Lusa
Clientes apresentaram há dois anos queixas-crime contra Rendeiro por burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais
Carlos do Paulo, advogado dos clientes do BPP (Banco Privado Português), criticou este domingo a intenção do antigo presidente do banco João Rendeiro de avançar com uma queixa contra a Polícia Judiciária, após buscas efectuadas a sua casa.
- 11h13 - Correio da Manhã 2010 11 14
"Os clientes estão contra esta atitude do doutor João Rendeiro se ter insurgido contra as buscas, considerando que está a tentar condicionar a actuação dos órgãos de investigação criminal", afirmou à agência Lusa Carlos do Paulo.
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O defensor de dezenas de clientes do BPP falava após as declarações do defensor de João Rendeiro, José Miguel Júdice, que em declarações à estação de televisão ‘SIC’ estranhou a actuação da PJ.
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"Não é normal que se chegue às sete da manhã a casa de uma pessoa, que se toque à campanha e não se diga quem. Que não se deixe sequer espreitar pelo buraco da fechadura", disse.
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Júdice acrescentou que "para ir buscar seja o que for não é preciso criar esta tentativa de criar medo, receio, de criar preocupação, de desestabilizar as pessoas".
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Do lado dos clientes, Carlos do Paulo respondeu que "o Ministério Público tem legitimidade de efectuar uma busca domiciliária, que não é uma visita de cortesia, não é um chá na casa do doutor João Rendeiro".
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"Os clientes dizem que esta forma de actuar, de dizer que se vai apresentar queixa contra tudo é uma forma de condicionar" o processo, referiu.
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Segundo Carlos do Paulo, os clientes apresentaram há dois anos queixas-crime contra Rendeiro por burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Nesse sentido,"os clientes aplaudem as buscas e consideram que só pecam por tardias".
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O Ministério Público confirmou na sexta-feira a realização no dia anterior de "um conjunto de diligências de busca" no âmbito da investigação "relativa à administração do BPP".
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A investigação em causa está a cargo do DIAP de Lisboa e da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, precisa a "informação" enviada por aquele órgão do Ministério Público.
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