As eleições no Facebook: muito, pouco e assim-assim
24 de Janeiro de 2011, 14:03
Estas foram as primeiras eleições presidenciais da era Facebook. Apenas um candidato, Defensor Moura, se alheou desta rede social. Para o bem e para o mal, Cavaco foi, também neste território, o mais profissional, mas Nobre foi o grande vencedor.
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Cavaco Silva – 29.070 fãs
Com um número respeitável de fãs/seguidores/amigos, a presença de Cavaco Silva no Facebook é profissional. Quando se busca por Cavaco Silva nesta rede social, aterra-se directamente numa página com instruções claras de adesão (Gosto/Like) e não só. Tem um botão de partilha e um quadro com os nossos amigos para lhes podermos sugerir a página. Estas funcionalidades são transversais a todas as tabs personalizadas - ‘Em directo’, ‘Campanha’, ‘Debate’ e por aí fora. Sendo flagrantemente gerida por profissionais, nem todos os eleitores que se passeiam pelo Facebook têm os conhecimentos de utilização exigidos. Não sei se é propositado – suponho que sim – a tab ‘Debates’ está escondida, estando à vista a de ‘Fotografias’ que bem que podia estar em último lugar. Assim como assim, não me parece que os eleitores tenham todos alma de papparazzi. Passando para a tab Mural/Wall, e apesar de estar aberta a posts por parte dos utilizadores, o filtro utilizado por defeito é aquele que permite ver apenas os posts oficiais. Para vermos o que o povo diz temos de ir à ferramenta ‘Filtros’ e seleccionar a opção ‘Cavaco Silva + Outros’. Haja respeitinho que o senhor é Presidente e embora sendo uma rede social não deve haver assim tanta socialização. Digamos que é um “entre, esteja à vontade, mas não à vontadinha…”. De uma forma geral, a página está muito bem estruturada e tem toda a informação que o utilizador mais atento poderia desejar. Com comentários mais ou menos elogiosos, esta presença no Facebook pode ter contribuído para angariar alguns votos, principalmente para quem aprecia as suas características. Tal como o candidato, a página é formal, institucional, pouco dada a confianças e com um ou outro segredo mais escondido.
Manuel Alegre – 14.904 fãs
A presença de Manuel Alegre no Facebook é um reflexo de si próprio. Frases de ordem com liberdades literárias, direito assistido à nascença quando se fala de Manuel Alegre. Quando se chega à página oficial do candidato somos recebidos na tab ‘Participa!’. Lá está a liberdade literária novamente: o candidato trata o eleitor por tu. Afinal, estamos numa rede social e somos todos amigos, não é? Quando se deambula por caminhos artísticos, tende-se a perder o lado prático da vida. E aqui o responsável pela página oficial esqueceu-se de colocar a opção Gosto/Like para o eleitor seguir a página. Ou seja, se o utilizador aterrasse directamente no mural poderia ver logo se queria ou não seguir a página e faria ou não essa opção. Assim, aterra na terra de ninguém e se não se der ao trabalho de mudar de tab, fica na mesma e vai jogar Farmville. O mural é aberto a posts por parte do utilizador, mas não permite a inserção de fotografias ou vídeos. A participação por parte dos seguidores não é expressiva, donde se conclui que o envolvimento tão valorizado nas redes sociais, não foi conseguido. Uma vez que o candidato é um defensor acérrimo das liberdades, poderia ter feito uma página mais livre de clichés.
Fernando Nobre – 38.787 fãs
O candidato recebe-nos na tab ‘Bem-vindo’ com um vídeo com laivos de Vangelis a fazer lembrar a campanha de Guterres. Não tem mensagem, não tem opção de partilha nem de gostar da página. Caminhando até ao mural, vemos que está completamente aberto aos utilizadores. Liberdade na sua mais pura essência. Não é à toa que este é o candidato que tem mais fãs/seguidores/amigos no Facebook. Quando escancaramos a porta da nossa casa e estendemos um tapete familiar e confortável, as pessoas tendem a entrar. Se depois não se reflecte nos resultados, a culpa não é do gestor da rede social. Fez o que se deve fazer com excepção do esquecimento fatal do botão Gosto/Like. O que é importante está à vista e o utilizador não tem de andar em busca da informação perdida. As mensagens de apoio superam em número e frequência os posts do candidato e essa é uma das metas a atingir quando se trabalha nestas coisas das redes sociais. A página reflecte o carácter humanitário do candidato sublinhada pela liberdade de partilha a quem o visita.
