Economia
Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) decidiu injetar mais de 600 bilhões de dólares na economia através da compra de títulos do Tesouro. A decisão tende a alimentar a chamada guerra cambial e “preocupa o governo brasileiro por representar a política de empobrecimento do vizinho”, conforme avaliação do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.
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Segundo ele, a medida põe mais lenha na fogueira da chamada “guerra cambial”, também denominada por Barral de “dumping cambial”, e tem como consequência medidas de retaliação dos demais países que se sentirem prejudicados, inclusive do Brasil.
Inflação e protecionismo
“A medida do Fed gera inflação em dólares e leva ao câncer, que é a adoção de medidas protecionistas pelos países prejudicados ao redor do mundo”, continuou Barral. Ele mencionou que o governo brasileiro vai se posicionar em relação a esta e outras medidas dos EUA e da China na reunião do G-20, semana que vem em Seul, na Coreia do Sul.
Enquanto os efeitos da medida na economia norte-americana são duvidosos, as conseqüências no exterior são sobejamente conhecidas. A decisão do Fed aumenta a liquidez mundial e amplia o excesso de dólares em circulação nos mercados ditos emergentes. A compra massiva de títulos do Tesouro também sinaliza a dificuldade que o governo dos EUA está tendo para financiar o déficit público com recursos de investidores internos e dos bancos centrais dos países superavitários (China, Alemanha, Japão e Brasil, entre outros).
Pacote de exportação
Enquanto isso, cabe ao ministério e a outras áreas do governo colocar em prática medidas administrativas já anunciadas no pacote de exportação, no início de 2010, para tentar reduzir o efeito da distorção cambial e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros.
Entre as medidas já anunciadas, neste mês entra em vigor o “draw back” isenção; medidas antielisão; regras de origens não preferenciais, segundo Barral. “Para aumentar a competitividade das exportações brasileiras há vários fatores e, infelizmente, não existe um remédio milagreiro”, brincou o secretário.
Impacto pequeno
O Fed vai adquirir US$ 600 bilhões em títulos públicos de longo prazo até meados de 2011 para reduzir ainda mais as taxas de juros cobradas em hipotecas e outras dívidas. Esse montante se soma às compras entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões já efetuadas pelo Fed.
A ideia é que, ao baratear os empréstimos, as pessoas sejam estimuladas a gastar mais e, por consequência, as empresas tenham incentivo para contratar pessoal. Alguns economistas, porém, temem que a iniciativa tenha um impacto pequeno em estímulo à economia, porque as taxas de juro já estão em níveis historicamente baixos. Outros receiam que as compras de títulos poderiam conduzir a inflação a patamares muito altos no longo prazo e, ao mesmo tempo, liberar compras especulativas de outros ativos, como ações.
Economia fraca
Ao anunciar a ação, o Fed disse que o ritmo da economia continua a ser lento. As empresas continuam relutantes em contratar, o setor imobiliário permanece deprimido e os consumidores estão aumentando seus gastos apenas gradualmente. Thomas Hoenig, presidente do Federal Reserve de Kansas City, divergiu pela sexta reunião consecutiva. Ele argumenta que os riscos trazidos pelo estímulo adicional do Fed superam os benefícios potenciais.
Com a economia fraca, o Fed não quer arriscar ficar preso no cenário de estagnação econômica e deflação que tomou conta do Japão nos anos 1990 e levou a uma "década perdida" no país. A deflação é uma queda generalizada e prolongada dos preços dos bens e serviços, nos salários e nos valores de casas e ações. Ela torna mais difícil para pessoas e empresas pagarem suas dívidas, o que eleva o número de despejos e falências.
Desemprego renitente
Os componentes do Comitê de Política Econômica do Fed (FOMC, na sigla em inglês) expressaram desapontamento pelo fato de a taxa de desemprego - agora em 9,6% - não ter diminuído e de a inflação não estar em níveis mais em linha com uma economia saudável. O progresso em direção a essas metas tem sido decepcionante, reconheceu a autoridade monetária em sua declaração pós-reunião.
Desde a crise financeira de 2008 o Fed tem tentado manter uma oferta de crédito para pessoas e empresas. Uma das iniciativas é deixar a meta da taxa básica de juros perto de zero. Também optou pela estratégia pouco ortodoxa de comprar títulos de longo prazo, em quantidade grande o suficiente para diminuir os juros desses títulos.
Em 2009, o Fed comprou US$ 1,7 trilhão em títulos hipotecários e do Tesouro. Essas aquisições ajudaram a reduzir as taxas de longo prazo dos empréstimos habitacionais e corporativos, o que colaborou para retirar o país da recessão.
A ação anunciada hoje vem um dia depois que os eleitores, frustrados pelo desemprego, queda de salários e execuções hipotecárias, puniram os democratas nas urnas e entregaram o controle da Câmara para os republicanos. O Partido Democrata manteve o controle do Senado. A divisão vai tornar mais difícil para o presidente Barack Obama aprovar iniciativas econômicas importantes, o que poderia colocar mais pressão sobre o Fed.
Com informações do Valor
Inflação e protecionismo
“A medida do Fed gera inflação em dólares e leva ao câncer, que é a adoção de medidas protecionistas pelos países prejudicados ao redor do mundo”, continuou Barral. Ele mencionou que o governo brasileiro vai se posicionar em relação a esta e outras medidas dos EUA e da China na reunião do G-20, semana que vem em Seul, na Coreia do Sul.
