* António Sérgio Azenha / Ayala Monteiro
.
Os certificados de aforro – instrumento de poupança criado nos anos 60 e dirigido tradicionalmente às classes média e média/baixa – são neste momento um produto de investimento privilegiado para o segmento da população com rendimentos mais elevados. A prova disso mesmo é que cerca de 42 mil pessoas, num universo de 716 700 investidores, detêm quase 8900 milhões de euros, o que equivale a cerca de 50 por cento de um investimento total de 17 773 milhões.
.Os certificados de aforro – instrumento de poupança criado nos anos 60 e dirigido tradicionalmente às classes média e média/baixa – são neste momento um produto de investimento privilegiado para o segmento da população com rendimentos mais elevados. A prova disso mesmo é que cerca de 42 mil pessoas, num universo de 716 700 investidores, detêm quase 8900 milhões de euros, o que equivale a cerca de 50 por cento de um investimento total de 17 773 milhões.
Os dados estatísticos do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), organismo responsável pela emissão dos certificados de aforro, não deixam dúvidas sobre a preferência da população com mais dinheiro pelo investimento neste produto de poupança financeira: desde logo, cada um dos 42 mil subscritores aplicou mais de cem mil euros em certificados de aforro e, nesse universo de subscritores, destaque para 2200 pessoas com um investimento ‘per capita’ de 249 399 euros, montante máximo por investidor permitido por lei. Resultado: apenas seis por cento do número total de subscritores detém quase 50 por cento de todo o investimento em certificados de aforro.Com um prémio de permanência semestral de 0,25 por cento, a partir do segundo semestre da data de subscrição, este produto de poupança, mesmo tendo um maior número de pequenos investidores, acaba por beneficiar sobretudo os mais ricos, atraídos justamente pelo prémio de permanência. Daí que o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças já tenha afirmado – em Julho passado numa entrevista ao ‘Diário Económico’ – que “há claramente um equívoco quando muitas vezes se tenta dizer que [o certificado de aforro] é um instrumento virado para o pequeno investidor, para a poupança, o que não é verdade”.Com os certificados de aforro a apresentarem condições de rendibilidade mais altas do que as taxas de juro nos depósitos a prazo, a população com rendimentos mais elevados deverá continuar a canalizar o seu investimento para este produto de poupança. Para já, a subscrição em certificados de aforro mantém-se em alta: entre Dezembro de 2006 e Setembro deste ano o número de subscritores aumentou de 703 600 para 716 700 e o investimento cresceu de 17 249 milhões de euros para 17 773 milhões de euros. TRAVAR MAIS FAVORECIDOSO crescente peso do investimento dos ricos nos certificados de aforro foi, segundo apurou o CM, um factor importante para a redução da taxa de juro neste produto de poupança em 2006. O Ministério das Finanças justificou a decisão com o argumento de que o financiamento público, através dos certificados de aforro, sai mais caro ao Estado do que a obtenção de empréstimos no mercado internacional, por causa da atribuição do prémio de permanência. Mas, dada a desvirtualização do modelo, a redução da taxa de juro foi uma tentativa para alterar esta situação. FINANÇAS RETÊM ESTUDOO Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) já concluiu o estudo encomendado pelo Ministério das Finanças sobre os certificados de aforro. O CM solicitou o documento ao Ministério liderado por Teixeira dos Santos mas, faltando pouco tempo para ser apresentado o Orçamento do Estado, a tutela limitou-se a informar que o estudo não está disponível. Em Outubro de 2006, o Ministério das Finanças garantiu que este produto de poupança não será eliminado. GANHO COM PRÉMIO DE PERMANÊNCIAO investimento de dez mil euros em certificados de aforro proporciona o ganho de 2009 euros em quatro anos e meio. Para uma aplicação de cem mil euros nesse produto financeiro, o retorno é de 20 090 euros, o que dá uma média anual de 4464 euros.Devido à subida das taxas de juro Euribor, os certificados de aforro voltam a compensar, porque estão com uma taxa de rendibilidade acima da inflação.Este mês a taxa líquida do instrumento financeiro emitido pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) e comercializado aos balcões dos CTT aumentou para 2,92 por cento.A esta percentagem acresce o prémio semestral líquido de 0,2 por cento, após os primeiros seis meses da aplicação, até ao máximo de 1,6 por cento. No final do período, a taxa de base e o prémio de permanência totalizam 4,52 por cento líquidos.As simulações de rendimento feitas pelo Correio da Manhã para os investimentos de dez mil e de cem mil euros em certificados de aforro têm por base a inalteração da taxa de base líquida de 2,92 por cento durante quatro anos e meio. Inalteração que é