Público - 06.04.2010 - 16:16 Por Lusa
O presidente da EDP, António Mexia, justificou hoje ter recebido 1,9 milhões de euros de remunerações em 2009 com o facto de ter ultrapassado os objectivos propostos pelos accionistas da eléctrica.
Falando à margem da cerimónia de lançamento em Évora da InovCity, um projecto piloto de electricidade inteligente, António Mexia disse que “cada vez que assumimos compromissos queremos ser avaliados” e que “o que está em causa é que a EDP ultrapassou os objectivos definidos para 2006, 2007 e 2008”.
“Na altura foram fixados objectivos que todos reconhecem como ambiciosos e difíceis de entregar e foram claramente ultrapassados. Senão tivéssemos atingido esses objectivos, a pergunta [sobre o salário] nem se colocaria, e isso é que é pena”, acrescentou o presidente da EDP.
Na sua opinião, “as pessoas devem ser confrontadas é quando não conseguem entregar aquilo que era proposto e não quando entregam muito mais e com uma equipa de 12 mil pessoas”, salientando que a empresa a que preside se transformou, no período 2006
2008, “na maior multinacional portuguesa, no maior investidor português no estrangeiro, contribuindo para o desenvolvimento da economia portuguesa”.
“O número [sobre os prémios de produtividade] é conhecido desde 2006. Foi capa de jornal. A única coisa que as pessoas aparentemente deixaram de estar habituadas em Portugal foi a que alguém consiga fazer aquilo com que se comprometeu”, considerou.
António Mexia defendeu ainda que, não sendo contabilizados os prémios por objectivos, não tem “nem de longe nem de perto o ordenado mais alto do PSI20” e que “há outros bem altos”.
Questionado sobre a possibilidade vir a alterar a política de remuneração da EDP, António Mexia disse que “os salários foram fixados pelos accionistas, num contexto de ‘benchmarking’” e que a sua intervenção nessa matéria “é nula”.
A alteração das remunerações é uma decisão que compete aos accionistas, acrescentou, elogiando a política de remuneração da EDP por “desvalorizar o ordenado fixo e valorizar o atingir ou não de objectivos”.
De acordo com informação enviada pela empresa à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários, António Mexia recebeu no ano passado 700 mil euros em salários fixos e 600 mil euros em remuneração variável (que varia segundo objectivos atingidos).
A estes valores junta-se um prémio plurianual de mandato de 1,8 milhões de euros, que entra nas contas de 2009 e que corresponde a 600 mil euros por cada um dos três anos.
Assim, o CEO da eléctrica portuguesa irá receber este ano um total de 3,1 milhões de euros, quando a assembleia-geral de accionistas, marcada para 16 de Abril, aprovar as contas de 2009.
Em termos absolutos, a EDP foi a empresa portuguesa que mais bem remunerou o seu CEO em 20
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