram os "socialistas" que submeteram o país às ordens do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, nas eleições, os derrubaram com 44% contra 19%. Trouxeram ao seu lugar a direita, a qual interrompeu as negociações com o FMI para novos empréstimos.
E os eleitores hungaros a compensaram por sua postura. E triunfou nas eleições municipais da semana passada. Venceu em 22 das 23 capitais das regiões do país, enquanto, pela primeira vez, venceu também, na capital do país, ganhando a prefeitura de Budapeste, conquistando a vitória em 19 das 23 seções eleitorais da capital.
Os romenos realizam manifestações nas ruas incessantemente. Milhares de manifestantes todos os dias paralisam a vida na capital Bucareste. E aumentam a possibilidades de o governo de direita de Emil Bock, ser derrubado ainda neste mês, por causa da debandada dos deputados da coalizão governamental que rumam à oposição social-democrata. Após a redução salarial dos funcionários públicos em 25%, a situação nas ruas escapou de qualquer controle.
Mês que vem, será realizada greve geral em Portugal. E mês passado foi realizada uma greve geral na Espanha. Certamente, o governo "socialista" de José Luis Rodríguez Zapatero perderá as eleições na próxima primavera. Segundo as pesquisas, a direita já supera os socialistas em 15 unidades percentuais. Já o governo socialista, minoritário, de José Sócrates em Portugal, eleito ano passado, é improvável concluir o quadriênio de governança.
Aqui, na Polônia, as manifestações contra as medidas econômicas do governo estão na ordem do dia. O mesmo acontece na vizinha República Tcheca e na Eslovênia. São os "miseráveis" da União Européia.
Fonte: Monitor Mercantil
.Os franceses, nas ruas. Três vezes no espaço de um mês, mais de 2,5 milhões de manifestantes cada vez inundaram as cidades. Há 15 anos a França não é palco destas movimentações.
Sarkozy mostra-se irredutível e decreta extensão da faixa etária para concessão de aposentadoria, concordando em recuar apenas em algumas questões de menor importância. Mas, conforme insiste em outros temas, provavelmente, sua derrota nas eleições presidenciais da primavera de 2012 está decretada desde já.
Heroísmo dos islandeses. Rebelaram-se no outono de 2008 e não pararam ainda. Se as esperanças dos trabalhadores europeus são depositadas aos pés do gigante francês, sua admiração pertence à "pulga" islandesa, nesta minúscula nação dos 320 mil insubordinados vikings que estão mostrando a que vieram.
Derrubaram o governo de direita. Ridicularizaram o novo governo de centro-esquerda, quando este sucumbiu à pressão da Grã-Bretanha e da União Européia (UE) e formalizou acordo obrigando o povo islandês a pagar as dívidas dos bancos e banqueiros islandeses no exterior.
Obrigaram, ainda, o presidente a convocar plebiscito aprovando o famigerado acordo. Porém, somente 1,8% da população votou a favor aprovando o acordo formalizado pelo governo, enquanto 93% votaram contra. E não parou aí.
Semana passada, cerca de 8 mil manifestantes cercaram o Parlamento - isto é, mais do que aqueles que derrubaram o governo de direita - exigindo não perder suas casas. O governo entrou em pânico. E a vitória dos manifestantes já foi divulgada. O ministério das Finanças anunciou que "os já estatizados bancos deverão eliminar de seus balanços os empréstimos habitacionais concedidos". Alívio gigantesco.
Fora daqui o FMI
Os húngaros arrasaram os "socialistas" que submeteram o país às ordens do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, nas eleições, os derrubaram com 44% contra 19%. Trouxeram ao seu lugar a direita, a qual interrompeu as negociações com o FMI para novos empréstimos.
E os eleitores hungaros a compensaram por sua postura. E triunfou nas eleições municipais da semana passada. Venceu em 22 das 23 capitais das regiões do país, enquanto, pela primeira vez, venceu também, na capital do país, ganhando a prefeitura de Budapeste, conquistando a vitória em 19 das 23 seções eleitorais da capital.
Os romenos realizam manifestações nas ruas incessantemente. Milhares de manifestantes todos os dias paralisam a vida na capital Bucareste. E aumentam a possibilidades de o governo de direita de Emil Bock, ser derrubado ainda neste mês, por causa da debandada dos deputados da coalizão governamental que rumam à oposição social-democrata. Após a redução salarial dos funcionários públicos em 25%, a situação nas ruas escapou de qualquer controle.
Mês que vem, será realizada greve geral em Portugal. E mês passado foi realizada uma greve geral na Espanha. Certamente, o governo "socialista" de José Luis Rodríguez Zapatero perderá as eleições na próxima primavera. Segundo as pesquisas, a direita já supera os socialistas em 15 unidades percentuais. Já o governo socialista, minoritário, de José Sócrates em Portugal, eleito ano passado, é improvável concluir o quadriênio de governança.
Aqui, na Polônia, as manifestações contra as medidas econômicas do governo estão na ordem do dia. O mesmo acontece na vizinha República Tcheca e na Eslovênia. São os "miseráveis" da União Européia.
Fonte: Monitor Mercantil
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