Mídia
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O presidente Lula e o primeiro-ministro Putin tiveram o mesmo discurso, (ante)ontem (9/12), em defesa de Julian Assange, embora com argumentos diferentes. Lula foi ao ponto: Assange está apenas usando do velho direito da liberdade de imprensa, de informação. Não cabe acusá-lo de causar danos à maior potência da História, uma vez que divulga documentos cuja autenticidade não está sendo contestada.
Por Mauro Santayana, no JB
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Todos sabem que as acusações de má conduta em relacionamento consentido com duas mulheres de origem cubana, na Suécia, são apenas um pretexto para imobilizá-lo, a fim de que outras acusações venham a ser montadas, e ele possa ser extraditado para os Estados Unidos.
O que cabe analisar são as consequências políticas da divulgação dos segredos da diplomacia ianque, alguns deles risíveis, outros extremamente graves. (Ante)ontem [9/12], em Bruxelas, o chanceler russo Sergei Lavrov comentava revelações do WikiLeaks sobre as atitudes da Otan com relação a seu país: enquanto a organização, sob o domínio de Washington, convidava a Rússia a participar da aliança, atualizava seus planos de ação militar contra o Kremlin, na presumida defesa da Polônia e dos países bálticos. Lavrov indagou da Otan qual é a sua posição real, já que o que ela publicamente assume é o contrário do que dizem seus documentos secretos. Moscou foi além, ao propor o nome de Assange como candidato ao próximo Prêmio Nobel da Paz.
O exame da história mostra que todas as vezes que os suportes da palavra escrita mudaram, houve correspondente revolução social e política. Sem Guttenberg não teria havido o Renascimento; sem a multiplicação dos prelos, na França dos Luíses, seria impensável o Iluminismo e sua consequência política imediata, a Revolução Francesa.
A constatação do imenso poder dos papéis impressos levou a Assembleia Constituinte aprovar o artigo XI da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, logo no início da Revolução, em agosto de 1789. O dispositivo do núcleo pétreo da Constituição determina que todo cidadão tem o direito de falar, escrever e imprimir com toda liberdade. As leis punem os que, mentindo, atingem a honra alheia. A liberdade de imprensa, sendo dos cidadãos, é da sociedade. Das sociedades nacionais e, em nossa época de comunicações eletrônicas e livres, da sociedade planetária dos homens.
É surpreendente que, diante dessa realidade irrefutável, jornalistas de ofício queiram reivindicar a liberdade de imprensa (vocábulo que abarca, do ponto de vista político, todos os meios de comunicação) como monopólio corporativo. A internet confirma a intenção dos legisladores franceses de há 221 anos: a liberdade de expressão é de todos, e todos nós somos jornalistas. Basta ter um endereço eletrônico. As pesadas e, relativamente caras, máquinas gráficas do passado são hoje leves e baratíssimos notebooks, e de alcance universal.
É sempre citável a observação de Isidoro de Sevilha, sábio que marcou o sétimo século, a de que “Roma não era tão forte assim”. Bradley Manning e Julian Assange estão mostrando que Washington – cujo medo é transparente em seus papéis diplomáticos – não é tão poderosa assim. É interessante registrar que o nome de Santo Isidoro de Sevilha está sendo sugerido, por blogueiros católicos, como o padroeiro da internet.
Os jornalistas devem acostumar-se à ideia de renunciar a seus presumidos privilégios. Todos os que sabem escrever e manipular um computador são cidadãos, e ser cidadão é muito mais do que ser jornalista. São esses cidadãos que, na mesma linha de Putin e Lula, se mobilizam, na ágora virtual, para defender Assange, da mesma forma que se mobilizaram em defesa da mulher condenada à morte por adultério. O mundo mudou, mas nem todos perceberam essa mudança.
O que cabe analisar são as consequências políticas da divulgação dos segredos da diplomacia ianque, alguns deles risíveis, outros extremamente graves. (Ante)ontem [9/12], em Bruxelas, o chanceler russo Sergei Lavrov comentava revelações do WikiLeaks sobre as atitudes da Otan com relação a seu país: enquanto a organização, sob o domínio de Washington, convidava a Rússia a participar da aliança, atualizava seus planos de ação militar contra o Kremlin, na presumida defesa da Polônia e dos países bálticos. Lavrov indagou da Otan qual é a sua posição real, já que o que ela publicamente assume é o contrário do que dizem seus documentos secretos. Moscou foi além, ao propor o nome de Assange como candidato ao próximo Prêmio Nobel da Paz.
O exame da história mostra que todas as vezes que os suportes da palavra escrita mudaram, houve correspondente revolução social e política. Sem Guttenberg não teria havido o Renascimento; sem a multiplicação dos prelos, na França dos Luíses, seria impensável o Iluminismo e sua consequência política imediata, a Revolução Francesa.