impossível, pois as taxas de juro Euribor variam diariamente.Neste momento estamos numa tendência de subida e, se continuar, a taxa remuneratória líquida do mencionado instrumento financeiro pode ultrapassar os três por cento no próximo ano.Desde que o Banco Central Europeu iniciou a subida da taxa de juro directora da Eurolândia, em Dezembro de 2005, as instituições financeiras têm aumentado as remunerações dos depósitos a prazo, alguns deles superiores às dos certificados de aforro. Por exemplo, o BIG – Banco de Investimento Global oferece um depósito a um ano que permite o rendimento líquido de 3,5 por cento. Depósito idêntico é remunerado pelo Banco Best a 3,6 por cento líquidos. SAIBA MAIS17 773 milhões de euros é o valor dos certificados de aforro. No final de 2006 era de 17 249 milhões de euros. 717 mil é quase o número to-tal de subscritores em cer-tificados de aforro. No final de 2006, 713 mil tinham colocado as suas poupanças financeiras neste produto de dívida pública. SALAZARFoi António de Oliveira Salazar quem criou os Certificados de Aforro por decreto de 30 de Dezembro de 1960. O objectivo era captar a poupança das famílias, financiando o Estado. Têm como característica principal terem montantes mínimos de subscrição reduzidos. TRANSMISSÃOOs produtos de aforro só podem ser emitidos a favor de particulares e não são transmissíveis excepto em caso de falecimento do titular.JUROSIndexados à Euribor a três meses, os certificados de aforro têm juros vencidos trimestralmente.NOTASINVESTIMENTO EM 2007Entre Janeiro e Agosto deste ano, segundo os dados estatísticos do IGCP, foram investidos 915 milhões de euros em certificados de aforro.APLICAÇÕES COM 47 ANOSSegundo o Instituto de Gestão do Crédito Público existem certificados que foram subscritos em 1960 e que ainda não foram resgatados.ISENTOS DE IRS ATÉ 1989Os certificados que foram emitidos até Junho de 1989 estão isentos de IRS, sendo a respectiva taxa de juro base multiplicada pelo factor 0,8.
.
in Correio da Manhã 2007.10.06
.
» Comentários no CM on line
Segunda-feira, 8 Outubro
.
- José Costa - Casal do Marco Caro Bacharel, além de possuirmos um banco (CGD), porque detentores da "faca" para cortar e distribuir o bolo à medida dos nossos interesses(povo), também detemos o privilégio para definir as regras do jogo! O limite máximo desses certificados não deveria ultrapassar os 2.500 euros por uma questão de decência e para incentivar quem quer investir a fazê-lo em acções, indústria, etc...
- José Costa - Casal do Marco O Bacharel e EU, podem tentar enganar incautos mas nunca devem ofender a inteligência de muitos dos críticos do sistema! O estado não necessita de recorrer á banca privada porque tem um banco que é de todos nós! Não conheço nenhum pobre que tenha de parte até 50. mil contos na moeda antiga para investir! Se nem dinheiro têm para pagar a renda ou a prestação da casa!
.
- José Costa - Casal do Marco O Bacharel e EU, podem tentar enganar incautos mas nunca devem ofender a inteligência de muitos dos críticos do sistema! O estado não necessita de recorrer á banca privada porque tem um banco que é de todos nós! Não conheço nenhum pobre que tenha de parte até 50. mil contos na moeda antiga para investir! Se nem dinheiro têm para pagar a renda ou a prestação da casa!
.
Domingo, 7 Outubro
.
- carlos alves É pelo menos a segunda vez, em pouco tempo, que vêm com esta conversa dos certificados de aforro. No v/ inquérito perguntam se o governo devia acabar com os certificados. Chega. Toda a gente sabe que não são os ricos e muito menos os pobres, a subscrever os ditos.
- Leandro Coutinho Os "ricos" com certificados de aforro?!! Não tenham ilusões.. Os ricos têm as aplicações nos private bankings, nos trusts e off-shores, etc.. Cá dentro só umas migalhas.. Os pobres mesmo pobres estão endividados e lutam pela sobrevivencia com salarios baixos.. Não têm poupança.. Quem tem certificados de aforro são outros nem ricos nem pobres..
- lidia Portanto é um «privilégio» dos que já são privilegiados e que tem de acabar para ficarmos todos iguais, etc, até porque foi inventado pelo facista Salazar, etc...Aqui há interesses arranhados na concorrência bancária!
- Joao Os ricos têm que pagar muito mais em impostos. As empresas devem pagar menos impostos.
- Bacharel Os certificados de aforro, funcionam +/- como Dep. a Prazo, mas só se tornam vantajosos após 5 anos de permanência. Qd Snr. José Costa diz k juros são pagos com dinheiro dos contribuintes, é certo. Mas, se o Estado tivesse k recorrer à Banca os contribuintes teriam k pagar mais juros, pk a taxa da Banca é mais alta.certo?
- Eu Não diga asneiras e limite-se a falar do que sabe, se é que sabe de alguma coisa. Eu sou pobre e tenho alguns certificados de aforro, que me dão muito jeito porque os juros são mais elevados que nos bancos. Eu quero lá saber se os ricos ganham ou não. O que me interessa é aquilo que eu ganho.
