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sexta-feira, abril 02, 2010

Licenciados colocados pelos centros de emprego com salário mais baixo



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No ano passado, no pico da crise, as empresas ofereceram menos 15 euros do que em 2008

Licenciados colocados pelos centros de emprego 

com salário mais baixo

Público - 01.04.2010 - 07:09 Por Raquel Martins
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As propostas de trabalho para licenciados que no ano passado chegaram aos centros de emprego oferecem um salário médio de 834 euros, menos 15 euros do que em 2008. Embora os dados oficiais revelem que durante o período mais grave da crise o pouco emprego criado privilegiou os mais qualificados, ao mesmo tempo os salários sofreram uma penalização.
 (PÚBLICO)

Esta redução da remuneração proposta aos licenciados, a par da reduzida oferta de empregos nesta área, poderá ser um dos factores que explica a dificuldade dos centros de emprego em darem resposta ao crescente número de jovens que lhes batem à porta. No ano passado, as listas contavam com 43.755 desempregados com o ensino superior, mais 17,7 por cento do que no ano anterior, e os postos de trabalho oferecidos não foram além dos 3394.

De acordo com os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional, no ano passado as empresas ofereciam um salário médio de 523 euros (mais 10 euros do que em 2008) aos desempregados, mas este valor varia consoante a qualificação. Os postos de trabalho para desempregados com o ensino básico apresentavam salários na ordem dos 507 euros (mais nove euros do que em 2008), enquanto os salários para quem tinha o secundário chegavam aos 553 euros (mais 28 euros).

Estes números foram ontem apresentados aos parceiros sociais e servirão de base à discussão sobre a melhor forma de incentivar os desempregados a voltar ao mercado de trabalho, uma das medidas previstas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).

O documento que visa colocar as contas públicas na ordem prevê uma "diminuição dos salários" que obrigam à aceitação de um posto de trabalho por parte dos desempregados. Isso passará pela alteração do actual regime que obriga os beneficiários da prestação de desemprego a aceitar um trabalho por um salário 25 por cento acima do subsídio, nos primeiros seis meses da prestação, ou 10 por cento acima do subsídio a partir do sétimo mês.

Porém, e contrariando as expectativas dos parceiros sociais, a ministra do Trabalho, Helena André, chegou à Concertação Social sem qualquer proposta concreta, garantindo que a alteração das regras do subsídio de desemprego ainda está em aberto. "O Governo não apresentou nenhuma proposta sobre se são 10 por cento, se são 15 por cento ou se são zero por cento. Não há proposta nenhuma sobre a mesa", frisou no final do encontro.

Helena André não confirmou as declarações feitas pelo ministro das Finanças, que em entrevista ao Jornal de Negócios garantiu que estava em cima da mesa reduzir a percentagem para dez por cento.

No final da reunião, o secretário- geral da UGT, João Proença, lamentou que o debate esteja "envenenado à partida" pelo PEC e avisou que "não aceitará qualquer variação do valor do subsídio de desemprego ou da duração da atribuição".

Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP, também deixou claro que "todas as medidas que apontem para a redução das prestações sociais contará com a oposição" da central.

Do lado dos patrões, António Saraiva, presidente da Confederação da Indústria Portuguesa, destacou que a principal preocupação deve ser "trazer para o mundo do trabalho todos aqueles que se afastaram dele pela via do desemprego", mas que existem muitas formas de o fazer além das alterações ao subsídio de desemprego.

Alguns minutos mais tarde, também Helena André questionava: "Não entendo esta fixação tão grande relativamente à questão do subsídio de desemprego quando ele é um dos instrumentos que podem ajudar a aumentar a empregabilidade. Há tantas coisas que podem ser equacionadas e postas à discussão".



URL desta Notícia

http://publico.pt/1430430

Comentário + votado

Licenciados colocados pelos centros de emprego...

pois este é que é o grande problema : os Centros de emprego são actualmente ...
Anónimo
02.04.2010 20:19

Comentários 1 a 10 de 27




  1. b_indie . 01.04.2010 12:43
    Via PÚBLICO

    Diferenca Sim, Preversäo Näo!!

    A humanidade näo se resume em números, e o bem estar da mesma muito menos. As firmas devem ser instrumentos para enriquecer uma sociedade, näo empobrece-la! (Neste último caso devem ser imediatamente exterminadas!!) Dentro de uma firma quando certos empregados desempenham melhores funcöes do que outros, concordo naturalmente que sejam compensados pelo seu desempenho, mas näo tanto no plano remunerativo, muito mais no plano directivo, e administrativo! De forma a näo pôr em causa a distribuicäo de riqueza, bem essencial para dinamizar a economia! FORA OS EGOÍSTAS GANANCIOSOS!!