Francisco Lopes – 2.179 fãs
Se virmos o candidato como um homem de poucos luxos, a sua presença no Facebook não é mais que um espelho deste desprendimento. Entramos directos para uma tab personalizada denominada ‘A candidatura’ que não é mais que um extenso manifesto. Se alguém de fora do aparelho do partido foi lá parar, sabe-se lá porquê, rapidamente foge dali a sete pés. A mensagem está alinhada ao centro (ao centro??) e começa logo com a palavra ‘povo’. Nem outra coisa seria de esperar de Francisco Lopes. Chegando ao mural do candidato, o povo, a liberdade e essas coisas que se dizem em campanha, acaba imediatamente. O utilizador não pode inserir posts, ligações, vídeos ou fotos. Ali quem manda é o candidato. Os posts de Francisco Lopes são repetitivos, longos e moderadamente comentados. Esta página está apenas por acaso numa rede social. Não há interacção, não há movimento, não há interesse, não há nada. Apenas está ali. Todos os erros que podem ser cometidos em termos sociais, nenhum falhou. Estão lá todos.
José Manuel Coelho – 1.203 fãs
A presença social do candidato no Facebook é amadora. Ou seja, completamente coerente com José Manuel Coelho. Está aberta a tudo e a todos e chega-se directamente ao mural onde se pode ver na foto escolhida para o perfil a seguinte mensagem: ‘Basta de pastéis, Coelho a Belém’. Fica logo tudo dito e sabemos com o que podemos contar. Tem vários comentários de utilizadores a dar os parabéns pela sua frontalidade, porém sem resposta ou agradecimento. Não se pode propriamente apontar erros a esta página, uma vez que se percebe imediatamente que não foi feita por profissionais. É uma página amadora para um candidato amador. Mas uma coisa é certa: quem lá está, participa. E até é possível que tenha conseguido angariar alguns votos por aqui.
Defensor Moura
Não tem presença oficial no Facebook. Vê-se um ou outro grupo de apoio ao candidato, porém, sem qualquer expressão.
@ Ana Godinho, Gestora do Facebook SAPO..http://presidenciais2011.sapo.pt/info/artigo/1123601.html#page=5
Com um número respeitável de fãs/seguidores/amigos, a presença de Cavaco Silva no Facebook é profissional. Quando se busca por Cavaco Silva nesta rede social, aterra-se directamente numa página com instruções claras de adesão (Gosto/Like) e não só. Tem um botão de partilha e um quadro com os nossos amigos para lhes podermos sugerir a página. Estas funcionalidades são transversais a todas as tabs personalizadas - ‘Em directo’, ‘Campanha’, ‘Debate’ e por aí fora. Sendo flagrantemente gerida por profissionais, nem todos os eleitores que se passeiam pelo Facebook têm os conhecimentos de utilização exigidos. Não sei se é propositado – suponho que sim – a tab ‘Debates’ está escondida, estando à vista a de ‘Fotografias’ que bem que podia estar em último lugar. Assim como assim, não me parece que os eleitores tenham todos alma de papparazzi. Passando para a tab Mural/Wall, e apesar de estar aberta a posts por parte dos utilizadores, o filtro utilizado por defeito é aquele que permite ver apenas os posts oficiais. Para vermos o que o povo diz temos de ir à ferramenta ‘Filtros’ e seleccionar a opção ‘Cavaco Silva + Outros’. Haja respeitinho que o senhor é Presidente e embora sendo uma rede social não deve haver assim tanta socialização. Digamos que é um “entre, esteja à vontade, mas não à vontadinha…”. De uma forma geral, a página está muito bem estruturada e tem toda a informação que o utilizador mais atento poderia desejar. Com comentários mais ou menos elogiosos, esta presença no Facebook pode ter contribuído para angariar alguns votos, principalmente para quem aprecia as suas características. Tal como o candidato, a página é formal, institucional, pouco dada a confianças e com um ou outro segredo mais escondido.
