Dia a dia
Pedro Passos Coelho defendeu que os responsáveis pela má gestão da economia do País deviam ser responsabilizados civil e criminalmente. O PS desqualificou de imediato a ideia e o seu autor.
- 07 Novembro 2010 - Correio da Manhã
Vitalino Canas deixou claro que os políticos só devem ser responsabilizados politicamente. O mesmo PS que colocou sobre a magistratura e os funcionários públicos a espada da responsabilidade civil, abrindo a porta ao pagamento de pesadas indemnizações em caso de queixa por decisões que lhes possam ser assacadas, reserva para si e confrades políticos apenas a sanção política.
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Ora, como é óbvio, a ideia de Passos Coelho merece discussão e, se não a responsabilidade criminal, pelo menos a responsabilidade civil por políticas desastrosas que roçam alguns dos princípios estruturantes do direito como a má-fé e o abuso de confiança. Quanto à responsabilidade penal, estamos porventura a chegar ao tempo de discutir a suavidade das penas por crimes como o tráfico de influências e a corrupção. É preciso endurecer as penas e a luta contra este tipo de mentalidade. No PS, António José Seguro parece disposto a dar um passo em frente e merece todo o aplauso por isso. Espera-se que outros socialistas estejam disponíveis para esta luta. No PSD, Passos Coelho, Rui Rio e outros sabem que o actual estado de coisas não pode continuar. Sabem, pelo menos, que o pântano português cresce todos os dias e não querem afogar-se nele, apesar de a maré contrária ser muito forte.
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