Enquanto os efeitos da medida na economia norte-americana são duvidosos, as conseqüências no exterior são sobejamente conhecidas. A decisão do Fed aumenta a liquidez mundial e amplia o excesso de dólares em circulação nos mercados ditos emergentes. A compra massiva de títulos do Tesouro também sinaliza a dificuldade que o governo dos EUA está tendo para financiar o déficit público com recursos de investidores internos e dos bancos centrais dos países superavitários (China, Alemanha, Japão e Brasil, entre outros).
Pacote de exportação
Enquanto isso, cabe ao ministério e a outras áreas do governo colocar em prática medidas administrativas já anunciadas no pacote de exportação, no início de 2010, para tentar reduzir o efeito da distorção cambial e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros.
Entre as medidas já anunciadas, neste mês entra em vigor o “draw back” isenção; medidas antielisão; regras de origens não preferenciais, segundo Barral. “Para aumentar a competitividade das exportações brasileiras há vários fatores e, infelizmente, não existe um remédio milagreiro”, brincou o secretário.
Impacto pequeno
O Fed vai adquirir US$ 600 bilhões em títulos públicos de longo prazo até meados de 2011 para reduzir ainda mais as taxas de juros cobradas em hipotecas e outras dívidas. Esse montante se soma às compras entre US$ 250 bilhões e US$ 300 bilhões já efetuadas pelo Fed.
A ideia é que, ao baratear os empréstimos, as pessoas sejam estimuladas a gastar mais e, por consequência, as empresas tenham incentivo para contratar pessoal. Alguns economistas, porém, temem que a iniciativa tenha um impacto pequeno em estímulo à economia, porque as taxas de juro já estão em níveis historicamente baixos. Outros receiam que as compras de títulos poderiam conduzir a inflação a patamares muito altos no longo prazo e, ao mesmo tempo, liberar compras especulativas de outros ativos, como ações.
Economia fraca
Ao anunciar a ação, o Fed disse que o ritmo da economia continua a ser lento. As empresas continuam relutantes em contratar, o setor imobiliário permanece deprimido e os consumidores estão aumentando seus gastos apenas gradualmente. Thomas Hoenig, presidente do Federal Reserve de Kansas City, divergiu pela sexta reunião consecutiva. Ele argumenta que os riscos trazidos pelo estímulo adicional do Fed superam os benefícios potenciais.
Com a economia fraca, o Fed não quer arriscar ficar preso no cenário de estagnação econômica e deflação que tomou conta do Japão nos anos 1990 e levou a uma "década perdida" no país. A deflação é uma queda generalizada e prolongada dos preços dos bens e serviços, nos salários e nos valores de casas e ações. Ela torna mais difícil para pessoas e empresas pagarem suas dívidas, o que eleva o número de despejos e falências.
Desemprego renitente
Os componentes do Comitê de Política Econômica do Fed (FOMC, na sigla em inglês) expressaram desapontamento pelo fato de a taxa de desemprego - agora em 9,6% - não ter diminuído e de a inflação não estar em níveis mais em linha com uma economia saudável. O progresso em direção a essas metas tem sido decepcionante, reconheceu a autoridade monetária em sua declaração pós-reunião.
Desde a crise financeira de 2008 o Fed tem tentado manter uma oferta de crédito para pessoas e empresas. Uma das iniciativas é deixar a meta da taxa básica de juros perto de zero. Também optou pela estratégia pouco ortodoxa de comprar títulos de longo prazo, em quantidade grande o suficiente para diminuir os juros desses títulos.
Em 2009, o Fed comprou US$ 1,7 trilhão em títulos hipotecários e do Tesouro. Essas aquisições ajudaram a reduzir as taxas de longo prazo dos empréstimos habitacionais e corporativos, o que colaborou para retirar o país da recessão.
A ação anunciada hoje vem um dia depois que os eleitores, frustrados pelo desemprego, queda de salários e execuções hipotecárias, puniram os democratas nas urnas e entregaram o controle da Câmara para os republicanos. O Partido Democrata manteve o controle do Senado. A divisão vai tornar mais difícil para o presidente Barack Obama aprovar iniciativas econômicas importantes, o que poderia colocar mais pressão sobre o Fed.
Com informações do Valor
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Do Valor
03/11/2010 21h22Sim do valor ou poderíamos dizer do valor socialmente necessário. Este que reflete-se na moeda e a moeda ela mesma parte do mundo das mercadorias. Há, este mundo das mercadorias com moedas desvalorizadas e de exploração. Do valor, do valor socialmente necessário que se reflete na moeda e esta nada mais têm como substância aparente, dizem alguns(não existe mais o padrão ouro no EUA)que lastro têm esta moeda (US$), por qual substância ela deve ser trocada? Ha! esta moeda que não é nada mais que encarnação do trabalho humano mundial. Porque, desvaloriza-se? Porque é protegida pela maior máquina de guerra que um Estado já criou. Algo de misterioso ela têm. Ela esconde, isto sim, as relações sociais de exploração de um mundo onde o valor se desvaloriza. Já não existe mais quase razão para o lucro! Como assim? Sim! Estamos no limite da revolução tecnológica aplicada à produação. Contradições, muitas contradições. Os ricos ficando mais ricos e os pobres mais pobres. Sim uma época de crise.Paulo CostaViamão - RS.
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