A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, outubro 06, 2007

Forte quebra no poder de compra - Salários alemães estagnados há 20 anos


O salário médio líquido registado em 1992 supera em termos absolutos o valor relativo a 2006
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As estatísticas do Ministério do Trabalho da Alemanha confirmam as dificuldades crescentes que os trabalhadores germânicos sentem no seu dia-a-dia. Hoje, o valor nominal do salário médio líquido é praticamente idêntico ao registado em 1986.
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Se há 20 anos a remuneração média anual dos alemães atingia os 15 785 euros líquidos (1315,40 euros/mês), em 2006 aquele valor não foi além dos 15 845 euros (1320.42 euros/mês), ou seja, uma diferença de apenas cinco euros a mais por ano.
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Segundo o jornal Bild, a clara degradação do poder de compra dos alemães resulta, por um lado, do facto de as actualizações salariais não terem acompanhado a inflação. E por outro do acentuado aumento dos impostos e das quotizações sociais que incidem sobre os salários brutos.
O mesmo jornal, citado pelo diário francês Le Monde (25.09), indica que, em 2006, os descontos nos vencimentos atingiram 9 291 euros, montante que em 1986 foi apenas de 5607 euros, ou seja, um aumento de cerca de dois terços.

Salários reais descem mais de 40%

Aceitando que no período em análise se verificou uma inflação média de apenas dois por cento ao ano, conclui-se que os salários sofreram, só por esta via, uma redução real de 40 por cento nas últimas duas décadas.
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A divulgação destes dados, na semana passada, reabriu o debate sobre o agravamento da injustiça na distribuição da riqueza, o aprofundamento das desigualdades sociais e a necessidade cada vez mais evidente de instaurar um salário mínimo nacional.
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Para reenquadrar o problema, o Ministério do Trabalho esclareceu que os dados de 1986 não podem ser comparados uma vez que apenas se referem à República Federal Alemã, enquanto a estatística relativa a 2006 inclui já o território da antiga República Democrática Alemã, o que determinou uma baixa dos valores médios.
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Contudo, esta intervenção do governo não convenceu os mais atentos. É que, como nota o Bild, jornal nacional de grande tiragem, já depois da unificação, em 1992, o salário médio líquido em toda a Alemanha elevava-se a 17 251 euros/ano, ou seja, estava 1406 euros/ano acima do valor apurado em 2006.
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Por outras palavras, constata-se que é precisamente após a «queda do muro» que a ofensiva contra os salários e direitos dos trabalhadores ganhou mais força na Alemanha.

Tensões agudizadas

De resto, o ministro social-democrata do Trabalho e vice-chanceler, Franz Müntefering, não negou que «na realidade, os acordos salariais têm ficado atrás da evolução dos preços». Um «desequilíbrio nítido» reconheceu o governante, defendendo uma evolução salarial positiva capaz de dar «um impulso à economia».
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Os reflexos do estrangulamento das camadas trabalhadores são há muito visíveis na retracção do mercado interno. De acordo com dados divulgados no final do mês passado, o comércio a retalho registou uma nova quebra em Agosto de 1,4 por cento. Mas o Gabinete Federal de Estatísticas observa que em relação ao ano anterior a quebra atinge os 2,2 por cento, valor muito acima dos 1,4 por cento previstos pelos analistas.
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A diminuição das vendas é observada quer nos produtos alimentares quer nas restantes categorias de produtos, como o vestuário por exemplo, que sofreu uma redução de 2,9 por cento.
Face à notória diminuição da procura interna, as grandes empresas procuraram garantir os seus lucros orientando-se para os mercados internacionais. A Alemanha é há vários anos o primeiro exportador mundial, registando sucessivos recordes em excedentes comerciais.
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No entanto, a agudização das tensões na sociedade alemã é hoje uma preocupante evidência até para o conservador presidente da República, Horst Koehler, antigo director do FMI.
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No seu discurso anual de Berlim, na segunda-feira, dia 1, Koehler aludiu ao aprofundamento do fosso entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos, advertindo que «o sucesso de uns não deve tornar-se o fracasso de outros».
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Na sua opinião, a sociedade alemã só aceitou no passado a crescente discrepância nos salários «porque a curva era ascendente para todos e tem de continuar a ser».
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Todavia, neste sentido, o político democrata-cristão apenas se pronunciou a favor de uma maior participação dos trabalhadores no capital das empresas, uma proposta recentemente avançada pelo presidente dos sociais-democratas (SPD), Kurt Beck.
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in Avante 2007.10.04

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