A constatação do imenso poder dos papéis impressos levou a Assembleia Constituinte aprovar o artigo XI da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, logo no início da Revolução, em agosto de 1789. O dispositivo do núcleo pétreo da Constituição determina que todo cidadão tem o direito de falar, escrever e imprimir com toda liberdade. As leis punem os que, mentindo, atingem a honra alheia. A liberdade de imprensa, sendo dos cidadãos, é da sociedade. Das sociedades nacionais e, em nossa época de comunicações eletrônicas e livres, da sociedade planetária dos homens.
É surpreendente que, diante dessa realidade irrefutável, jornalistas de ofício queiram reivindicar a liberdade de imprensa (vocábulo que abarca, do ponto de vista político, todos os meios de comunicação) como monopólio corporativo. A internet confirma a intenção dos legisladores franceses de há 221 anos: a liberdade de expressão é de todos, e todos nós somos jornalistas. Basta ter um endereço eletrônico. As pesadas e, relativamente caras, máquinas gráficas do passado são hoje leves e baratíssimos notebooks, e de alcance universal.
É sempre citável a observação de Isidoro de Sevilha, sábio que marcou o sétimo século, a de que “Roma não era tão forte assim”. Bradley Manning e Julian Assange estão mostrando que Washington – cujo medo é transparente em seus papéis diplomáticos – não é tão poderosa assim. É interessante registrar que o nome de Santo Isidoro de Sevilha está sendo sugerido, por blogueiros católicos, como o padroeiro da internet.
Os jornalistas devem acostumar-se à ideia de renunciar a seus presumidos privilégios. Todos os que sabem escrever e manipular um computador são cidadãos, e ser cidadão é muito mais do que ser jornalista. São esses cidadãos que, na mesma linha de Putin e Lula, se mobilizam, na ágora virtual, para defender Assange, da mesma forma que se mobilizaram em defesa da mulher condenada à morte por adultério. O mundo mudou, mas nem todos perceberam essa mudança.
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Padroeiro não!
11/12/2010 19h33 A internet universal não precisa de padroeiro e sim de liberdade total para expor a verdade nua e crua.
roberto correia matosFortaleza - CE DIREITO UNIVERSAL DE SE EXPRESSAR
11/12/2010 18h11Um novo tempo, com um novo ideal e uma nova forma de utilizar o bem maior do ser enquanto indivíduo, o dom de interagir através da palavra. Assim é a internet, libertadora dos grilhões que a séculos é imposto ao cidadão como forma de dominação. A partir de agora a humanidade caminha para o píncaro da evolução, não haverá mais opressão e nem barreiras, pois o conhecimento está sendo universalizado na velocidade da luz. Só nos resta agora trabalhar, on line, para libertar Julian Assange, e acabar de vez com a petulância e empáfia norte americana e países subservientes a esta nação sem noção.Walquer CarneiroDom Eliseu - PA..*****.Movimentos
Partidários do WikiLeaks protestam em todo o mundo
Manifestações contrárias à prisão do editor do WikiLeaks, Julian Assange, e ao fechamento de sua conta bancária na Suíça estão programadas para este sábado em várias cidade do mundo. Segundo o site espanhol Free WikiLeaks (http://freewikileaks.eu/) os protestos serão realizados em Madri, Barcelona, Valência, Sevilha e em outras três cidades da Espanha.
Há manifestações planejadas também para acontecer em Amsterdã (Holanda) e nas capitais da Colômbia, México, Argentina e Peru. "Nós queremos a libertação de Julian Assange no território britânico", diz a organização em seu site, que convoca os manifestantes a se reunirem às 18 horas (horário espanhol, 15 horas em Brasília) nas cidades da Espanha.
O portal também pede o "restabelecimento do domínio de internet do WikiLeakas (wikileaks.org)" e a retomada dos serviços dos cartões de crédito Visa e MasterCard para permitir a "liberdade de circulação de dinheiro", já que ninguém provou a ligação de Assange" ou do WikiLeakscom com qualquer tipo de crime.
Muitas empresas de internet sediadas nos Estados Unidos romperam suas ligações com o WikiLeaks, dentre elas Visa, Master Card, PayPal e EveryDNS, medidas que prejudicaram a capacidade do site de receber doações e, dessa forma, manter a divulgação de documentos secretos.
Assange, que está detido numa prisão britânica desde 14 de dezembro, foi transferido na sexta-feira para uma cela isolada, enquanto novos telegramas diplomáticos norte-americanos eram publicados pelo WikiLeaks.
O australiano de 39 anos foi transferido para uma unidade isolada do presídio de Wandsworth, disse Jennifer Robinson, que faz parte do grupo de advogados de Assange. "Supostamente, as autoridades prisionais tomaram a medida para garantir sua segurança", disse ela à agência France Presse.
Fonte: Agência Estado- .
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