A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

quinta-feira, outubro 11, 2007

Joaquim Pina Moura


Cromo Acidental - Joaquim Pina Moura, o habilidoso
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* Rodrigo Moita de Deus
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Poucos talentos terão sido tão pouco apreciados, poucas figuras marcantes terão sido tão injustiçadas como Joaquim Pina Moura.
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Formado em Finanças Públicas, com especialização em planos quinquenais, pela Universidade Ulianov, em Moscovo, completou o seu percurso académico com uma notável pós-graduação em capitalismo. Depois de longos anos noutros ofícios onde não teve especial projecção, foi na política que iniciou uma carreira fulgurante. De chefe de gabinete de ministro, a ministro. De ministro a super-ministro. De super-ministro a referência indiscutível para a nação.
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Foi como ministro que se afirmou figura notável do país na última década. Entre o extraordinário trabalho realizado na contenção do défice público, é igualmente considerado por ser um dos founding fathers da doutrina “como manter centros de decisão em Portugal vendendo empresas a espanhóis”. O mesmo plano que Diogo Vaz Guedes soube transformar em modelo para todo o patronato português.
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Pina teve a oportunidade de aplicar o seu próprio sistema, quando num golpe de génio, se lembrou que a única forma de evitar perder o controlo de empresas consideradas essenciais era vendê-las a estrangeiros.
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Especialmente conhecido nos manuais de gestão ficou o caso da EDP, quando resolveu negociar a empresa com a sua principal concorrente, a Iberdrola. Os espanhóis, de tão impressionados que ficaram com a intransigência e habilidade de Pina Moura na defesa dos interesses nacionais, logo o decidiram convidar para Presidente do Conselho de Administração em Portugal.
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Desenganem-se aqueles que julgam que se tratou de uma reforma dourada. Actualmente, aguardam-no novos e extenuantes desafios. Como representante da energética terá de negociar a rescisão de um contrato, no valor de muitos milhões de euros, que ele próprio assinou como ministro. Do outro lado, a defender os superiores interesses do Estado português, estarão amigos do partido e ex-colegas de governo. Eis um desafio à altura de Pina Moura. Estamos certos que nenhuma das partes desta épica contenda nos desiludirá.
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Pina Moura é hoje deputado eleito do Partido Socialista pelo círculo da Guarda, conselheiro de José Sócrates para matérias económicas e presidente do conselho de adminstração da Iberdrola em Portugal. Dá entrevistas, aparece nos jornais é respeitado e encontra-se em liberdade.
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Talvez um dia alguém lhe faça justiça.
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in blog O Acidental Terça-feira, Abril 12, 2005
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Joaquim Pina Moura é o novo presidente
do conselho de administração da Media Capital.
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Daniel Vaz com Bruno Proença e João Paulo Guerra
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O HOMEM DA ENERGIA
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Joaquim Augusto Nunes de Pina Moura, 55 anos, é licenciado em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão e pós-graduado em economia monetária e financeira, tendo chegado a catedrático convidado do ISEG. Na juventude frequentou também engenharia e foi na Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia do Porto que iniciou, nos anos 70, a actividade associativa e política.
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Por essa altura aderiu ao PCP, atingindo o topo da organização dos Estudantes Comunistas. Diz-se que os comunistas o veriam, por essa altura, como um futuro líder do PCP. Mas Cunhal não tinha delfins e Joaquim Pina Moura veio a deixar o PCP na segunda leva de dissidência, em 1992. Vital Moreira, dissidente de extracção anterior, perguntou-lhe na ocasião: “E agora, Joaquim?”. Joaquim respondeu fundando a Plataforma de Esquerda, que veio a dar um apoio de quadros e alguma cobertura de esquerda aos “Estados Gerais” de António Guterres. .
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Braço-direito e mão esquerda de Guterres, Pina Moura ganhou o título de “O Cardeal” quando era secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. Ganhou ascendente nas reuniões do núcleo duro do Governo graças à experiência de trabalho que adquirira no PCP. Era a simples tecnologia do papel e lápis. Pina Moura tomava notas e levava as decisões até ao fim.
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A meio do mandato do primeiro governo de Guterres, subiu a ministro da Economia. No segundo, acumulou a Economia com as Finanças. Deixou a primeira pasta em Setembro de 2000, a segunda em Julho de 2001. E a questão das datas não é displicente. Mais tarde viria a ser invocada até à exaustão por Pina Moura para explicar que não houve conflito de interesses ou infracção do período de nojo ao assumir a presidência da Iberdrola Portugal, depois de desempenhar funções de consultor do BCP Investimento na área da energia.
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“Serei uma das pessoas vivas que mais conhecimentos tem, em Portugal, sobre o sector energético”, admitiu em declarações à Visão, em Janeiro de 2006. Agora, sem que lhe conheça qualquer ligação ao meio da comunicação social, o homem da energia entra no ramo pela mão dos espanhóis.
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in Diário Económico 2007-04-19

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