Manuel Alegre – 14.904 fãs
A presença de Manuel Alegre no Facebook é um reflexo de si próprio. Frases de ordem com liberdades literárias, direito assistido à nascença quando se fala de Manuel Alegre. Quando se chega à página oficial do candidato somos recebidos na tab ‘Participa!’. Lá está a liberdade literária novamente: o candidato trata o eleitor por tu. Afinal, estamos numa rede social e somos todos amigos, não é? Quando se deambula por caminhos artísticos, tende-se a perder o lado prático da vida. E aqui o responsável pela página oficial esqueceu-se de colocar a opção Gosto/Like para o eleitor seguir a página. Ou seja, se o utilizador aterrasse directamente no mural poderia ver logo se queria ou não seguir a página e faria ou não essa opção. Assim, aterra na terra de ninguém e se não se der ao trabalho de mudar de tab, fica na mesma e vai jogar Farmville. O mural é aberto a posts por parte do utilizador, mas não permite a inserção de fotografias ou vídeos. A participação por parte dos seguidores não é expressiva, donde se conclui que o envolvimento tão valorizado nas redes sociais, não foi conseguido. Uma vez que o candidato é um defensor acérrimo das liberdades, poderia ter feito uma página mais livre de clichés.
Fernando Nobre – 38.787 fãs
O candidato recebe-nos na tab ‘Bem-vindo’ com um vídeo com laivos de Vangelis a fazer lembrar a campanha de Guterres. Não tem mensagem, não tem opção de partilha nem de gostar da página. Caminhando até ao mural, vemos que está completamente aberto aos utilizadores. Liberdade na sua mais pura essência. Não é à toa que este é o candidato que tem mais fãs/seguidores/amigos no Facebook. Quando escancaramos a porta da nossa casa e estendemos um tapete familiar e confortável, as pessoas tendem a entrar. Se depois não se reflecte nos resultados, a culpa não é do gestor da rede social. Fez o que se deve fazer com excepção do esquecimento fatal do botão Gosto/Like. O que é importante está à vista e o utilizador não tem de andar em busca da informação perdida. As mensagens de apoio superam em número e frequência os posts do candidato e essa é uma das metas a atingir quando se trabalha nestas coisas das redes sociais. A página reflecte o carácter humanitário do candidato sublinhada pela liberdade de partilha a quem o visita.
Francisco Lopes – 2.179 fãs
Se virmos o candidato como um homem de poucos luxos, a sua presença no Facebook não é mais que um espelho deste desprendimento. Entramos directos para uma tab personalizada denominada ‘A candidatura’ que não é mais que um extenso manifesto. Se alguém de fora do aparelho do partido foi lá parar, sabe-se lá porquê, rapidamente foge dali a sete pés. A mensagem está alinhada ao centro (ao centro??) e começa logo com a palavra ‘povo’. Nem outra coisa seria de esperar de Francisco Lopes. Chegando ao mural do candidato, o povo, a liberdade e essas coisas que se dizem em campanha, acaba imediatamente. O utilizador não pode inserir posts, ligações, vídeos ou fotos. Ali quem manda é o candidato. Os posts de Francisco Lopes são repetitivos, longos e moderadamente comentados. Esta página está apenas por acaso numa rede social. Não há interacção, não há movimento, não há interesse, não há nada. Apenas está ali. Todos os erros que podem ser cometidos em termos sociais, nenhum falhou. Estão lá todos.
José Manuel Coelho – 1.203 fãs
A presença social do candidato no Facebook é amadora. Ou seja, completamente coerente com José Manuel Coelho. Está aberta a tudo e a todos e chega-se directamente ao mural onde se pode ver na foto escolhida para o perfil a seguinte mensagem: ‘Basta de pastéis, Coelho a Belém’. Fica logo tudo dito e sabemos com o que podemos contar. Tem vários comentários de utilizadores a dar os parabéns pela sua frontalidade, porém sem resposta ou agradecimento. Não se pode propriamente apontar erros a esta página, uma vez que se percebe imediatamente que não foi feita por profissionais. É uma página amadora para um candidato amador. Mas uma coisa é certa: quem lá está, participa. E até é possível que tenha conseguido angariar alguns votos por aqui.
Defensor Moura
Não tem presença oficial no Facebook. Vê-se um ou outro grupo de apoio ao candidato, porém, sem qualquer expressão.
@ Ana Godinho, Gestora do Facebook SAPO..http://presidenciais2011.sapo.pt/info/artigo/1123601.html#page=5
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