  2. Carreiras . 01.04.2010 12:42
    Via PÚBLICO

    Sofremos de um enorme atraso

    Actualmente, passamos por uma crise económica, mas também por um evidente atraso sócio-económico a vários níveis. Senão vejamos, em termos de Ensino Superior há dois aspectos desfasados da realidade: o 1º é o facto de haver um número de licenciaturas muito superior às necessidades de técnicos licenciados no mercado (aspecto revelador de um atraso ao nível da economia do país); o 2º é o facto de uma parte relevante dos cursos carecerem de uma componente estruturalmente prática que desenvolveria o tipo de competências na acção actualmente adequadas para o ideal funcionamento das instituições empregadoras. Resumindo, há um desfasamento entre o Ensino Superior e as necessidades (procura) do mercado. Este problema poderia ser evitado, caso houvesse por parte do Ministério da Educação algumas medidas de fundo, quer no que toca à liberdade de abertura de cursos, quer no que se refere a uma maior regularização dos conteúdos prgramáticos de todos os cursos. O atraso é visível ainda no Quadro de Classificação Nacional de Profissões português, que nem sequer se encontra actualizado, a tal ponto de nem constarem profissões de muitos profissionais que trabalham numa dada área. Se um indivíuo ...



  3. ruibbb . 01.04.2010 10:58
    Via PÚBLICO

    Título

    Tão grandes - ou ainda maiores - são as diferenças de produtividade valor entre as pessoas. Infelizmente a educação em Portugal tem produzido profissionais de segunda, quer em termos de competências técnicas, quer em termos de comportamentos profissionais (cumprimento de prazos, pontualidade, estruturação, planeamento das actividades do dia a dia...). Existem uns quantos que são a excepção - e esses cobram muito mais pelas suas competências distintivas. Achar boas pessoas - em todos os sentidos da palavra - não é nada fácil.



  4. b_indie . 01.04.2010 10:09
    Via PÚBLICO

    500EUR vs 4000EUR

    Porque é q existem assim diferencas täo grandes de ordenados, entre um trabalhador normal, e um politico, um manager ou um doutor em portugal? Será que esses precisam de comer muito mais que uma pessoa normal, será que esses têm muitos mais filhos para educar, vestir e de alimentar todos os dias? (normalmente säo os que ainda menos filhos têm!!) Será necessária esta diferenca desmedida? NÄO! NUNCA! Quando é que páram com esta perversa discriminacäo? Quando é que esses seres vivos gananciosos väo respeitar e honorar todo e qualquer portugues de igual para igual??



  5. Anónimo , Coimbra. 02.04.2010 20:19

    Licenciados colocados pelos centros de emprego...

    pois este é que é o grande problema : os Centros de emprego são actualmente verdadeiras empresas de trabalho temporário. colocam os trabalhadores a baixo custo e até pagam para os colocar gratuitamente (ou praticamente). E qual será o empresário que tendo trabalhadores de borla os vai pagar????!!! Qualquer um de nós pode observar que nos estabelecimentos comerciais, nas empresas de limpeza, nas universidades, etc. ha uma rotação de trabalhadores excessiva que é alimentada por esta "politica de emprego" do Estado! O patrão tem trabalhadores de borla e o Estado paga! E o trabalho - esse - é feito mal e porcamente, pois sendo temporário, nem dá tempo para reclamar ao empregador, nem cria gosto no "empregado".



  6. MM , Maia. 02.04.2010 13:48

    O que é um licenciado?

    É preciso lembrar à maioria das pessoas que o termo licenciado passou desde 2006 a designar o que antes era bacharel! O equivalente ao licenciado anterior passou a chamar-se mestre. À medida que os empresários se vão aprecebendo disto vão reduzindo o ordenado que oferecem para licenciados.



  7. Osga , Parede. 02.04.2010 12:40

    resposta

    Deve ser o unico país da europa no qual um licenciado, que investiu na sua formação, cujos pais muitas vezes tiveram de fazer enormes sacrifícios para lhes proporcionarem uma ferramenta essencial para se conseguir um trabalho, lhes é oferecido um ordenado equivalente ao das mulheres a dias, não estou a desprezar o trabalho doméstico, mas há limites para tudo.Nivelar por baixo, sempre foi o que este país de melhor soube fazer, os nossos empresários ainda não perceberam que trabalhadores mal pagos, sem incentivos, sem desafios para melhorarem as suas competências, são o melhor caminho para a falência das empresas.Somos de facto como se costuma dizer muito pequeninos de espírityo, muito atrasados, mas temos a mania que somos espertos.



  8. desempregado , Faro. 01.04.2010 21:53

    «privilegio»!

    Depois dos descontos e dos transportes para irem trabalhar, recebem menos do que a arrumar carros ou á porta de uma Igreja...



  9. Anónimo , Lisboa. 01.04.2010 15:50

    Viver com 750 euros

    Sou licenciado, trabalho há mais de 11 anos e ganho...750 euros!!! Todo o meu ordenado vai para pagar as prestações de crédito à habitação ( sou casado e pai de um rapaz de 5 anos), e nunca chegam porque mesmo com esforço de saldar, ficam com uns 40 euros em dívida e com os meses seguintes, como podem imaginar, a dívida vai-se acumulando. Isto é uma situação deplorável, anedotática e revoltante para um país em que há executivos auferirem salários ridículos, absurdos e imorais! E ainda falam da produtividade! Qual quê! Não, a produtividade num país como o nosso é um conceito ultrapassado. Cunha e influências continuam infelizmente a ser um factor determinante.


  10. rui , faro. 01.04.2010 15:44

    mudar

    Se o rendimento fosse melhor distribuído por todos os trabalhadores, haveria o suficiente para todos. Mas só uma sociedade civil unida, fraterna e participativa pode fazer essa mudança. Participem neste projecto: (...). ORG
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