A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

segunda-feira, novembro 08, 2010

Sócrates & Passos Coelho

 
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Portugal - Institucional
Domingo, 07 Novembro 2010 20:44
071110_passos_socrates Diário Liberdade - [Vítor Colaço Santos] São cara e coroa da mesma má moeda. O rotativismo de poder, disputado entre apenas dois partidos – o PD e o PSD – causa desmobilização, deses­perança e falta de ânimo, também pela péssima qualidade destes.
 
Sócrates reuniu com "sábios" economistas, mui­tos dos quais pertenceram a governos odiosos e odiados, culpados de tudo o que de pior nos tem acontecido. Quase todos receberam re­formas milionárias, duas e três, e atrevem-se a dar nas televisões patrióticas lições de salva­ção económica. Miserável! Um deles, com defi­ciências de fala e espuma aos cantos da boca, tra­balhou seis anos num banco do Estado e re­cebeu uma reforma para sempre!, de 18 mil euros! É o retrato típico de uma situação repu­gnan­te. Mas há mais... Afinal, de que falaram os ex-ministros "sábios"?
Indicaram os mesmos remédios para a reso­lução da crise (da nossa crise, de facto!): cortes nas despesas de saúde, da educação, da previ­dência, baixa dos salários da função pública (os funcionários públicos que paguem a crise!), su­pressão do 13º mês, redução nas pensões, ex­tinção de subsídio para os mais pobres, au­mento nos medicamentos ... e caso alguém ten­te desmontar esta ladainha é considerado co­munista ou afim. Haja decoro e decência.
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Passos Coelho também reuniu com um rico grupo de economistas. Foram dizer-lhe o que quis ouvir. A mesma receita. A mesma cantilena. Os mesmos cortes. Os mesmos sacrifícios. A mesma ou pior fome! Esta gente não está (nun­ca esteve, nem estará) ao lado de quem so­fre e está na mó de baixo. Os seus testemu­nhos não ocultam a casta a que pertencem. Os jor­nais e revistas publicam os nomes, os rendi­mentos, as casas luxuosas, os iates, os aviões, os automóveis topo de gama dos que nos exigem sacrifícios, suor, lágrimas e renúncia. Exigem mas não praticam. Uma televisão quis saber o que pensam os portugueses desta actual situa­ção: uns não responderam, outros não sabiam, al­guns revelaram indiferença e ignorância ou au­sência. Até que uma mulher antiga, com olhos de sofrimento e rugas no rosto de miséria da fome, disse: "Não acredito em nada, nem em ninguém. Eles estão lá para se encher."
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Quando se tira aos reformados um escasso cêntimo, as dificuldades que daí advém são mais que muitas e as consequências imediatas são terríveis. Portugal é um país padrasto e pá­tria madrasta para a grande parte dos portu­gueses. Até nós querermos...
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É nesta "pérfida embrulhada", para citar um português maior – Jorge de Sena – que va­mos sobrevivendo. Omissão, mentira, engano, cambalhotas. E não é apenas Sócrates o paladi­no destas tropelias. Passos Coelho vai nos mesmos passos...

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