A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

sábado, novembro 20, 2010

Paz Sim - NATO Não !



  • Ângelo Alves


O povo desfilará com a alegria que só a firmeza de princípios permite
De Lisboa para o Mundo
Dentro de 24 horas terá início a cimeira da NATO em Lisboa. Portugal receberá, pela primeira vez na sua história, uma Cimeira de chefes de Estado e de governo desta organização. O Governo do Partido Socialista e o Presidente da República serão, na FIL, os colaborantes anfitriões. Nas ruas de Lisboa o povo defenderá a paz e a Constituição da República Portuguesa. 
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Foi há 36 anos que o povo português e o Movimento das Forças Armadas libertaram Portugal do fascismo e conquistaram a liberdade pondo fim a uma criminosa ditadura que em 1949 envolveu Portugal na fundação da NATO. O povo português conquistou então a liberdade, mas não apenas para si. A Revolução, a independência das então colónias portuguesas e a aprovação da Constituição da República Portuguesa significaram avanços históricos exemplares na concepção do relacionamento do Estado democrático português com outros países e povos do Mundo. Abril foi uma profunda mensagem de amizade e de paz, um acto de internacionalismo e um imenso abraço fraterno a todos os povos do Mundo. 
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A inclusão no artigo 7.º da CRP da afirmação «Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares (…)» não foi um mero enunciado retórico de princípios. As palavras da Constituição foram expressão e são filhas da história e da luta do povo português. Ao incluirmos, como povo, esses princípios na CRP, dissemos ao Mundo que a opressão e a agressão que marcou o regime fascista e colonialista português, membro da NATO, pertenciam ao passado negro da história de Portugal. 
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Mas, três décadas passadas, Portugal recebe, pela primeira vez na sua história, uma cimeira da NATO. Como referiu o Secretário-geral do PCP, «dessa reunião não sairá mais paz! Sairá sim mais insegurança, mais guerra, mais dinheiro para a indústria da morte, mais ingerências e ameaças contra os povos e países (…) renovados ataques ao direito internacional, à própria organização das Nações Unidas, à democracia, à soberania, à autodeterminação dos povos e à liberdade».
O momento em que Portugal é palco desta grave escalada do imperialismo, coincide com o momento em que as classes dominantes em Portugal reflectem sobre a entrega do que resta da nossa soberania ao sinistro binómio FMI/UE – poderosa máquina trituradora de independência nacional, de tecidos produtivos e de direitos laborais e sociais. Simultaneamente o Governo e o Presidente da República regozijam ao dar mais um passo no reforço da NATO e na submissão das nossas Forças Armadas e da política externa portuguesa aos interesses, objectivos e estratégias do imperialismo e neocolonialismo, traindo assim a Constituição que juraram cumprir e fazer cumprir.

Que não falte ninguém

Na FIL estarão todos os principais responsáveis políticos pela situação que vivemos, os de casa e os de fora. Ali estarão aqueles que para defenderem o grande capital e o domínio económico das suas potências lançam milhões no desemprego e na pobreza, decidem da extorsão de economias como a portuguesa e espezinham a sua soberania. Ali estarão os que não hesitam em recorrer à guerra, ao golpismo, aos crimes mais hediondos, às ingerências e ameaças para dominar países, recursos e mercados. Será o estado-maior do imperialismo que se reunirá na FIL e o Governo do PS e o Presidente (do PSD) serão os seus entusiastas e colaborantes anfitriões. Ali estarão todos juntos, numa unidade de classe, da sua classe, cantando odes à NATO, ao capitalismo, ao militarismo e aos seus chefes supremos. Será essa a triste e fraca figura que têm para enviar da FIL ao Mundo.
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Mas de Lisboa, da Avenida que da Liberdade tem nome, sairão no sábado outras e opostas mensagens. Bem coloridas, vivas, combativas e de paz. Será o povo de Abril que desfilará na Liberdade. O povo que face às pressões, às campanhas de intoxicação ideológica, às intimidações e manobras, desfilará com a serenidade e a alegria que só a firmeza de princípios permite, dizendo presente!
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Oriundos de todo o País, mobilizados pela JCP, pelo PCP, pela CGTP-IN, pelo CPPC e pelas mais de 100 organizações que, unidas na Campanha «Paz Sim, NATO Não», demonstraram ao longo do ano o que de facto significa perseverança, princípios e unidade na acção, esses serão os que nas ruas de Lisboa defenderão a Constituição de Abril e a Paz enviando assim mais um grande abraço fraterno e de solidariedade internacionalista de Lisboa para o Mundo.
Que não falte ninguém!
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Avante 2010 11 18
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