Correio da Manhã
Dia a dia
Assaltos ao contribuinte
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Há um ano o Estado emprestou 450 milhões de euros ao Banco Privado Português com o objectivo de manter a instituição fundada por João Rendeiro. O Governo defendeu a operação e até justificou que havia uma garantia de 672 milhões de euros para segurar o investimento dos contribuintes. Sabe-se agora que grande percentagem daqueles 672 milhões de euros não passam de papel sem valor. São créditos da holding do banco e empréstimos a accionistas sem qualquer penhor. Ou seja, se os accionistas não pagarem de livre vontade, é muito difícil recuperar esse dinheiro.
.Além do potencial calote, o Estado arrisca ainda pagar mais algumas centenas de milhões por depósitos do Banco Privado. 700 milhões de euros pode ser o custo para os contribuintes da aventura de João Rendeiro no Banco Privado, sem controlo adequado das autoridades de supervisão. É a triste história como um banco destinado a gerir fortunas de ricos acaba por tornar o País mais pobre. Se somarmos o prejuízo público com o caso de polícia do BPN, onde a Caixa Geral de Depósitos já injectou 3,5 mil milhões de euros, temos um gigantesco buraco pago por todos os contribuintes. São custos pornográficos num país em crise com tantos desempregados. São assaltos ao bolso dos contribuintes e crimes que lesam a economia.
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Armando Esteves Pereira, Director-Adjunto
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Tanta ingenuidade! Então o estado faz a asneira não supervisiona, empresta e não verifica. Agora já não vai receber??
Se o governo garantiu uma garantia de 672 M.€ e ela não existe, alguém é responsável por danos patrimoniais ao Estado...