- José Costa - Casal do Marco 249.399 euros como limite máximo por pessoa!Este certificado é gerido pelo estado e os juros pagos com o dinheiro dos nossos impostos! Afinal estão os mais pobres a financiar os lucros dos mais ricos? Será esta a "justiça social"encapotada que estes partidos querem que continue? Salazar criou este certificado, com uma função social mas estes políticos de Abril, logo trataram de a desvirtuar!
- jorge RICOS NÃO PÕEM DINHEIRO NOS CERTIFICADOS DE AFORRO...AQUI PÕEM OS POUPADOS E QUE O DINHEIRO LHES CUSTOU A GANHAR.QUE TIVERAM O PREVILÉGIO DE TER UMA FASE DA VIDA QUE LHES PERMITIU POR ALGUM DE PARTE.O RICO JOGA FORTE EM RENDIMENTOS ESPECULATIVOSQUE DÃO 40 OU 50% AO ANO .BOLSA,FUNDOS AMERICANOS. INFORMAÇÃO PREVELIGIADA.TERRENOSEM ALCOCHETE E NA OTA .ESTES DOS CERTIFICADOS NÃO PASSAM DE TESOS.
- Olhar È uma situação natural, quem têm investe, quem não têm que trabalhe mais, o problema é que não querem trabalhar, não votam arranjando desculpas, não pensam no futuro, querem é borga sem responsabilidades ,resumindo não fazem nada para que a situação mude e depois queixam-se criticam todos e tudo, trabalhem, pensem, sejam responsaveis, exigam de quem os governa votando.
- João G.Oliveira Ora bem, digam-me quem é que há-de ter a grande fatia? Só os Ricos, os outros, mesmo a classe média baixa não ganha para a "bucha" quanto mais para poupar.
- Leandro Coutinho Os "ricos" com certificados de aforro?!! Não tenham ilusões.. Os ricos têm as aplicações nos private bankings, nos trusts e off-shores, etc.. Cá dentro só umas migalhas.. Os pobres mesmo pobres estão endividados e lutam pela sobrevivencia com salarios baixos.. Não têm poupança.. Quem tem certificados de aforro são outros nem ricos nem pobres..
- lidia Portanto é um «privilégio» dos que já são privilegiados e que tem de acabar para ficarmos todos iguais, etc, até porque foi inventado pelo facista Salazar, etc...Aqui há interesses arranhados na concorrência bancária!
- Joao Os ricos têm que pagar muito mais em impostos. As empresas devem pagar menos impostos.
- Bacharel Os certificados de aforro, funcionam +/- como Dep. a Prazo, mas só se tornam vantajosos após 5 anos de permanência. Qd Snr. José Costa diz k juros são pagos com dinheiro dos contribuintes, é certo. Mas, se o Estado tivesse k recorrer à Banca os contribuintes teriam k pagar mais juros, pk a taxa da Banca é mais alta.certo?
- Eu Não diga asneiras e limite-se a falar do que sabe, se é que sabe de alguma coisa. Eu sou pobre e tenho alguns certificados de aforro, que me dão muito jeito porque os juros são mais elevados que nos bancos. Eu quero lá saber se os ricos ganham ou não. O que me interessa é aquilo que eu ganho.
- José Costa - Casal do Marco 249.399 euros como limite máximo por pessoa!Este certificado é gerido pelo estado e os juros pagos com o dinheiro dos nossos impostos! Afinal estão os mais pobres a financiar os lucros dos mais ricos? Será esta a "justiça social"encapotada que estes partidos querem que continue? Salazar criou este certificado, com uma função social mas estes políticos de Abril, logo trataram de a desvirtuar!
- jorge RICOS NÃO PÕEM DINHEIRO NOS CERTIFICADOS DE AFORRO...AQUI PÕEM OS POUPADOS E QUE O DINHEIRO LHES CUSTOU A GANHAR.QUE TIVERAM O PREVILÉGIO DE TER UMA FASE DA VIDA QUE LHES PERMITIU POR ALGUM DE PARTE.O RICO JOGA FORTE EM RENDIMENTOS ESPECULATIVOSQUE DÃO 40 OU 50% AO ANO .BOLSA,FUNDOS AMERICANOS. INFORMAÇÃO PREVELIGIADA.TERRENOSEM ALCOCHETE E NA OTA .ESTES DOS CERTIFICADOS NÃO PASSAM DE TESOS.
- Olhar È uma situação natural, quem têm investe, quem não têm que trabalhe mais, o problema é que não querem trabalhar, não votam arranjando desculpas, não pensam no futuro, querem é borga sem responsabilidades ,resumindo não fazem nada para que a situação mude e depois queixam-se criticam todos e tudo, trabalhem, pensem, sejam responsaveis, exigam de quem os governa votando.
- João G.Oliveira Ora bem, digam-me quem é que há-de ter a grande fatia? Só os Ricos, os outros, mesmo a classe média baixa não ganha para a "bucha" quanto mais para poupar.
.
» Artigos Relacionados
.
07-10-2007 - 00:00:00 Poupança
07-10-2007 - 00:00:00 Poupança
Sem comentários:
Enviar um comentário